quinta-feira, 31 de outubro de 2019

O BATISMO DE FOGO DE ANITA GARIBALDI NA BATALHA NAVAL DE 4 DE NOVEMBRO DE 1839 NA ENSEADA DE IMBITUBA*



                                              
ADILCIO CADORIN **

Em julho de 1839, após Giuseppe Garibaldi e os revolucionários farroupilhas tomarem a cidade de Laguna,  a Câmara de Vereadores proclamou a independência da República Catarinense, elegendo seu presidente e nomeando seus ministros. Mas a reação da   monarquia não demoraria a chegar. Logo o Porto de Laguna sofreu o bloqueio naval,  com diversos navios de guerra ancorados na Ilha dos Lobos, impedindo a entrada e a saída de qualquer navio, paralisando as atividades comerciais, obrigando os republicanos  idealizarem uma forma  de romper o bloqueio, o que foi feito por Garibaldi, então nomeado como comandante da marinha republicana. Estrategista e astucioso,  despachou, então,  um pequeno e veloz barco, que por ser menor e mais leve, seria difícil ser alcançado pelos navios inimigos, que ao sair da Barra, rumou para o sul, mesmo avistada pelos navios imperiais,  que  levantaram âncora e passaram a persegui-lo. Ao verificarem que havia dado certa a estratégia, no escurecer três navios republicanos singraram a Barra e alcançaram mar aberto. Eram o Caçapava, o Rio Pardo e o Seival, comandos, respectivamente por Johan Griggs,  Valerigini e  Garibaldi. Durante boa parte da noite rumaram em direção leste e depois rumaram para o norte, em direção ao Porto de Santos. Navegaram por dois dias, sem admoestação monárquica. Anita viveu dias de intensas novidades, pois nunca tinha estado a bordo de um navio, ainda mais em um navio   equipado com canhões e  com soldados, que batiam-se pela causa  republicana. Sentiu-se profundamente feliz, pois doravante teria a oportunidade de defender os mesmo ideais e estava em companhia de valentes e corajosos marinheiros, que lutavam sem saber se receberiam ou não algum soldo.  Tinham consciência de que enfrentariam um adversário bem mais treinado e equipado, com embarcações maiores. Durante estes dias, Garibaldi os preparou para os combates e as abordagens a outros navios que deveriam enfrentar. Para Anita, aquilo era um mundo novo, totalmente diferente de sua monótona e simplória vida de aldeã. Tudo era novidade. Nada escapou de sua aguçada curiosidade. A cada detalhe, a cada  item que observava e que lhe era ensinado, seguiam-se intermináveis sequências de perguntas. Estava ávida de conhecimentos. Desejou saber e apreender tudo rapidamente. Quis fazer o que os marinheiros também faziam, para doar-se integralmente à causa, da qual, dali em diante, foi fiel soldada e estava começando a viver verdadeiramente: consciente, lutaria porque tinha um ideal; feliz,  porque havia encontrado o amor e a paixão de um homem,  a quem poderia doar-se integralmente. Durante os treinamentos, voluntariamente, assumiu a condição de marinheira, submetendo-se às ordens de comando, ora jogando-se ao chão do convés, ora atirando, ora carregando canhões, ora simulando lutas corpo-a-corpo, com   pistolas e armas brancas. Com mosquetão praticou tiro ao alvo em objetos que boiavam, e logo estava atirando nos pássaros que voando, acompanhavam a  embarcação.  Ali naqueles dias  que antecederam a batalha naval na Baia de Imbituba,  morreu definitivamente Aninha, a desprotegida e mal amada idealista, rompendo definitivamente os grilhões da submissão e da contemplação. Uma nova mulher nasceu naqueles dias, que embalada pela auto confiança que àquele cenário e vivência lhe inspirou, a transmudou  em mulher que realizou seus sonhos: Aninha agora era Anita, a guerreira republicana !  Sentindo-se insultados por serem vítimas de tão ingênua armadilha, a monarquia   remeteu urgente avisos às autoridades dos portos  de São Francisco,  Paranaguá, Santos e Rio de Janeiro, para que estivessem preparados, posto que haviam saído do Porto de Laguna os navios corsários. Todos os navios ancorados nestes portos foram revistados ao mesmo tempo que  vasculharam o litoral do Rio de janeiro até Laguna.  Navegando longe da costa,  a pequena flotilha republicana, na altura de Santos, atacou e aprisionou um navio com bandeira brasileira, abarrotada de mercadorias destinadas aos portos do sul. Ao aproximarem-se da costa, foram avistados pelo barco imperial Regeneração, que a diversos dias os procurava. Houve troca de tiros de canhões, mas a distância impediu atingirem os alvos.   Este navio possuía um forte aparato bélico, composto por  vinte grandes canhões, enquanto as naus  republicanas possuíam apenas  cinco pequenos canhões,  de calibre e alcance inferior.  Era imperioso, portanto, não  ficar ao alcance dos canhões,  e como eram menos velozes, Garibaldi  tratou de aproximar-se mais ainda da perigosa costa, plena de  baixios e pedras, que não permitiam a aproximação do Regeneração.  Estava criando uma nova armadilha, esperando que o Regeneração encalhasse, tornando-se  presa fácil, o que, entretanto, não aconteceu.  Após anoitecer, durante toda a noite  mantiveram-se  as posições e logo que  clareou o dia, iniciaram-se os canhonaços,  prolongando-se  durante o dia, até que súbita mudança de vento obrigou os republicanos a  afastarem-se da costa,  sob pena de serem empurrados pelo vento em direção às rochas do litoral. Mas este mesmo vento avariou o velame do Regeneração, obrigando-o a retirar-se para reparos e buscar reforços. Então Garibaldi e Anita rumaram para o sul, encontrando as sumacas Bizarra e Elvira,  carregadas com arroz destinado ao Rio de Janeiro, que rapidamente foram abordadas e expropriadas suas cargas. Garibaldi sabia da importância de abastecer Laguna, como forma de  manter a confiança popular e reanimar o então decadente comércio portuário da jovem República.    Um pouco antes de chegarem em Paranaguá, avistaram o barco mercante Formiga, e o abordaram,  apreendendo as mercadorias que transportava. Necessitando abastecer sua tripulação com víveres,  tentaram atracar no Porto de Paranaguá, tendo para tanto içado em seu mastro uma bandeira do Imperio Brasileiro, mas a simulação foi descoberta e comandante da guarnição militar  disparou um tiro contra a flotilha republicana. Temendo o que poderia acontecer, os republicanos recusaram o combate e prosseguiram rumo ao sul.  Nas proximidades da Ilha de Santa Catarina, foram interceptados pelo brique Andorinha, um dos melhores e mais bem equipado navio do Império,  um verdadeiro navio de guerra,  como Garibaldi diria mais tarde em suas memórias. Com uma flotilha de cinco embarcações, a intenção era  permitir que as mercadorias que havia apreendido chegassem ao porto de Laguna.  Tentando protege-las,  Garibaldi ordenou e Anita repassou as ordens para que as  embarcações prosseguirem rumo ao sul, enquanto sob seu comando seu barco se lançou contra àquela fortaleza flutuante, disparando  sua bateria de pequenos canhões e com seus homens abrindo fuzilaria individual, mesmo sabendo que sua ação mais parecia um suicídio para proteger as outras embarcações. Houve um combate a distância,  mas as embarcações não foram atingidas porque o mar estava bastante agitado e não permitia a pontaria. Apenas os tiros de fuzis atingiram alguns marinheiros, de lado a lado. Das três embarcações mercantes apreendidas, apenas uma conseguiu fazer-se salva, rumando em direção sul e duas foram interceptadas.  O Seival e o Rio Pardo,  mantiveram-se  disparando contra o Andorinha e após algumas horas de refrega, o Seival foi seriamente atingido no casco e o Rio Pardo no seu velame, o que os fez navegarem com dificuldade. Mas,  com a aproximação da noite,  recrudesceu a desproporcional contenda, cessaram  os tiros de canhão  e  conseguiram navegar rumo ao sul, com a intenção  de alcançarem Laguna. Com a mudança do vento, que passou a vir do sul, tornou-se impraticável  adentrar a  perigosa Barra de Laguna.  Garibaldi decidiu, então, atracar na  enseada onde mais tarde  foi  construído o atual Porto de Imbituba, cuja natureza havia construído um abrigo  natural, com formação côncava, com a extremidade sul avançando ao mar, fechando a enseada em forma de ferradura. Na ponta sul desta baia existia uma elevação com altura aproximada de vinte metros.   Garibaldi sabia que  era necessário preparar-se para o combate que ali aconteceria e  seria ferrenho. Quando constatou que o Andorinha não lhe havia dado perseguição durante a noite, compreendeu que o mesmo tinha ido em busca de reforços.  Ao chegarem na enseada de Imbituba, no  amanhecer do dia 3 de novembro, lá encontraram o navio de Inácio Bilbáo, que também os esperava porque não pudera entrar em Laguna. Imediatamente Garibaldi ordenou que  o Seival adentrasse o máximo possível na enseada e dele fosse retirado um dos canhões e conduzido ao cume da elevação. Para  esta operação, além de seus marujos,  contou com a colaboração de um destacamento  de duzentos homens, do Coronel Teixeira Nunes, que estavam acampados nas proximidades. Para atingir as naus republicanas, os imperiais deveriam entrar na enseada e ao entrarem seriam alvos fáceis daquela bateria disfarçada por detrás de uma improvisada parede de pedras. Entregou o comando da artilharia de terra ao oficial republicano Manoel Rodrigues.  Esta bateria e os barcos de Garibaldi foram colocados de forma que os navios inimigos, ao entrarem na enseada, ficassem no meio de um fogo cruzado.  A operação consumiu todo o dia, sem que fossem admoestados. As contendas tinham produzido algumas baixas e entre os republicanos haviam diversos feridos, que por ordem de Garibaldi,  foram desembarcados e juntamente com os gêneros apreendidos durante o corso, que foram colocados em carroças e transportados até Laguna pelos soldados de Teixeira Nunes. Durante estes dias, Anita que em nenhum momento deixou de estar ao lado de Garibaldi, de tudo tinha participado, mesmo nos momentos em que pareceu  eminente a derrota e a morte, mantendo alta a confiança na vitória final. Durante as refregas não houve o que não fizesse: carregou e disparou mosquetões e  canhões; incitou à luta e não deixou o desânimo permear a coragem dos mais fracos. Nas pausas, a ferocidade da guerreira cedeu espaço à humanidade da  emergente enfermeira, consolando e cuidando dos dilacerados feridos que padeciam. E quando a noite chegou, a guerreira republicana esqueceu suas armas, transfigurou-se em sublimidade e dissimulou a degradação da guerra com a linguagem de seu fascinante  amor.    Garibaldi, antevendo um confronto  desvantajoso e temendo pela segurança e integridade de Anita, encareceu  para que desembarcasse, acompanhando os feridos à Laguna, ou então que se pusesse a salvo, em terra firme, de onde poderia participar e assistir o desenlace da contenda.  Em vão os argumentos.  Respondeu que ficaria ali mesmo e que  haveria de correr os mesmos riscos,  como qualquer um dos homens e que para ela não fosse destinada atenção ou proteção especial. Queria ficar,  para ser mais um a ajudar no combate.  E  não para ser protegida.  De nada adiantaram os argumentos.  Resoluta, Anita permaneceu a bordo. A tensão reinante nos navios republicanos e na artilharia em terra era grande. Sabiam que a luta seria  desigual, mas não estavam dispostos a  renderem-se ou a abandonar os navios e  rumarem à Laguna por terra. Estavam em guerra contra o Império, e para tanto a causa exigia fidelidade, ação e coragem, mesmo que ao preço de uma derrota. Não lutavam à soldo, mas pelo ideal de uma causa nobre, a  independência e o direito de autodeterminação de um povo.  Garibaldi contava com sua habilidade e mais uma vez sua estrela não o abandonaria.  Ao clarear a manhã de 4 de agosto,  os três maiores navios da armada imperial, o Bela Americana, o Patagônia  e o Andorinha  compareceram na embocadura da enseada e  imediatamente,  abriram fogo.  Os dois primeiros atacaram e dispararam contra o Rio Pardo, o mais bem equipado dos republicanos,  onde encontrava-se Anita e Garibaldi. O Andorinha concentrou seus tiros contra a artilharia que estava sobre a elevação de terra. Mas o alvo dos imperiais era o Rio Pardo, pois ali concentrava-se o grosso da resistência republicana e ali estava Anita, postada com fuzil, na primeira linha dos atiradores. Enquanto as naus imperiais mantiveram-se em movimento, fazendo manobras, o Rio Pardo ficou fundeado,  sem poder mover-se.
Barco Rio Pardo sendo atacado pelos navios imperiais na
Enseada de Imbituba -  Pintura de Willy Zumblick 
Alvo parado, logo começaram surtir os efeitos do poder de fogo inimigo, cujos canhões o atingiram inúmeras vezes. No tombadilho do Rio Pardo surgiram os primeiros cadáveres, despedaçados pela potência das baterias inimigas. Mas o ânimo estava alto, e a marujada republicana não se acovardou, fazendo a luta prosseguir durante horas, continuadamente,  sem  qualquer trégua, de lado a lado. Garibaldi  registrou para a posteridade que à medida que as horas foram passando, aumentou a violência imperial e a frequência de seus canhonaços, que a cada manobra aproximavam-se mais, permitindo que o combate  fosse  feito na pontaria das carabinas, homem a homem. Anita,  entre uma descarga e outra,  repassou as ordens,   disposta a não ceder. "Nós esperamos que nos abordassem ... Estávamos pronto para tudo, menos para ceder", escreveu em suas Memórias.  Com muitos mortos dentre os republicanos, com o Rio Pardo bastante avariado em seu velame e casco, no meio da tarde, após toda manhã de contínuo combate sem que a Marinha Imperial recuasse, alguns soldados começaram a pressentir que a resistência era inútil, e o ânimo começou a declinar. Era eminente a abordagem. Garibaldi os conclamou a não desistirem, e deu o exemplo indo para o parapeito, ficando de frente para as balas inimigas,  expondo-se pessoalmente. Anita o acompanhou e de fuzil em punho, gritou  palavras de ordem, chamando os exaustos marujos,  que começaram a fraquejar. Vendo-a assim exposta,  Garibaldi, foi  tomado de  orgulho pela demonstração de coragem de sua companheira, mas temendo  pela sua integridade, ordenou-lhe pôr-se a salvo, proteger-se,  sair do tombadilho. Anita ouviu, mas não lhe obedeceu e permaneceu no palco da luta. Entre um tiro e outro, ergueu seu mosquetão e conclamou seus companheiros à luta. De repente, um tiro de canhão do inimigo fez em estilhaço a amurada, arremessando Anita e os dois marinheiros à distância, fazendo Garibaldi precipitar-se para o lugar em que a companheira jazia estirada, sem sentidos,  coberta de sangue. Acudiram também os dois marinheiros, mas foi inútil o socorro, pois ambos estavam mortos, horrivelmente mutilados. Anita, porém, passados alguns instantes,  voltou a si. Disse que não estava ferida. 0 sangue que manchou  seu  rosto, as mãos e os braços. era sangue dos marinheiros que morreram ao seu lado. E quando Garibaldi de novo lhe ordenou para  que descesse para se proteger no porão do navio,  ela respondeu :
- Sim. vou descer ao porão, mas para enxotar os covardes que lá se foram esconder. Com passo firme. saiu do convés e momentos depois voltou afrontando as balas e trazendo consigo três marinheiros que, apavorados e vencidos pelo cansaço, haviam desertado à luta. Nos demais combatentes,  que  viram  tão decidido ato de coragem mesmo após  ter sido atingida por uma bala de canhão, o ânimo retornou. 
Batismo de fogo de Anita em Imbituba
O exemplo  nobre, o heroico gesto de uma mulher,  despertou-lhes novamente a coragem. Readquiriram o ânimo,  empunharam suas armas  e voltaram a guerrear com tamanha força de vontade e disposição, que os imperiais, que preparavam a abordagem,  retrocederam.  O dia findava quando, para surpresa dos republicanos, os imperiais começaram a retirarem-se e  distanciando-se.  A reação de Anita havia despertado tamanha disposição que  nos últimos momentos os republicanos  conseguiram provocar uma séria avaria no casco da nau Bela Americana e um tiro havia ferido mortalmente seu oficial comandante, o que a obrigava retirar-se do combate e ir buscar mais reforço. Pretendiam  trazer mais navios e tropas de desembarque. Os outros dois barcos, embora em condições de continuarem a pugna por estarem bem armados, não quiseram continuar e  também retiraram-se da enseada, lançando âncora bem distante, em mar aberto.   O combate naval de Imbituba, o batismo de fogo de Anita, onde revelou-se sua coragem,  havia  findado, com muitas mortes e sérias avarias para ambos os lados. Porém, pela desproporcionalidade das forças, a  vitória foi dos republicanos. A trégua serviu para desembarcarem e ali mesmo, sepultarem os  mortos, enquanto  Anita   socorreu e deu atendimento aos feridos, que  foram desembarcados e transportados à Laguna por terra. Sentindo a oportunidade para evadir-se antes que chegassem mais reforços, Garibaldi agiu rapidamente. Necessitando ludibriar a vigilância das naus imperiais e sair da enseada com seus navios para navegar até o Porto de Laguna, ordenou que em terra fossem acessas três grandes fogueiras, cujos clarões foram interpretados pelos imperiais como se os republicanos tivessem fugido por terra, abandonado os navios e neles ateado fogo. Ao invés, com luzes apagadas e protegidos pela bruma da escura noite, e navegando em silêncio mas com extrema dificuldade, Garibaldi conduziu as três naus republicanas em direção à Laguna, onde entraram  na manhã de cinco de novembro, bastante avariados. Informado pela Bela Americana a respeito do insucesso, Mariath, o comandante da Marinha Imperial em Santa Catarina,  embarcou tropa de desembarque em mais três navios que estavam de prontidão: o Astréa, o Eolo e o Caliope, e partiu em pessoa para comandar a operação que pretendia aniquilar a frota naval republicana, mas ao chegar foi surpreendido com a  enseada vazia, sentindo-se, mais uma vez, ludibriado pela inteligência republicana.    Estropiados e cansados, mas altivos e com a consciência  do dever cumprido, em Laguna Garibaldi e Anita foram  aclamados pelos seus feitos, admirando-se a população e os oficiais  que os aguardavam. Contou Garibaldi que, nos dias que se seguiram ao seu retorno, todos admiravam-se como puderam ter escapado de um inimigo tantas vezes mais poderoso.  A  República Catarinense sobreviveu a este confronto, mas poucos dias após, nova e mais forte reação aconteceria sepultando o ideal republicano em Santa Catarina, mas a épica batalha naval de 4 de novembro de 1839 ocorrida  na Enseada de Imbituba entrou para os anais da história  por dois  grandes motivos, que merecem serem lembrados neste artigo: foi a segunda batalha em importância que a marinha brasileira participou em águas territoriais nacionais, perdendo apenas para a que aconteceu alguns dias após, no dia 15 de novembro, na Barra da Laguna e, principalmente, porque foi nesta data e momento que a Heroína revelou sua grande coragem e teve sua iniciação guerreira em defesa da causa republicana, motivo pelo qual este confronto passou aos anais da história internacional  como sendo o “Batismo de Fogo de Anita Garibaldi”.

*Texto adaptado do livro “Anita – A Guerreira das Repúblicas”, do mesmo autor deste artigo.     


**Advogado, historiador, membro do IHGSC - Instituto Histórico e Geográfico de Santa Catarina e fundador do CulturAnita - Instituto Cultural Anita Garibaldi. 


11 comentários:

Ivete Scopel disse...

Continue compartilhando os teus conhecimentos Cadorin. Anita mulher inesquecivel! Ivete Scopel

Jorge Luiz laranjeira disse...

Brilhante pesquisa sobre Anita e Garibaldi em um período em que homens e mulheres defendiam seus ideais com honra e coragem.

Anônimo disse...

Muito bem situado este teu comentário, amigo Laranjeira. Grato

Marcelo Fabiano Lara Cardoso disse...

Parabéns pela matéria desta heroina Sulista,as riquezas de detalhes tornam mais belo o seu legado de força e paixão!

lucio farias disse...

Obrigado por compartilhar algo tão importante!
Lamento que nas escolas e nas universidades hoje, os mestres passam por cima desses episódios sagrados da historia.
Grande abraço.

ADILCIO CADORIN disse...

Obrigado por teu procedente comentário Lúcio. Realmente, a história regional não entra na grade curricular do nosso sistema de ensino, fazendo com que formemos cidadãos que não conhecem sua própria origem e história de seus ancestrais e cidades, o que seria um grande fato para alavancar nossa auto-estima, orgulho e apego telúrico.

ADILCIO CADORIN disse...

Amigo Ivan Pimentel, é muito gratificante ter-te como atento leitor de nossos escritos, ainda mais com as considerações que fazes. Grato, amigo!

ADILCIO CADORIN disse...

Caro Marcelo, a saga de Anita é muito rica em fatos e exemplos, e o que a torna mais impressionante é que ela construiu seu legado em apenas dez anos, numa época em que os meios de transportes e a comunicação eram feita por meios de navios à vela e cavalos. Em dez ano lutou por quatro república em países de dois continentes ... Grato por teu comentário.

Júlio Cancellier disse...

Prezado amigo, parabéns pelo belo texto.

Gostaria de elucidar uma dúvida:

O batismo de fogo de ANITA GARIBALDI se deu em 4 de novembro de 1839, na cidade de Imbituba, a bordo da embarcação Rio Pardo.

Consta, entretanto, que em 15 de julho de 1839 o Rio Pardo teria naufragado na costa de Jaguaruna.

Trata-se da mesma embarcação?

ADILCIO CADORIN disse...

Grato por tua consideração, amigo Júlio Cancelier. Quanto ao barco que afundou próximo a foz do Rio Urussanga, hoje Praia do Campo Bom pertencente à cidade de Jaguaruna, não foi o Seival. Foi o Farroupilha, que tinha o próprio Garibaldi como seu comandante. Após o naufrágio, Garibaldi e os sobreviventes caminharam até a a Barra do Camacho, onde encontraram o Seival, o que sobreviveu à borrasca, que era comandado por John Grigs. Depois de assumir o comando dele, Garibaldi singrou com ele pelo interior do complexo lagunar e com apenas quarenta homens tomou a cidade de Laguna. Foi o Seival que inicialmente abrigou os primeiros encontros entre Garibaldi e Anita, enquanto ancorado junto à Barra de Laguna. Valeu?

Julio Cancellier disse...

Valeu amigo, parabéns por se dedicar com tanto entusiasmo ao estudo deste assunto tão caro para todos nós catarinenses. Forte abraço!