ADILCIO CADORIN **
Em julho de 1839, após Giuseppe Garibaldi e os revolucionários
farroupilhas tomarem a cidade de Laguna, a Câmara de Vereadores proclamou a
independência da República Catarinense, elegendo seu presidente e nomeando seus
ministros. Mas a reação da monarquia
não demoraria a chegar. Logo o Porto de Laguna sofreu o bloqueio naval, com diversos navios de guerra ancorados na
Ilha dos Lobos, impedindo a entrada e a saída de qualquer navio, paralisando as
atividades comerciais, obrigando os republicanos idealizarem uma forma de romper o bloqueio, o que foi feito por
Garibaldi, então nomeado como comandante da marinha republicana. Estrategista e
astucioso, despachou, então, um pequeno e veloz barco, que por ser menor e
mais leve, seria difícil ser alcançado pelos navios inimigos, que ao sair da
Barra, rumou para o sul, mesmo avistada pelos navios imperiais, que
levantaram âncora e passaram a persegui-lo. Ao verificarem que havia
dado certa a estratégia, no escurecer três navios republicanos singraram a
Barra e alcançaram mar aberto. Eram o Caçapava, o Rio Pardo e o Seival,
comandos, respectivamente por Johan Griggs,
Valerigini e Garibaldi. Durante
boa parte da noite rumaram em direção leste e depois rumaram para o norte, em
direção ao Porto de Santos. Navegaram por dois dias, sem admoestação
monárquica. Anita viveu dias de intensas novidades, pois nunca tinha estado a
bordo de um navio, ainda mais em um navio equipado com canhões e com soldados, que batiam-se pela causa republicana. Sentiu-se profundamente feliz,
pois doravante teria a oportunidade de defender os mesmo ideais e estava em
companhia de valentes e corajosos marinheiros, que lutavam sem saber se
receberiam ou não algum soldo. Tinham
consciência de que enfrentariam um adversário bem mais treinado e equipado, com
embarcações maiores. Durante estes dias, Garibaldi os preparou para os combates
e as abordagens a outros navios que deveriam enfrentar. Para Anita, aquilo era
um mundo novo, totalmente diferente de sua monótona e simplória vida de aldeã.
Tudo era novidade. Nada escapou de sua aguçada curiosidade. A cada detalhe, a
cada item que observava e que lhe era
ensinado, seguiam-se intermináveis sequências de perguntas. Estava ávida de
conhecimentos. Desejou saber e apreender tudo rapidamente. Quis fazer o que os
marinheiros também faziam, para doar-se integralmente à causa, da qual, dali em
diante, foi fiel soldada e estava começando a viver verdadeiramente:
consciente, lutaria porque tinha um ideal; feliz, porque havia encontrado o amor e a paixão de
um homem, a quem poderia doar-se
integralmente. Durante os treinamentos, voluntariamente, assumiu a condição de
marinheira, submetendo-se às ordens de comando, ora jogando-se ao chão do
convés, ora atirando, ora carregando canhões, ora simulando lutas
corpo-a-corpo, com pistolas e armas
brancas. Com mosquetão praticou tiro ao alvo em objetos que boiavam, e logo
estava atirando nos pássaros que voando, acompanhavam a embarcação. Ali naqueles dias que antecederam a batalha naval na Baia de
Imbituba, morreu definitivamente Aninha,
a desprotegida e mal amada idealista, rompendo definitivamente os grilhões da
submissão e da contemplação. Uma nova mulher nasceu naqueles dias, que embalada
pela auto confiança que àquele cenário e vivência lhe inspirou, a
transmudou em mulher que realizou seus
sonhos: Aninha agora era Anita, a guerreira republicana ! Sentindo-se insultados por serem vítimas de
tão ingênua armadilha, a monarquia remeteu urgente avisos às autoridades dos
portos de São Francisco, Paranaguá, Santos e Rio de Janeiro, para que
estivessem preparados, posto que haviam saído do Porto de Laguna os navios
corsários. Todos os navios ancorados nestes portos foram revistados ao mesmo
tempo que vasculharam o litoral do Rio
de janeiro até Laguna. Navegando longe
da costa, a pequena flotilha
republicana, na altura de Santos, atacou e aprisionou um navio com bandeira
brasileira, abarrotada de mercadorias destinadas aos portos do sul. Ao
aproximarem-se da costa, foram avistados pelo barco imperial Regeneração, que a
diversos dias os procurava. Houve troca de tiros de canhões, mas a distância
impediu atingirem os alvos. Este navio
possuía um forte aparato bélico, composto por
vinte grandes canhões, enquanto as naus
republicanas possuíam apenas
cinco pequenos canhões, de
calibre e alcance inferior. Era imperioso,
portanto, não ficar ao alcance dos
canhões, e como eram menos velozes,
Garibaldi tratou de aproximar-se mais
ainda da perigosa costa, plena de
baixios e pedras, que não permitiam a aproximação do Regeneração. Estava criando uma nova armadilha, esperando
que o Regeneração encalhasse, tornando-se
presa fácil, o que, entretanto, não aconteceu. Após anoitecer, durante toda a noite mantiveram-se
as posições e logo que clareou o
dia, iniciaram-se os canhonaços,
prolongando-se durante o dia, até
que súbita mudança de vento obrigou os republicanos a afastarem-se da costa, sob pena de serem empurrados pelo vento em
direção às rochas do litoral. Mas este mesmo vento avariou o velame do
Regeneração, obrigando-o a retirar-se para reparos e buscar reforços. Então Garibaldi
e Anita rumaram para o sul, encontrando as sumacas Bizarra e Elvira, carregadas com arroz destinado ao Rio de
Janeiro, que rapidamente foram abordadas e expropriadas suas cargas. Garibaldi
sabia da importância de abastecer Laguna, como forma de manter a confiança popular e reanimar o então
decadente comércio portuário da jovem República. Um pouco antes de chegarem em Paranaguá,
avistaram o barco mercante Formiga, e o abordaram, apreendendo as mercadorias que transportava.
Necessitando abastecer sua tripulação com víveres, tentaram atracar no Porto de Paranaguá, tendo
para tanto içado em seu mastro uma bandeira do Imperio Brasileiro, mas a simulação
foi descoberta e comandante da guarnição militar disparou um tiro contra a flotilha republicana.
Temendo o que poderia acontecer, os republicanos recusaram o combate e prosseguiram
rumo ao sul. Nas proximidades da Ilha de
Santa Catarina, foram interceptados pelo brique Andorinha, um dos melhores e
mais bem equipado navio do Império, um
verdadeiro navio de guerra, como
Garibaldi diria mais tarde em suas memórias. Com uma flotilha de cinco embarcações,
a intenção era permitir que as mercadorias
que havia apreendido chegassem ao porto de Laguna. Tentando protege-las, Garibaldi ordenou e Anita repassou as ordens
para que as embarcações prosseguirem
rumo ao sul, enquanto sob seu comando seu barco se lançou contra àquela fortaleza
flutuante, disparando sua bateria de
pequenos canhões e com seus homens abrindo fuzilaria individual, mesmo sabendo
que sua ação mais parecia um suicídio para proteger as outras embarcações. Houve
um combate a distância, mas as embarcações
não foram atingidas porque o mar estava bastante agitado e não permitia a
pontaria. Apenas os tiros de fuzis atingiram alguns marinheiros, de lado a
lado. Das três embarcações mercantes apreendidas, apenas uma conseguiu fazer-se
salva, rumando em direção sul e duas foram interceptadas. O Seival e o Rio Pardo, mantiveram-se
disparando contra o Andorinha e após algumas horas de refrega, o Seival
foi seriamente atingido no casco e o Rio Pardo no seu velame, o que os fez
navegarem com dificuldade. Mas, com a
aproximação da noite, recrudesceu a
desproporcional contenda, cessaram os
tiros de canhão e conseguiram navegar rumo ao sul, com a
intenção de alcançarem Laguna. Com a
mudança do vento, que passou a vir do sul, tornou-se impraticável adentrar a
perigosa Barra de Laguna. Garibaldi decidiu, então, atracar na enseada onde mais tarde foi construído o atual Porto de Imbituba, cuja
natureza havia construído um abrigo
natural, com formação côncava, com a extremidade sul avançando ao mar,
fechando a enseada em forma de ferradura. Na ponta sul desta baia existia uma
elevação com altura aproximada de vinte metros. Garibaldi sabia que era necessário preparar-se para o combate que
ali aconteceria e seria ferrenho. Quando
constatou que o Andorinha não lhe havia dado perseguição durante a noite,
compreendeu que o mesmo tinha ido em busca de reforços. Ao chegarem na enseada de Imbituba, no amanhecer do dia 3 de novembro, lá encontraram
o navio de Inácio Bilbáo, que também os esperava porque não pudera entrar em
Laguna. Imediatamente Garibaldi ordenou que
o Seival adentrasse o máximo possível na enseada e dele fosse retirado
um dos canhões e conduzido ao cume da elevação. Para esta operação, além de seus marujos, contou com a colaboração de um
destacamento de duzentos homens, do
Coronel Teixeira Nunes, que estavam acampados nas proximidades. Para atingir as
naus republicanas, os imperiais deveriam entrar na enseada e ao entrarem seriam
alvos fáceis daquela bateria disfarçada por detrás de uma improvisada parede de
pedras. Entregou o comando da artilharia de terra ao oficial republicano Manoel
Rodrigues. Esta bateria e os barcos de
Garibaldi foram colocados de forma que os navios inimigos, ao entrarem na
enseada, ficassem no meio de um fogo cruzado.
A operação consumiu todo o dia, sem que fossem admoestados. As contendas
tinham produzido algumas baixas e entre os republicanos haviam diversos
feridos, que por ordem de Garibaldi,
foram desembarcados e juntamente com os gêneros apreendidos durante o
corso, que foram colocados em carroças e transportados até Laguna pelos
soldados de Teixeira Nunes. Durante estes dias, Anita que em nenhum momento
deixou de estar ao lado de Garibaldi, de tudo tinha participado, mesmo nos
momentos em que pareceu eminente a
derrota e a morte, mantendo alta a confiança na vitória final. Durante as
refregas não houve o que não fizesse: carregou e disparou mosquetões e canhões; incitou à luta e não deixou o
desânimo permear a coragem dos mais fracos. Nas pausas, a ferocidade da
guerreira cedeu espaço à humanidade da
emergente enfermeira, consolando e cuidando dos dilacerados feridos que
padeciam. E quando a noite chegou, a guerreira republicana esqueceu suas armas,
transfigurou-se em sublimidade e dissimulou a degradação da guerra com a
linguagem de seu fascinante amor. Garibaldi,
antevendo um confronto desvantajoso e
temendo pela segurança e integridade de Anita, encareceu para que desembarcasse, acompanhando os
feridos à Laguna, ou então que se pusesse a salvo, em terra firme, de onde
poderia participar e assistir o desenlace da contenda. Em vão os argumentos. Respondeu que ficaria ali mesmo e que haveria de correr os mesmos riscos, como qualquer um dos homens e que para ela
não fosse destinada atenção ou proteção especial. Queria ficar, para ser mais um a ajudar no combate. E não
para ser protegida. De nada adiantaram os
argumentos. Resoluta, Anita permaneceu a
bordo. A tensão reinante nos navios republicanos e na artilharia em terra era
grande. Sabiam que a luta seria
desigual, mas não estavam dispostos a
renderem-se ou a abandonar os navios e
rumarem à Laguna por terra. Estavam em guerra contra o Império, e para
tanto a causa exigia fidelidade, ação e coragem, mesmo que ao preço de uma
derrota. Não lutavam à soldo, mas pelo ideal de uma causa nobre, a independência e o direito de autodeterminação
de um povo. Garibaldi contava com sua
habilidade e mais uma vez sua estrela não o abandonaria. Ao clarear a manhã de 4 de agosto, os três maiores navios da armada imperial, o
Bela Americana, o Patagônia e o
Andorinha compareceram na embocadura da
enseada e imediatamente, abriram fogo.
Os dois primeiros atacaram e dispararam contra o Rio Pardo, o mais bem
equipado dos republicanos, onde
encontrava-se Anita e Garibaldi. O Andorinha concentrou seus tiros contra a
artilharia que estava sobre a elevação de terra. Mas o alvo dos imperiais era o
Rio Pardo, pois ali concentrava-se o grosso da resistência republicana e ali
estava Anita, postada com fuzil, na primeira linha dos atiradores. Enquanto as
naus imperiais mantiveram-se em movimento, fazendo manobras, o Rio Pardo ficou
fundeado, sem poder mover-se.
Alvo
parado, logo começaram surtir os efeitos do poder de fogo inimigo, cujos
canhões o atingiram inúmeras vezes. No tombadilho do Rio Pardo surgiram os
primeiros cadáveres, despedaçados pela potência das baterias inimigas. Mas o
ânimo estava alto, e a marujada republicana não se acovardou, fazendo a luta
prosseguir durante horas, continuadamente,
sem qualquer trégua, de lado a
lado. Garibaldi registrou para a
posteridade que à medida que as horas foram passando, aumentou a violência
imperial e a frequência de seus canhonaços, que a cada manobra aproximavam-se
mais, permitindo que o combate fosse feito na pontaria das carabinas, homem a
homem. Anita, entre uma descarga e
outra, repassou as ordens, disposta a não ceder. "Nós esperamos que nos abordassem ... Estávamos pronto para
tudo, menos para ceder", escreveu em suas Memórias. Com muitos mortos dentre os republicanos, com
o Rio Pardo bastante avariado em seu velame e casco, no meio da tarde, após toda
manhã de contínuo combate sem que a Marinha Imperial recuasse, alguns soldados
começaram a pressentir que a resistência era inútil, e o ânimo começou a
declinar. Era eminente a abordagem. Garibaldi os conclamou a não desistirem, e
deu o exemplo indo para o parapeito, ficando de frente para as balas
inimigas, expondo-se pessoalmente. Anita
o acompanhou e de fuzil em punho, gritou
palavras de ordem, chamando os exaustos marujos, que começaram a fraquejar. Vendo-a assim
exposta, Garibaldi, foi tomado de
orgulho pela demonstração de coragem de sua companheira, mas
temendo pela sua integridade,
ordenou-lhe pôr-se a salvo, proteger-se,
sair do tombadilho. Anita ouviu, mas não lhe obedeceu e permaneceu no
palco da luta. Entre um tiro e outro, ergueu seu mosquetão e conclamou seus
companheiros à luta. De repente, um tiro de canhão do inimigo fez em estilhaço
a amurada, arremessando Anita e os dois marinheiros à distância, fazendo Garibaldi
precipitar-se para o lugar em que a companheira jazia estirada, sem sentidos, coberta de sangue. Acudiram também os dois marinheiros,
mas foi inútil o socorro, pois ambos estavam mortos, horrivelmente mutilados.
Anita, porém, passados alguns instantes,
voltou a si. Disse que não estava ferida. 0 sangue que manchou seu rosto, as mãos e os braços. era sangue dos marinheiros
que morreram ao seu lado. E quando Garibaldi de novo lhe ordenou para que descesse para se proteger no porão do
navio, ela respondeu :
Barco Rio Pardo sendo atacado pelos navios imperiais na Enseada de Imbituba - Pintura de Willy Zumblick |
- Sim. vou descer ao porão, mas para enxotar
os covardes que lá se foram esconder. Com passo firme. saiu do convés e momentos
depois voltou afrontando as balas e trazendo consigo três marinheiros que,
apavorados e vencidos pelo cansaço, haviam desertado à luta. Nos demais
combatentes, que viram tão
decidido ato de coragem mesmo após ter
sido atingida por uma bala de canhão, o ânimo retornou.
O exemplo nobre, o heroico gesto de uma mulher, despertou-lhes novamente a coragem.
Readquiriram o ânimo, empunharam suas
armas e voltaram a guerrear com tamanha
força de vontade e disposição, que os imperiais, que preparavam a
abordagem, retrocederam. O dia findava quando, para surpresa dos
republicanos, os imperiais começaram a retirarem-se e distanciando-se. A reação de Anita havia despertado tamanha
disposição que nos últimos momentos os
republicanos conseguiram provocar uma
séria avaria no casco da nau Bela Americana e um tiro havia ferido mortalmente
seu oficial comandante, o que a obrigava retirar-se do combate e ir buscar mais
reforço. Pretendiam trazer mais navios e
tropas de desembarque. Os outros dois barcos, embora em condições de
continuarem a pugna por estarem bem armados, não quiseram continuar e também retiraram-se da enseada, lançando
âncora bem distante, em mar aberto. O
combate naval de Imbituba, o batismo de fogo de Anita, onde revelou-se sua
coragem, havia findado, com muitas mortes e sérias avarias
para ambos os lados. Porém, pela desproporcionalidade das forças, a vitória foi dos republicanos. A trégua serviu
para desembarcarem e ali mesmo, sepultarem os
mortos, enquanto Anita socorreu e deu atendimento aos feridos, que foram desembarcados e transportados à Laguna
por terra. Sentindo a oportunidade para evadir-se antes que chegassem mais
reforços, Garibaldi agiu rapidamente. Necessitando ludibriar a vigilância das
naus imperiais e sair da enseada com seus navios para navegar até o Porto de
Laguna, ordenou que em terra fossem acessas três grandes fogueiras, cujos
clarões foram interpretados pelos imperiais como se os republicanos tivessem
fugido por terra, abandonado os navios e neles ateado fogo. Ao invés, com luzes
apagadas e protegidos pela bruma da escura noite, e navegando em silêncio mas
com extrema dificuldade, Garibaldi conduziu as três naus republicanas em
direção à Laguna, onde entraram na manhã
de cinco de novembro, bastante avariados. Informado pela Bela Americana a
respeito do insucesso, Mariath, o comandante da Marinha Imperial em Santa
Catarina, embarcou tropa de desembarque
em mais três navios que estavam de prontidão: o Astréa, o Eolo e o Caliope, e
partiu em pessoa para comandar a operação que pretendia aniquilar a frota naval
republicana, mas ao chegar foi surpreendido com a enseada vazia, sentindo-se, mais uma vez,
ludibriado pela inteligência republicana.
Estropiados e cansados, mas altivos e com a consciência do dever cumprido, em Laguna Garibaldi e Anita
foram aclamados pelos seus feitos,
admirando-se a população e os oficiais
que os aguardavam. Contou Garibaldi que, nos dias que se seguiram ao seu
retorno, todos admiravam-se como puderam ter escapado de um inimigo tantas
vezes mais poderoso. A República Catarinense sobreviveu a este confronto,
mas poucos dias após, nova e mais forte reação aconteceria sepultando o ideal
republicano em Santa Catarina, mas a épica batalha naval de 4 de novembro de
1839 ocorrida na Enseada de Imbituba entrou
para os anais da história por dois grandes motivos, que merecem serem lembrados
neste artigo: foi a segunda batalha em importância que a marinha brasileira
participou em águas territoriais nacionais, perdendo apenas para a que
aconteceu alguns dias após, no dia 15 de novembro, na Barra da Laguna e,
principalmente, porque foi nesta data e momento que a Heroína revelou sua
grande coragem e teve sua iniciação guerreira em defesa da causa republicana,
motivo pelo qual este confronto passou aos anais da história internacional como sendo o “Batismo de Fogo de Anita Garibaldi”.
Batismo de fogo de Anita em Imbituba |
*Texto adaptado do livro “Anita – A Guerreira das Repúblicas”, do mesmo autor deste artigo.
**Advogado,
historiador, membro do IHGSC - Instituto Histórico e Geográfico de Santa
Catarina e fundador do CulturAnita - Instituto Cultural Anita Garibaldi.
11 comentários:
Continue compartilhando os teus conhecimentos Cadorin. Anita mulher inesquecivel! Ivete Scopel
Brilhante pesquisa sobre Anita e Garibaldi em um período em que homens e mulheres defendiam seus ideais com honra e coragem.
Muito bem situado este teu comentário, amigo Laranjeira. Grato
Parabéns pela matéria desta heroina Sulista,as riquezas de detalhes tornam mais belo o seu legado de força e paixão!
Obrigado por compartilhar algo tão importante!
Lamento que nas escolas e nas universidades hoje, os mestres passam por cima desses episódios sagrados da historia.
Grande abraço.
Obrigado por teu procedente comentário Lúcio. Realmente, a história regional não entra na grade curricular do nosso sistema de ensino, fazendo com que formemos cidadãos que não conhecem sua própria origem e história de seus ancestrais e cidades, o que seria um grande fato para alavancar nossa auto-estima, orgulho e apego telúrico.
Amigo Ivan Pimentel, é muito gratificante ter-te como atento leitor de nossos escritos, ainda mais com as considerações que fazes. Grato, amigo!
Caro Marcelo, a saga de Anita é muito rica em fatos e exemplos, e o que a torna mais impressionante é que ela construiu seu legado em apenas dez anos, numa época em que os meios de transportes e a comunicação eram feita por meios de navios à vela e cavalos. Em dez ano lutou por quatro república em países de dois continentes ... Grato por teu comentário.
Prezado amigo, parabéns pelo belo texto.
Gostaria de elucidar uma dúvida:
O batismo de fogo de ANITA GARIBALDI se deu em 4 de novembro de 1839, na cidade de Imbituba, a bordo da embarcação Rio Pardo.
Consta, entretanto, que em 15 de julho de 1839 o Rio Pardo teria naufragado na costa de Jaguaruna.
Trata-se da mesma embarcação?
Grato por tua consideração, amigo Júlio Cancelier. Quanto ao barco que afundou próximo a foz do Rio Urussanga, hoje Praia do Campo Bom pertencente à cidade de Jaguaruna, não foi o Seival. Foi o Farroupilha, que tinha o próprio Garibaldi como seu comandante. Após o naufrágio, Garibaldi e os sobreviventes caminharam até a a Barra do Camacho, onde encontraram o Seival, o que sobreviveu à borrasca, que era comandado por John Grigs. Depois de assumir o comando dele, Garibaldi singrou com ele pelo interior do complexo lagunar e com apenas quarenta homens tomou a cidade de Laguna. Foi o Seival que inicialmente abrigou os primeiros encontros entre Garibaldi e Anita, enquanto ancorado junto à Barra de Laguna. Valeu?
Valeu amigo, parabéns por se dedicar com tanto entusiasmo ao estudo deste assunto tão caro para todos nós catarinenses. Forte abraço!
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