ADILCIO CADORIN*
“Yo vengo a hablar de um
hermoso lugar de que yo se que te vas a enamorar. Tiene bellas paisajes,
grandes volcanes y gente de buenas tinajes y se tu quieres saber de donde me
inspiro, de mi bela GUATEMALA, es de la que yo escribo”
(autor desconhecido)
Aficcionado pela história das civilizações antigas, sempre que escutava a palavra “maya”, ficava sugestionado por muitas lendas e enigmas que me haviam despertado com as
informações dos quase cinco milênios de história desta raça. Provocado pela
leitura das obras de Erick Von Danicken,
na década de 1970, tive oportunidade de as ler de uma só assentada que, em resumo, sustentavam a
tese de que os deuses dos
ameríndios eram astronautas. Aguçada minha
intrometida imaginação, passei a especular sobre a origem do homem no
Continente Americano.Portanto, foi a mesma curiosidade que no ano passado
motivou nossa viagem ao Peru para conhecer in loco
a história da Civilização Inca, que nos fez empreender nova viagem à Guatemala,
coração de extinta civilização mesoamericana, na esperança de que conhecendo suas ruínas,
seus museus e a população remanescente,
poderia serenar minha inquieta bisbilhotice sobre a história deste povo que
gestou a maior e mais duradoura civilização das américas: os mayas.
Chegando em Guatemala City Foto do autor |
Novamente desfrutando da agradável parceria de minha companheira
Ivete e mais o casal Marilda Mendes e
Jorge Laranjeira, embarcamos para a cidade de Guatemala, onde tivemos a
oportunidade de conhecer museus e
instituições que preservam o patrimônio material e imaterial desta Civilização.
A Guatemala, oficialmente denominada como República da
Guatemala, é um país da América Central,
limitado a oeste e a norte pelo México, a leste por Belize, pelo Golfo das Honduras e
por Honduras, e a sul
por El Salvador e pelo Oceano Pacífico.
Sua capital é a cidade da Guatemala,
que também é seu maior e mais populoso centro urbano. É o terceiro maior
país da América Central. Assim como outros países centro-americanos, a
Guatemala possui diversos lagos, cadeias de montanhas, que são prolongamento da
Serra Madre Mexicana com grandes vulcões, pois alguns ainda estão ativos, como
o Tajumulco, com 4.210 metros de altitude e o Tacaná, com 4.093
metros. Ao sul e a leste as altitudes são menores. O Vale Motagua, na
planície de El Petén, é um dos principais campos de fósseis de
dinossauros. É também a região mais fértil do país e onde se concentram as
principais atividades econômicas, com destaque para o cultivo do milho e a
banana. Na região próxima ao Pacífico, as plantações de cana-de-açúcar e café
são as mais importantes. A temperatura é quente nas planícies e fria nas
montanhas. No litoral do Pacífico, o clima é o tropical, e na costa caribenha
os termômetros chegam a atingir 38 °C. Na floresta da planície de
El Petén o clima é quente, e o grau de umidade varia de
acordo com a época do ano. Seu nome é originário da língua quiche, que
significa um “lugar de muitas árvores”, em virtude das densas e frondosas
florestas que cobriam a quase totalidade de seus diferentes territórios. O
quiche é uma das 23 línguas ainda faladas pela população em suas diversas
regiões. Embora o espanhol seja a língua
utilizada oficialmente, todas as outras 23 faladas em suas respectivas regiões
também são consideradas oficiais, todas consideradas línguas mayas. O país tem uma área de 108.889 km² e a abundância
de áreas biologicamente diversas, significativas e exclusivas da Guatemala
contribui para a classificação do país como expoente da biodiversidade. Sua moeda oficial é o quetzal, cujo câmbio com o dólar, em janeiro deste
ano, necessitava de 7,35 quetzales para
comprar um dólar americano ou dois reais brasileiros. O nome desta moeda se originou do pássaro do
mesmo nome, que os mayas também designavam como sendo uma "serpente
de penas" em virtude do movimento de sua longa cauda ao voar, hoje em vias
de extinção.
Sua cauda possui cerca de 60 centímetros, enquanto seu corpo possui apenas 30 centímetros. É uma ave solitária, que se alimenta de frutos e insetos localizados nos troncos das árvores.
Habita as regiões mais altas de Guatemala e os mayas lhe prestavam culto, pois o consideravam como sendo uma ave sagrada. Após sua independência da Espanha em 1821, a Guatemala tornou-se parte da Estados Unidos da América Central, mas a dissolução desta Confederação jogou o País em uma grande instabilidade política, que também atingiu os demais países da Mesoamérica durante meados do Século XIX.Com 15,5 milhões de habitantes, a Guatemala é o país centro-americano mais populoso, e o segundo mais densamente povoado. A população é formada majoritariamente por indígenas e descendentes. Sob o solo da Guatemala existem placas tectônicas que possuem três falhas geológicas conhecidas como Jocotanm, Montagua e Polochic, o que ocasionalmente gera terremotos, provocando a inevitável erupção dos vulcões, alguns em atividade. Os mayas construíram suas cidades por todo o território do País, edificando-as num período compreendido de quase 5000 mil anos, desde 3000 a.C. até 1.600 d.C., desorganizando-se politicamente e administrativamente de forma gradual a partir dos anos 900 d.C., fato que facilitou em muito a conquista espanhola, pois em 1521 quando os conquistadores chegaram muitas cidades já eram ruínas e pouco remanesceu do potencial, esplendor e domínio que os mayas desfrutavam sobre a Península do Yucatã. Além da Guatemala, construíram cidades onde hoje está os territórios de Honduras, Belize, na parte sul do México e na parte oriental de El Salvador.
Ao voar sua cauda serpenteia no ar. Foto Inguat |
Sua cauda possui cerca de 60 centímetros, enquanto seu corpo possui apenas 30 centímetros. É uma ave solitária, que se alimenta de frutos e insetos localizados nos troncos das árvores.
Quetzal - Foto Inguat |
Habita as regiões mais altas de Guatemala e os mayas lhe prestavam culto, pois o consideravam como sendo uma ave sagrada. Após sua independência da Espanha em 1821, a Guatemala tornou-se parte da Estados Unidos da América Central, mas a dissolução desta Confederação jogou o País em uma grande instabilidade política, que também atingiu os demais países da Mesoamérica durante meados do Século XIX.Com 15,5 milhões de habitantes, a Guatemala é o país centro-americano mais populoso, e o segundo mais densamente povoado. A população é formada majoritariamente por indígenas e descendentes. Sob o solo da Guatemala existem placas tectônicas que possuem três falhas geológicas conhecidas como Jocotanm, Montagua e Polochic, o que ocasionalmente gera terremotos, provocando a inevitável erupção dos vulcões, alguns em atividade. Os mayas construíram suas cidades por todo o território do País, edificando-as num período compreendido de quase 5000 mil anos, desde 3000 a.C. até 1.600 d.C., desorganizando-se politicamente e administrativamente de forma gradual a partir dos anos 900 d.C., fato que facilitou em muito a conquista espanhola, pois em 1521 quando os conquistadores chegaram muitas cidades já eram ruínas e pouco remanesceu do potencial, esplendor e domínio que os mayas desfrutavam sobre a Península do Yucatã. Além da Guatemala, construíram cidades onde hoje está os territórios de Honduras, Belize, na parte sul do México e na parte oriental de El Salvador.
Guatemala na Península Yucatan |
Dos ainda poucos conhecidos quiches, os mayas herdaram alguns conhecimentos, entre eles a escrita por símbolos, que sofreram alterações influenciadas por outras línguas que eram faladas por povos por eles conquistados e congregados ao longo dos milênios seguintes. Os mayas surgiram por volta de 3000 a.C., mas na época eram inexpressivos e sua história foi dividida pelos estudiosos em três períodos:
-Pré-clássico - de 2500 a.C, até 300 d.C.;
-Classico - de 300 d.C. até 900 d.C., seu período áureo;
-Pós-clássico- de 900 d.C., quando iniciou seu declino, até 1697,
quando foram completamente dominados e conquistados pelos espanhóis.
Pedras com hieroglifos no Museo Nacional de Arqueologia y Antropologia. Foto Jorge Laranjeira |
Na capital guatelmateca passamos o primeiro dia visitando os diversos
pavilhões e galerias do Museo Nacional de Arqueologia y Etnologia,
onde nos municiamos com informações preliminares sobre a religiosidade,
cultura, economia, arquitetura, organização social,
estrutura política, costumes e o cotidiano dos mayas. Com estes conhecimentos e
esclarecimentos, sentimo-nos preparados para as visitas que iríamos fazer nos
dias seguintes aos sítios arqueológicos.
Uma das diversas galerias do Museo Nacional de Arqueologia y Antropologia. Foto do Autor |
AGRICULTURA
Este povo desenvolveu apurado sistema de produção agrícola, que se adequou
às variações geográficas e climáticas de cada uma de suas ecléticas regiões e cidades. Marcavam seus
ciclos agrícolas pela astronomia, religião e arquitetura, esta última através
de monumentos de pedra que indicavam de forma perfeita o leste, por onde o Sol saía, assim como o
oeste, por onde o Sol se punha, com o que lhes dava a conhecer os solstícios de
verão e de inverno, ou seja, as datas corretas para semeaduras e
colheitas. Guiados pelo mapas
produzidos em 1978 com as imagens do satélite JPL/SAR da NASA, que indicavam a
existência sob a densa floresta de longos e antigos canais, os estudiosos Luiz
Luján e Patrick Culbert, da Universidade
do Arizona, pesquisaram in loco uma área de
cerca de 80 mil quilômetros quadrados entre a Guatemala e Belize, utilizando veículos em alguns trechos, cavalos, canoas e a pé. Cruzaram pântanos e
matas densas. Segundo seus relatos, encontraram os vestígios e seguiram longos canais
mayas, que possuíam cerca de tres metros
de largura por cinquenta centímetros de profundidade e que foram utilizados para drenar a água de pântanos e irrigar áreas onde
não havia. Nelas cultivam milho, batatas,
algodão, fumo, feijão, cacau, sizal, aboboras, amaranto, diversos cerais, muitos tipos de frutas e variadas hortaliças,
praticando uma agricultura extensiva e sedentária, já que após dois ou três anos de colheitas as terras esgotavam sua
capacidade produtiva, obrigando-os abandona-las, buscando outras áreas. Levando
em consideração que a população maya tenha atingido milhões de habitantes que
necessitavam ser alimentados, este sistema agrícola intensivo e sedentário causou grande supressão da mata nativa em toda
a região que dominavam, fato este que também teria causado mudanças climáticas, movimentos migratórios, abandono
de cidades e construção de novas, fator que
influenciou na decadência
de sua organização social. Além de irrigações, os canais também serviram
para o transporte de seus produtos agrícolas, que eram navegados por canoas de
fundo chato. À esta civilização devemos a cultura do milho, da batata e do
fumo, fato que é relatado em um de seus mais importantes códices, o Popol Vuh, uma
espécie de bíblia dos mayas, que mais
adiante será relatado. Este milenar documento registrou que a batata foi
cultivada pela primeira vez na montanha que denominaram Huliznab, cuja tradução
significa “lugar da primeira batata”. Segundo Antonio Aspiros (El Gran
Reportasje de Los Mayas – Editorial Posada – Cidade do México – 1987), a
primazia maya no cultivo destes três produtos agrícolas foram confirmados por evidências paleobotânicas, arqueológicas,
etnológicas, citológicas, morfológicas e genéticas. Impressionou-nos a
informação também contida no Popol Vhu, de que utilizavam o fumo medicinalmente.
O tabaco, inevitavelmente cancerígeno em virtude da forma como é
industrializado em nossos dias, era utilizado para curar alergias, cólicas,
dores reumáticas, infecções pulmonares e cicatrizações, fato confirmado por
diversos estudiosos.
FILHOS DO MILHO
Tamanho foi seu desenvolvimento agrícola que os povos adjacentes
contemporâneos passaram a designar este povo como criadores do milho, que
os primitivos e anteriores povos conheciam como “mays”. É que há milênios o
milho tinha um aspecto bem diverso do que hoje conhecemos, sendo sua
espiga bem menor. Foi após a fixação do grupo nômade que lhes deu origem, que ao
longo de alguns séculos conseguiram aprimorar e desenvolver a cultura do mays,
obtendo espigas maiores e diversos tipos com cores diferentes, passando o mesmo
a ser essencial para sua sobrevivência. Por este motivo passaram a ser
conhecidos como mayas, os que vieram do mays ou seja, os “homens do milho”.
Diversos tipos de milho. Pintura de artista desconhecido - Foto do autor |
ESCRITA COM HIEROGLIFOS
De todas as populações pré-colombianas que habitaram o grande continente
americano, apenas os mayas criaram um rústico alfabeto e o desenvolveram ao
longo dos séculos, com o qual foi possível elaborarem seus códices,
espécies de livros desdobráveis em forma de sanfona, cujos textos estão
redigidos utilizando oitocentos caracteres hieroglíficos, que inicialmente foram esculpidos em pedras dos templos e monumentos. Posteriormente, com
o andar dos séculos, desenvolveram um tipo de papel produzido a partir da casca
de algumas árvores, sobretudo algumas espécies de figueiras. Os mayas chamavam
este papel de “huun”, que passaram a utilizar somente por volta de 400 d.C. (ASPIROS, Antônio - El
Gran Reportaje de Los Mayas – Editorial Posada – Cidade do México – 1987). O
conhecimento sobre o sistema de escrita maya continuou a existir no início do
período colonial espanhol mas, como parte da uma campanha de erradicação de
rituais que a Santa Inquisição considerava pagãos, em meados de 1500 o
bispo espanhol Diego de Landa y
Escandon, ordenou a recolha e a destruição de todas as obras escritas em línguas
mayas. Um número apreciável de códices e literaturas milenares escritas pelos sacerdotes mayas foram destruídos, remanescendo apenas os que
algumas autoridades e nobres espanhóis haviam remetido para a Europa antes da
destruição ordenada pela Igreja
Católica. Talvez o mais importantes dos códices seja o “Popol
Vuh” que, muito embora seja ignorado o nome do autor, foi escrito na língua
quiche. Logo após a chegada dos espanhóis, o padre espanhol dominicano
Francisco Ximenes conquistou a simpatia e confiança dos mayas da cidade de Chichicastelnango,
com quem apreendeu a língua e a escrita quiche, e lhe sendo permitido, em 1544 copiou
o texto integral do Popol Vuh, que os mayas o consideram sagrado e que havia
sido escrito em data bem anterior. O padre fez uma cópia no texto original e o
traduziu em coluna paralela para o espanhol. Esta cópia manuscrita se encontra
hoje na Biblioteca Newberry, de Chicago (RECINOS, Adrian - Las Antiguas Histórias del Quiche- Guatemala-
2001).
Códice de Desdren - Foto - www.google.com.br/codice+maya+dresden&oq |
Segundo o Padre Francisco Ximenes registrou em sua cópia, o Popol Vhu relatava
a história milenar da origem dos índios no território da Guatemala e a criação
e o crescimento das arvores, das vegetações, dos animais, aos quais foi dado um
lugar especial. Após criadas as florestas, dos seus vários elementos foi
retirado o material para fazer o homem, até que o milho o aperfeiçoou e
tornou o homem definitivo (www.ejemplode.com/41-literatura/1869-
resumen_del_popol_vuh). Além da criação, o Popol Vuh, relatava os
movimentos migratórios dos antecessores dos mayas, até sua fixação. Também
registrou uma longa lista em ordem cronológica e genealógica de seus reis, os
seus confrontos, as guerras contra outras cidades e diversos outros fatos que
atualmente tem auxiliado os estudiosos na compreensão e no resgate da história
desta civilização perdida. Outros livros/códices
importantes dos mayas se salvaram. Um deles, o Códice Tonalamatl de Aubin,
encontra-se em Paris, outro em Madri e o terceiro salvo da fúria da Inquisição,
que ficou conhecido como Códice de
Dresde, encontra-se atualmente na Biblioteca Nacional de Sajonia, em Desdre,
cidade da Alemanha, desde 1740. (ASPIROS, Antônio – El Gran Reportaje de Los
Mayas – Ed. Posada – Cidade do México – 1988). De um dos guias que nos acompanhou na visitação que fizemos às ruínas de
Tikal, recebemos a informação impressionante do fato de que a civilização maya
se iniciou em 11 de agosto de 3114 a.C..
Disposto a conferir a até então duvidosa informação, encontrei sua confirmação
no trabalho do estudioso George Stuart, que em 1975 publicou na revista
National Geografic Magazine, uma matéria justificando que encontrou esta data
após minucioso estudo do Códice de Dresde, tendo ali achado os elementos para
interpretação astrológica do calendário maya, que indica ser verdadeira a
informação que nos foi dada pelo guia. Tal fato também é confirmado por outro
estudioso do tema, Tomas Doreste em sua obra (Guia Extraterreste de México y
del Continente – Ed. Lanzarote – México – 1977), que afirma que esta data de
3114 a.C. refere-se ao momento da chegada dos ancestrais à América Central. Mas
também há quem interprete que esta data marcou a chegada de extraterrestres na América
Central, de quem os mayas teriam assimilado muitos conhecimentos que lhes permitiu
evoluírem, conquistarem, superarem e
absorverem os povos e cidades adjacentes. Portanto parece-nos incontroverso o fato de
que algo realmente muito significativo ocorreu nesta data que registraram no
Códice de Desdre, ficando debitado este esclarecimento às futuras pesquisas dos
dedicados cientistas e experts.
MESES COM VINTE DIAS – O CALENDARIO MAYA
Além dos quatro pontos cardeais que hoje são conhecidos universalmente,
os mayas incluíam um quinto ponto: o centro dos quatro outros. Suas construções
de cidades e templos obedeciam rigorosa obediência ao centro em relação a
posição dos outros quatro pontos cardeais. Para observações dos astros,
edificavam seus monumentos alinhados pelos pontos cardeais e dependendo da
destinação, os ataviavam de acordo com a posição dos astros em uma determinada
data de seu calendário. Assim possuíam três calendários, que foram
desenvolvidos gradualmente. O primeiro a se desenvolver foi o lunar, depois,
o solar, e por fim a "contagem longa". Os sistemas que registravam a
passagem dos dias, semanas, meses regiam a vida cotidiana e religiosa, enquanto
que o de contagem longa marcava os momentos importantes de sua história.
Acasalando a matemática e a observação do céu, conseguiam determinar com uma
precisão incrível a duração dos ciclos lunar, solar e de Vênus. Segundo eles,
Vênus passa pela Terra a cada 583,935 dias, muito próximo do mesmo tempo que os
astrônomos de hoje registram, cujo número correto é 583,920 dias. Um das
maiores contribuições para a matemática foi o conceito de zero, dominado por
eles no ano de 325 d.C., fato que os europeus só descobriram cerca de 700 anos
depois. Os maias já tinham conhecimento de que a Terra era redonda e que o Sol
não era o centro do Universo, fato que os europeus só vieram a descobrir
séculos após, com as observações de
Galileu Galileu. Enquanto a Europa mantinha-se estagnada em seus
conhecimentos sobre astronomia, os mayas
avançaram neste campo, mesmo sem possuírem nenhum instrumento sofisticado. O Códice de Desdre contém um calendário conhecido como
“Tabla de Venus”, onde registraram e previram com exatidão todas as datas dos
eclipses solares e lunares, além do alinhamento dos planetas que durante
séculos foram observados pelos sacerdotes e astrônomos mayas. Com base em suas
permanentes observações, estabeleceram ciclos que serviam de indicadores para
as datas que deveriam tomar decisões e desenvolverem as mais diversas
atividades, desde a procriação humana que, segundo registram seus códices,
indicam com absoluta segurança o dia que as mulheres deveriam ser fecundadas
para gerarem filhos homens ou mulheres.
Este Códice
possui 39 folhas inscritas em ambos os lados e cerca de 358 centímetros de
comprimento, e originalmente foi dobrado de maneira semelhante a uma sanfona. Está
ilustrado com hieróglifos, numerais e figuras, além de calendários de rituais, de
previsões, cálculos das fases de Vênus, eclipses do Sol e da Lua, instruções
relacionadas às cerimônias de ano novo e descrições do Deus da Chuva. Culmina
em uma miniatura de página inteira mostrando um grande dilúvio. O pesquisador
de destaque que trabalhou com os códices maias no século XIX foi Ernst
Förstermann, que elucidou os sistemas
numéricos dos calendários e astronômicos no Códice e determinou que as
deidades, os números e os nomes dos dias contidos nele estavam relacionados ao
calendário de 260 dias. Förstermann também utilizou o códice para fornecer
importantes contribuições ao conhecimento acadêmico sobre o calendário maya de
contagem longa, que conta os dias desde a data de 3114 a.C. (ASPIROS, Antônio – El Gran Reportaje de Los
Mayas – Ed. Posada – Cidade do México – 1988). Convergem os estudiosos para o fato de que o conhecimento de astronomia
que os mayas possuíam era o mais avançado de sua época, e fundamentados nestes
conhecimentos desenvolveram a astrologia, que para eles não havia diferença
entre ambos, tratando-as como uma única ciência. Apenas para
comparação, nosso Calendário Gregoriano, que foi promulgado pelo Papa Gregório
XIII e está em vigor desde 1582, tem uma defasagem anual de seis horas entre a contagem
dos dias e o movimento da Terra em torno do Sol, necessitando de um dia a mais
a cada quatro anos (ano bissexto) para corrigir a defasagem. Algumas entidades
esotéricas da atualidade, fundamentados em estudos de astrônomos e experts, tem
argumentado que devemos rever nosso Calendário Gregoriano e adotarmos o
Calendário Maya, pois levam em consideração que o Gregoriano foi instituído há
mais de cinco séculos, num período que a nossa civilização patinava em termos
de conhecimento sobre astronomia. Havia ainda outro calendário, este religioso e
que se baseava no movimento realizado pelos planetas Vênus, Marte e outros, conhecido como Calendário Sideral,
que para a contagem do tempo se utilizava do movimento de astros, menos o Sol e a Lua. Neste calendário,
chamado de “Tzolkin”, o ano durava 260 dias e era dividido em 13 períodos
de 20 dias cada. Partindo do fato de que treze são os principais ciclos que
rodeiam o nosso planeta, o Calendário Maya de 13 luas propõe que toda a
humanidade possa sintonizar-se com esses padrões naturais. Não é demais lembrar que a Lua dá
exatamente 13 voltas de 28 dias ao redor da Terra e que o ciclo de 28 dias também é conhecido por sincronizar-se com o ciclo
menstrual da mulher. Os 13 ciclos de 28 dias funcionam como meses perfeitos, sem
a habitual confusão de 30 e 31 dias do nosso Calendário Gregoriano. Além
disso, dentro de um mês com 28 dias encaixam-se 4 semanas perfeitas de 7 dias, que
nunca ficam incompletas ou divididas, não havendo necessidade do ano bissexto. Segundo
Tales Pinto, (http://brasilescola.uol.com.br/historia-da-america/o-calendario-maya), a data de 21 de dezembro de 2012 foi o fim do Longo Ciclo Maia,
ditado pelo calendário que tinha como contagem os dias corridos, composto de
1.872.000 dias.
Os três calendários mayas. Crédito do desenho: www.google.com.br/search?q=longo+ciclo+calendario+maia |
O Longo Ciclo, pelo qual já teríamos passado, iniciou-se no ano de 3.114 a.C. e terminou em 21 de dezembro de 2012, no solstício de verão no Hemisfério Sul. Os mayas utilizavam seus diferentes calendários de forma sincronizada, o que os levava a localizarem o mesmo dia em “anos” diferentes, tanto no calendário solar quanto no sideral. As posições dos dias nos calendários solar e sideral demoravam a se repetir, o que acontecia apenas a cada 52 anos. Por este motivo, não viam necessidade de marcar seus anos. Era uma forma extremamente complexa para se localizar no tempo, mas bem exata, já que se adequava aos movimentos dos principais astros e não apenas do movimento da Terra ao redor Sol. Para melhor se localizarem no tempo passado ou futuro, eles criaram a “Roda do Tempo”, um mecanismo que conjugava as indicações dos três calendários, representados por três círculos com engrenagens, o que possibilitava a indicação exata dos dias nos diferentes calendários.Seu calendário solar foi criado com base em suas observações do movimento do Sol. Para tanto, em diversas cidades construíram um conjunto de três edifícios que marcavam a exata posição do nascer e por do Sol, marcando a posição deste em cada um dos dias de todo período, ininterruptamente, até que o Sol recomeçasse voltar a nascer em sentido leste/oeste e vice-versa, repetindo os mesmos movimentos anteriores. Esta posição solar era vista e registrada de um local exato, que ficava no alto de uma quarta pirâmide, que nada mais era do que um observatório astral.
Ruinas do Observatório de Chicken Itza - Foto www.google.com.br/ObservatórioEl+Caracol |
Embora nesta nossa viagem não tenhamos visitado as ruínas de Chichén Itzá onde se encontra o Observatório El Caracol, o mesmo é considerado o mais importante monumento que os mayas construíram a partir de 660 d.C., para suas observações e estudos da astronomia. Sua estrutura arquitetônica permite fazer observações dos astros com grande precisão. Estudando os resultados fornecidos pela câmara alta do Caracol, descobriu-se que o primeiro ponto de observação dá a direção exata do sul; o segundo mostra o cenário da Lua em 21 de março; o terceiro aponta a direção do oeste, bem como a configuração do Sol nos equinócios de 21 de março e 21 de setembro e, finalmente, outra observação através da mesma abertura corresponde ao pôr-do-sol no solstício de verão, no dia 21 de junho. Esses dados são os alicerces do sistema maya. A partir desta edificação, do topo da torre, seus surpreendentes astrônomos fizeram observações das estrelas e registraram e previram todos seus movimentos. Também porque esta construção possui forma muito semelhante à dos observatórios modernos, o El Caracol é considerado um dos principais edifícios da Civilização Maya.
Dos observatórios visualizavam o movimento solar Desenho de autor desconhecido |
RELIGIAO
Conforme registrado no Popol Vuh, acreditavam que no passado remoto
haviam tido diversos mundos, que
desapareceram por sucessivos dilúvios
universais e que o mundo em que viviam era palco de contínua e permanente luta entre deuses bons e deuses maus. Também
acreditavam na existência de uma alma e sua imortalidade depois da morte, e que
após a morte havia um paraíso e um inferno, para onde iam as almas boas e as
más. Em sua concepção teológica o universo era composto por três níveis
sobrepostos: o céu, que era subdividido
em treze diferentes níveis onde habitavam treze divindades boas; a terra, onde
habitavam os homens, animais e tudo mais que existia e o infra mundo, onde
habitavam nove divindades do mundo inferior. No entanto, a religião que adotaram sofreu
muitas variações, isso devido a longevidade de sua civilização que sofreu influências
de outros povos com quem comerciavam e de cidades e povos que dominaram. No que
pese serem muito contestadas, existem pesquisadores e autores que sustentam a
tese de que tiveram contato com seres extraterrestres, de quem apreenderam
diversas ciências e as incluíram em sua religião. Um destes extraterrestres, a
quem denominaram “Pakal”, chegou a ser um grande rei, como narraremos mais
adiante. Basicamente não se tratava de
uma religião igual as nossas, com um
deus autoritário capaz de premiar ou de castigar. Tratavam de
viver de acordo com o modelo que lhes inspiravam os astros e a natureza.
Esse ideal religioso direcionava cada uma das vidas. Eram monoteístas, acreditando num único deus
supremo, o Hunab Kú, mas possuíam dezenas de deuses secundários, tais como o deus Kinich Ahau,
que era considerado patrono da caça, da música e da poesia; Itzamná, o
deus dos céus, da noite e do dia; Chac
o Chac, o deus mais venerado e popular,
senhor das chuvas e protetor das colheitas; Ah Puch, o deus soberano de
gênio malévolo, senhor da morte, das guerras e dos sacrifícios
humanos; Saman Ek, o patrono dos
comerciantes; Ixtab, o deus da caça e
dos suicídios e Huracanb, deus dos ventos e dos trovões, dentre outros. Mais tarde, o povo tolteca os influenciou a
adotar Kukulcán, que ganhou supremacia sobre os demais deuses e se tornou uma divindade popular. Para que os
deuses fossem benévolos, acreditavam necessitarem de sangue humano, que
ofereciam em cerimônias religiosas imolando no alto de seus monumentos os
prisioneiros, devedores de impostos e muitas vezes voluntários. Com o passar
dos séculos e dos conhecimentos que desenvolveram, a religião foi elemento
unificador dos mayas, principalmente no Período Clássico. Seus grandes centros cerimoniais foram as
cidades de Tikal, localizada na Guatemala e de Palenque, localizada no México, monumentais marcos erigidos pela força de suas fés e
crenças religiosas.
POVO LÍTICO
No aspecto tecnológico sua atividade industrial mais importante foi a lítica, posto que vieram a conhecer o cobre e outros metais
somente a partir do anos 1100 d.C, em diante, quando declinava sua civilização. Até então
usavam diversos tipos de pedras, sendo
as mais utilizadas a obsidiana, o pedernal, o sílex e o jade, principalmente
este último, face a grande quantidade e variedade deste mineral que dispunham. Com elas produziam suas armas, ferramentas,
móveis, máscaras mortuárias e adornos que eram utilizados exclusivamente pela
nobreza, dentre outros objetos. E como foi
com pedras que ergueram suas fantásticas estruturas arquitetônicas, para
compreender esta tecnologia lítica, ficamos sabendo que usavam pedras de
diversos graus de dureza, que atualmente são medidas numa escala de 1 a 10, sendo que a pedra mais dura será
sempre capaz de riscar e até cortar as
de menos dureza. Entre os mayas este
conhecimento foi muito útil, o que lhes deu suporte ao seu desenvolvimento
tecnológico. Para conhecer um pouco mais
de sua arte lítica, durante nossa presença em Antígua, visitamos o Museu do
Jade Maya, onde desenvolvem atividades
líticas para demonstrarem e venderem aos visitantes. Pudemos testemunhar que a obsidiana
e um tipo de jade escuro eram os mais utilizados para esculpir, modelar e cortar peças de ouros tipos de pedras com
menor dureza, tais como o jade verde claro, o calcário, o sílex e outras.
Tendo
em seu subsolo três placas tectônicas e diversos vulcões, os minerais, como o
jade, por exemplo se tornaram abundantes, pois se formaram graças a existência
de gazes emanados das profundidades por altas pressões e elevadas temperaturas. Nos foi explicado que os blocos com os quais ergueram seus monumentos
eram tirados das pedreiras fazendo riscos profundos com pedras mais duras, que
após produzir uma fenda de poucos centímetros de profundidades, eram segregadas
do bloco monolítico com o uso de cunhas de pedras de maior dureza. Depois das
explicações, fomos levados à loja onde estão à venda produtos originalmente
produzidos com ferramentas líticas.
Mascara de Jade no Museu do Jade. Foto do autor. |
MEDICINA E ODONTOLOGIA MAYA
Os médicos mayas eram conhecido como Dzac Yah. Eram
homeopatas, com um amplo
conhecimento das plantas medicinais que
suas exuberantes florestas produziam. Em seus códices registraram e
prescreveram tratamentos de acordo com
os diagnósticos das doenças que
registraram. Eram pessoas que tinham a faculdade de compreender e interpretar
as características de cada doença através
da conversa com o doente e assim
receitar as curas com a indicação de ervas e seu modo de preparo.
Complementarmente também usavam métodos físicos, como o sangramento por
sanguessugas ou com dentes secos de cascavel, perfurações com espinhos de porco-espinho ou peixes e as massagens para curarem certas doenças.
(wikipedia.org/wiki/Medicina_maya) Dentre
sua gente, os curandeiros ou "médicos mayas", eram conhecidos e
respeitados por sua eficiência,
cujas práticas e emprego de ervas como
remédios ainda tem grande aceitação e
são largamente utilizadas por seus descendentes. Já no ramo da odontologia, em
relação aos países que concomitantemente se formavam na Europa, os mayas foram pioneiros. Ao longo de deste último
século, muitas arcadas dentárias foram encontradas com dentes incrustados com
pedras preciosas. Murais e desenhos inscritos nos templos e pirâmides
registraram como praticavam a odontologia. É bem possível que as incrustações dentárias que faziam tivesse algum significado
religioso, ornamental ou denunciassem uma determinada posição política
ou social. No entanto, a perfeição dos
implantes que realizaram nos dentes, demonstram que dominaram uma
tecnologia considerável.
Crânio maya no Museu do Jade Foto do autor |
"Dentista" maya. Foto Curionautas |
ORGANIZAÇÃO POLÍTICA E SOCIAL
Com uma população que recentes estudos
universitários afirmam ultrapassado a vinte milhões de pessoas, e que o
Almanaque Mundial em 1985 havia afirmado serem de treze a quinze milhões de
habitantes, cada cidade maya contava com uma autoridade máxima, equivalente a
um rei, que detinha poderes adquiridos por
hereditariedade. As cidades eram consideradas cidades-estados que
dispunham de grande autonomia, mas que eram regidas por uma espécie de Confederação,
formada por uma grande coalisão durante sua existência. Cada cidade possuía sob
seu mando diversas aldeias no seu entorno e outras mais distantes. Desde os primeiros momentos desta
civilização, a família e o parentesco foram a base da sociedade maya. A organização familiar era
extensa, incluindo até terceira geração, todos
vivendo em uma mesma casa, onde os mais velhos eram os chefes. Sua população era dividida em castas, regidas
por grupos familiares e que, segundo Fenrir (http://www.doismiledoze.com/os-deuses-maia), o rei
da cidade era conhecido como halach-uinic,
que designava os chefes de cada aldeia,
o bataboob, que desempenhava funções civis, militares e religiosas.
O comandante militar, o nacom, era eleito a cada três anos. Outros cargos
importantes eram os guardiões, os tupiles, e os conselheiros, os ah holpopoob.
A nobreza maya incluía dignitários, sacerdotes, guerreiros e comerciantes. A
classe sacerdotal era muito poderosa, pois detinha o saber relativo à evolução
das estações e ao movimento dos astros, de importância fundamental para a vida
econômica, que era baseada na agricultura. Os sumos sacerdotes dominavam
os segredos da astronomia, redigiam os códices e organizavam os templos. Tanto
as artes quanto as ciências eram de domínio exclusivo da classe sacerdotal.
Abaixo do sumo sacerdote havia os ahkim, encarregados dos discursos religiosos;
os chilan, que faziam os prognósticos e
os ahmén, os feiticeiros. Os artesãos e camponeses eram conhecidos como ah
chembal e uinicoob e constituíam a
classe inferior. Além de se dedicarem ao trabalho agrícola e à construção de
obras públicas, pagavam impostos às autoridades civis e religiosas. Na base da
pirâmide social estava a classe dos pentacoob,
formada pelos escravos e por prisioneiros de guerra ou infratores do direito
comum, obrigados ao trabalho forçado até expiarem seus crimes. Para serem
conduzidos aos postos administrativos e religiosos, tinham que fazer por merecer, mostrando
méritos e aptidões através de um exame consistente que incluía decifrar enigmas
e interpretar expressões figurativas. Os
candidatos que fracassavam tinham que estar dispostos a morrer. Para aspirar ao
poder, o indivíduo tinha que saber interpretar palavras e escrita. Se o
aspirante fosse eleito, ele era tatuado com pictogramas na garganta, no pé, e
na mão. Os reis das cidades governavam
com a ajuda de seus parentes diretos, e seu cargo era hereditário para garantir
a continuidade e a hegemonia das linhagens principais. Os membros da nobreza e
parentes de segunda linha dos reis cumpriam distintas funções. Os bataboob se
dedicavam à percepção de tributos, à administração da justiça, ao ofício da
escrita e oficializavam os sacerdotes.
Nobre maya Museu do Jade - Foto do autor |
Tipica vivenda de agricultores mayas - Painel do Museu de Arqeologia Foto do autor |
Tipico mercado maya. Painel do Museu de Arqeologia Foto do autor |
PAKAL – REI E ASTRONAUTA ?
Nos museus e nas bibliotecas que visitamos, encontramos muita literatura
sobre uma descoberta que ocorreu em 1952 pelo arqueólogo Alberto Luiz Lhuiller
na cidade mexicana de Palenque. Depois de escavações no interior de uma das
maiores edificações dos mayas, que desceu 45 degraus abaixo do solo, Lhuiller
descobriu a câmara mortuária onde estavam os restos mortais de K’inich Janaab’
Pakal, que tinha o rosto coberto por uma máscara entalhada em pedra de jade. Sobre
seu sarcófago, tapando-o, havia uma grande e grossa lápide pesando 3.000
quilos, onde na parte superior se encontra entalhada enigmática figura que
ainda hoje fascina os estudiosos e cientistas, inclusive a NASA. Lamentavelmente
o tempo que dispúnhamos não nos permitiu visitar este sítio, pois ficava fora
de nossa planejada rota, há cerca de 400 quilômetros de Tikal, onde estávamos.
Assim, aguçado pela curiosidade sobre este rei maya, sempre que tive
oportunidade, debrucei-me sobre o tema na farta literatura que encontrei em
livrarias e bibliotecas que visitei.
No Museu do Livro Antigo Foto Ivete Scopel |
Reprodução em tamanho real do Rei Pakal, com réplica da máscara e ornamentos de jade, como foi encontrado em Palenque - Foto Ivete Scopel |
Para os ufólogos e estudiosos
comprovarem a tese de que Pakal provinha do espaço, argumentam que, além de seu tamanho
descomunal em comparação com a estatura médias
dos mayas, a gravura que estava entalhada na enorme tampa de pedra da sua urna
funerária, não deixa dúvidas de que Pakal foi ali retratado pilotando uma espaçonave,
na mesma posição vertical em que ficam os atuais astronautas, quando no
interior de suas cápsulas são lançados ao espaço. Observando detalhadamente a
gravura, Pakal aparece com suas mãos e
pés colocados sobre alavancas que serviam para pilotar a nave, e olhando com atenção, verifica-se que em seu
nariz está conectado um dispositivo com
equipamentos da nave, que supostamente o ajudaria a respirar. Seus pés representam estarem acionando pedais
para decolagem e sua roupa tem algumas características que coincidem com os atuais
astronautas. Abaixo da imagem do piloto, a gravura retrata que de base inferior
de capsula, saem labaredas de fogo, dando a impressão de que a nave está sendo
impulsionada para o espaço. Por estas aparentes similaridades com um astronauta
decolando rumo ao espaço, os americanos despertaram interesse e através da NASA,
fizeram uma longa investigação e sua conclusão estimulou as afirmações de que
se tratava de uma piloto em uma espaçonave. Embora não tenham assim afirmado, concluíram
que a gravura entalhada possuía nada menos do que 16 pontos idênticos aos
painéis das suas atuais naves espaciais.
Tumba do Rei Pakal , em Palenque Foto: google.com.br/search?lapide+de+pakal |
Desenho da imagem esculpida na lápide de Pakal. Foto blogdomailton.webnode |
Teve como esposa Tz’akb’u Ajaw, com quem teve três filhas mulheres, motivo pelo qual após sua morte seus netos é quem governaram. Conhecido como Pakal - que significa escudo, Pakal- o Grande, ficou reconhecido pela evolução que incrementou na cidade de Palenque, que era conhecida como B'aakal, que era uma cidade modesta quando ascendeu ao trono, e foi por meio de seus esforços que Palenque se tornou um dos grandes centros urbanos da Mesoamérica, rivalizando mesmo com o poder e o esplendor de Tikal. Pakal a tirou da obscuridade, dotando-a de grande poder político e econômico através da execução de seus projetos, responsáveis pela edificação de diversos templos, especialmente o Templo das Inscrições. Pakal assumiu o trono de Palenque aos 12 anos, em 615 d.C., e governou com êxito até sua morte aos 80 anos de idade. As remanescentes ruínas de Palenque visíveis nos dias modernos são apenas uma pequena fração da cidade antiga desenvolvida e expandida por Pakal durante seu reinado. O resto da vasta metrópole permanece soterrado e inexplorado na selva circundante. Tive oportunidade de folear diversas publicações afirmando que Pakal detinha conhecimentos até então desconhecidos, e que os transmitiu aos seus sábios e sacerdotes, fazendo com que sob seu governo e nos de seus sucessores houvesse um grande desenvolvimento da cultura e da economia de Palenque. De fato, prevalecendo a divisão das diversas eras da civilização dos mayas, constata-se que durante o Período Clássico, ou seja, de 300 d.C. a 900 d.C., houve a grande evolução maya, acentuando-se durante e após o governo de Pakal, O Grande.
CIDADES MAYAS
Há poucos anos
imaginava-se que haviam poucas cidades e pequenos povoados mayas, que haviam sido tomadas completamente
pela mata que sobre elas floresceu após 900 d.C., quando iniciou o processo de
degradação de sua estrutura política. Além da mata, movimentos sísmicos teriam contribuído
para que estes sítios fossem encobertos e permanecessem escondidos por séculos.
Pesquisas inovadoras, que utilizaram a tecnologia chamada LiDAR, cujo
termo foi apropriado das palavras “luz e radar”, que utiliza luz de lasers
ultravioletas, visível ou infravermelho, fizeram novas descobertas usando
sensoriamento remoto, que pode ser usado em uma ampla gama de alvos, incluindo
objetos não metálicos, rochas, chuva, compostos químicos, aerossóis, nuvens e
até mesmo moléculas únicas. Colocado o equipamento em um satélite e disparando
laser em direção a região alvo do solo, e analisando a luz refletida de volta,
puderam assim calcular tamanhos, alturas e distâncias, copiando as imagens
obtidas para produzir mapas tridimensionais. Esta nova técnica permitiu que os
pesquisadores mapeassem os contornos do que descreveram como dezenas de cidades
mayas soterradas que descobriram, escondidas que estavam sob as raízes da milenar selva espessa, e que haviam sido abandonadas
pelos habitantes originais, incluindo pirâmides, palácios, calçadas, lares, terraços, centros cerimoniais, canais
de irrigação e fortificações, que uma vez constituíram a enorme civilização
pré-colombiana, como uma megalópoles espalhada, muito mais complexa do que a
maioria dos especialistas jamais acreditara. A
equipe de arqueólogos escaneou com seus raios uma área de 2.100 quilômetros quadrados da selva e
encontraram cerca de 60.000 novas estruturas nos últimos dois anos, até então
desconhecidas e que estão localizadas no Departamento de Petén, onde também
estão localizadas as ruínas de Yasha e de Tikal, que visitamos. Segundo Thomas
Garrison, pesquizador do Colégio de Arqueologistas da National Geographic
Explorer, (https://celebrityrave.com/article/new-images-ancient-mayan), a
abundância de muros defensivos, muralhas e fortalezas revelados pelas novas
imagens sugere que a guerra era
abundante e que a América Central assistiu o nascimento, o florescimento, a ruína e o sepultamento de
uma sociedade mais avançada do que as culturas antigas da Grécia e da China. Além das estruturas anteriormente
desconhecidas, as imagens mostram rodovias elevadas que ligam centros urbanos entre
sí à locais portuários e à pedreiras, dentre outros. Também encontraram
sistemas avançados de irrigação e terraços agrícolas onde desenvolveram
técnicas para uma civilização agrícola que foi uma das mais avançadas a surgir
no Continente Americano.
Assim, a moderna tecnologia ajudou os pesquisadores a descobrir sites muito mais rápido do que usar métodos arqueológicos tradicionais. "Agora não é mais necessário cortar a selva para ver o que está por dentro. É uma revolução da arqueologia maya”, disse Marcello Canuto, um dos principais integrantes e pesquisadores do projeto em entrevista ao canal de TV da National Geografic. "As imagens do LiDAR deixam claro que toda essa região era um sistema de assentamento cuja escala e densidade populacional haviam sido grosseiramente subestimadas", afirmou Thomas Garrison, arqueólogo do Ithaca College e National Geographic Explorer ao canal de TV da National Geographic. Com esta descoberta, divulgada pelo jornal argentino El Pais e pelo canal televisivo da National Geografic, coincidentemente nos dias que estávamos na Guatemala, os cientistas passaram a estimar que a população maya superou em muito a casa dos 15 milhões de habitantes que a National Geografic havia estimado décadas antes. ra característica das antigas cidades mayas, conforme apurado pelos experts e que já constava no Popol Vuh, indica que as cidades tinham atividades diferentes e especificas, como por exemplo, Copán, era considerada a cidade dos astrônomos; Bonampak, cidade dos que produziam murais; Tulum cidade portuária por onde os mayas faziam suas navegações; Ek Balam, cidade onde era praticada a adoração ao Jaguar Negro; Dzibilchaltun, enigmática cidade e centro de cerimoniais; Saylim, a cidade do Grande Palácio; Cobá, cidade dedicada as estrelas; Kohunlich, cidade onde eram produzidas as grandes máscaras; Palenque, morada do Rei Pakal; Calakmul, considerada o Reino da Serpente; Tikal, a cidade dos grandes palácios e pirâmides, dentre muitas outras. Com o passar dos tempos, as principais cidades deixaram de ser apenas centros cerimoniais para ir-se convertendo em populosos núcleos habitacionais, o que motivou o surgimento de muros para fortificação, principalmente após determinado período quando a casta militar ficou subordinada aos sacerdotes.
Pesquisadores analisam imagens do LiDAR. Foto National Geografic |
Assim, a moderna tecnologia ajudou os pesquisadores a descobrir sites muito mais rápido do que usar métodos arqueológicos tradicionais. "Agora não é mais necessário cortar a selva para ver o que está por dentro. É uma revolução da arqueologia maya”, disse Marcello Canuto, um dos principais integrantes e pesquisadores do projeto em entrevista ao canal de TV da National Geografic. "As imagens do LiDAR deixam claro que toda essa região era um sistema de assentamento cuja escala e densidade populacional haviam sido grosseiramente subestimadas", afirmou Thomas Garrison, arqueólogo do Ithaca College e National Geographic Explorer ao canal de TV da National Geographic. Com esta descoberta, divulgada pelo jornal argentino El Pais e pelo canal televisivo da National Geografic, coincidentemente nos dias que estávamos na Guatemala, os cientistas passaram a estimar que a população maya superou em muito a casa dos 15 milhões de habitantes que a National Geografic havia estimado décadas antes. ra característica das antigas cidades mayas, conforme apurado pelos experts e que já constava no Popol Vuh, indica que as cidades tinham atividades diferentes e especificas, como por exemplo, Copán, era considerada a cidade dos astrônomos; Bonampak, cidade dos que produziam murais; Tulum cidade portuária por onde os mayas faziam suas navegações; Ek Balam, cidade onde era praticada a adoração ao Jaguar Negro; Dzibilchaltun, enigmática cidade e centro de cerimoniais; Saylim, a cidade do Grande Palácio; Cobá, cidade dedicada as estrelas; Kohunlich, cidade onde eram produzidas as grandes máscaras; Palenque, morada do Rei Pakal; Calakmul, considerada o Reino da Serpente; Tikal, a cidade dos grandes palácios e pirâmides, dentre muitas outras. Com o passar dos tempos, as principais cidades deixaram de ser apenas centros cerimoniais para ir-se convertendo em populosos núcleos habitacionais, o que motivou o surgimento de muros para fortificação, principalmente após determinado período quando a casta militar ficou subordinada aos sacerdotes.
TRANSPORTE POR ESTRADAS, RIOS, CANAIS E ROTAS MARÍTIMAS
Caminhando por cerca de seis
quilômetros em trilhas reabertas pelo meio da mata e sobre antigas estradas em
meio as ruínas, ainda quase que totalmente encoberta por densa floresta,
podemos perceber e registrar antigas estradas revestidas por uma espécie de
asfalto branco, ainda bem conservadas, que
segundo nosso guia, os espanhóis denominavam o material de revestimento como
sendo “estuco”, que foi inicialmente utilizado pelos maias para fazer a ligação entre os templos da cidade, estendendo-os mais tarde para fazerem as ligações entre algumas de suas cidades. Os mayas denominavam estes caminhos como Sacbé, termo iucateque que significa estrada branca, porque as pedras e areias tinham origem calcária.
Caminhos permanecem revestidos há milênios, ao lado de pirâmides ainda cobertas pela mata, a espera de escavações arqueológicas. Foto do autor |
Estradas resistiram as centenárias árvores. Foto do autor |
CENOTES
Cenotes são conexões entre áreas alagadas, superficiais ou subterrâneas. Enquanto
os cenotes mais conhecidos são grandes piscinas medindo muitos metros
de diâmetro, como as existentes em Chichén Itzá, o maior número de cenotes são
pequenos e estão em locais abrigados e muitas vezes não tem qualquer água de
superfície exposta. O termo cenote também é empregado para descrever
formações parecidas e presentes em outros países como em Cuba e na Austrália. As águas
dos cenotes geralmente são límpidas, porque esta provem de filtragem
de água de chuva lentamente através do solo e, portanto, contém poucas
partículas suspensas. A taxa de fluxo das água subterrânea dentro de
um cenote pode ser muito lenta. Em diversos
casos, cenotes são áreas onde seções do teto das cavernas
cederam, revelando um sistema de cavernas subjacente.
O Cenote Sagrado de Chichen Itzá Foto: google.com.br/searchcenote+sagrado+cancun |
O MORTAL JOGO DE BOLA
Os mayas assimilaram dos olmecas um jogo de bola, que
também foi praticado por outros povos, inclusive os incas e os astecas. Suas
regras variaram de acordo com a cultura e a religião de cada povo que o adotou,
sofrendo alterações com o passar dos muitos séculos. Segundo a Wikipedia (Jogo_de_Bola_Mesoamericano), os mayas chamavam ao jogo de bola de pitz, e a ação de jogar, era
denominada de pitziil, isso em sua língua clássica. A associação destes
jogos à mitologia era central para sua crença religiosa. O mais antigo campo de
jogo ainda existente tem sua construção
datada com precisão remontando a 500 a.C. Está localizado em Nakbé, no Departamento de Petén, na Guatemala. O número de jogadores ou pitziil variava
de 2 a 5 por equipe, que utilizavam proteções na cabeça (pix'om), nas
ancas (tz'um), nos joelhos e nos cotovelos (kipachq'ab'), que eram feitas de
pele de jaguar ou veado. As partes corporais referidas eram as únicas a poder entrar
em contato com a bola (kid), feita de uma mistura de látex e de seiva da arvore da flor conhecida como dama-da-noite. A
bola tinha um diâmetro que variava entre
25 a 30 cm e o peso máximo era de 3 kg, isso durante o Período Clássico.
O mortal jogo de bola maya- Foto: google-pinterest |
Jogadores mayas observam o sul (em preto) dos pontos cardeais, o inframundo dos mayhas. Painel de autoria desconhecida - Foto do autor. |
A bola deveria passar pelo aro, equivalente as atuais goleiras. Foto Pinterest |
As paredes do campo de jogo de bola de Chichén Itzá, retratam equipes adversárias, com o líder da equipe vencedora segurando a cabeça decapitada do líder adversário, que se encontra de joelhos com sangue em forma de serpentes jorrando do seu pescoço. O objetivo do jogo era enviar a bola para o lado do campo defendido pelo adversário. No clássico tardio, o principal era enviar a bola através do buraco redondo de um dos dois aros de pedras, colocados nas duas paredes verticais de cada lado do campo de jogo, no meio da linha lateral do campo. Cada jogador tinha muitas vezes um colega de equipe diretamente atrás dele, em apoio. Na versão mais comum, o jogo iniciava com a bola sendo atirada à mão para o campo, e a partir desse momento os jogadores apenas podiam bater a bola de um lado para o outro do campo com as coxas, ancas e braços, sem poder chutar ou agarrar com as mãos, tentando faze-la entrar em um dos dois aros colocados nas paredes verticais e laterais do campo. Em algumas versões do jogo, os pés eram usados como no futebol atual.
Campo para jogo de bola em Chichen Itza - Foto Murilo Pgani |
Noutras eram usados bastões, pás ou raquetes. Não existem testemunhas do jogo de bola praticado pelos mayas do período clássico, mas talvez o jogo praticado pelos astecas e testemunhado pelos espanhois no século XVI possa ser comparável. Perdia pontos o jogador ou equipe que deixasse a bola tocar no solo mais que uma vez antes de a enviar de volta ao meio-campo adversário, ou que deixasse a bola sair do campo, ou ainda que falhasse na tentativa de fazer a pesada bola atravessar os aros laterais. Os aros ficavam a uma altura de aproximadamente seis metros do solo, como se observa nas ruinas de Chichén Itzá. O jogo tinha conotações místicas, pois consta em inúmeras inscrições entalhadas em pedras, vasos e monumentos que representam o jogo como sendo a luta entre os deuses do dia e da noite, ou as batalhas entre deuses do céu e senhores do inframundo. A bola simbolizava o sol, lua ou estrelas, e os aros significavam o nascer e o pôr-do-sol. Estes campos eram considerados portais para o inframundo, e eram construídos em zonas baixas ou aos pés de grandes construções verticais. O Popol Vuh define a importância do jogo de bola maya muito além de um mero desporto e fornece importantes analogias para a interpretação do jogo desde uma perspectiva mitológica. Estava anoitecendo quando embarcamos em uma viagem de ônibus, que durou cerca de 12 horas, de Guatemala City até à cidade de Flores, pertencente ao Departamiento de Petén, onde estão localizadas as remanescentes ruínas de diversas cidades, sendo Yasha e Tikal as mais importantes, distantes uma da outra por cerca de 60 quilômetros.
O PARQUE NACIONAL YASHÁ NAKUM NARANJO
Estava amanhecendo quando chegarmos em Flores, que fica em uma pequena
ilha, e dela seguimos imediatamente com
uma van até o vilarejo de El Remate, opção que tomamos para ficarmos mais
perto das ruínas de Yasha e Tikal.
Nos hospedamos num hostel muito simples, com
quartos de madeira e sem banhos privativos. Tão logo chegamos, ainda pela manhã,
alugamos cavalos e com eles subimos as encostas de antigos caminhos mayas
que percorrem a mata e unem antigos pueblos, contornando a Laguna Yasha.
Contornando a Lagoa de Yasha - Foto do Autor |
Foto do autor |
Muitas pirâmides ainda soterradas são acessíveis por escadarias improvisadas - Foto Jorge Laranjeira |
Principal conjunto de templos de Yasha - Foto Inguat |
Foto do autor |
TIKAL – A GRANDE CAPITAL MAYA
No dia seguinte, antes de amanhecer, uma van nos
buscou para visitarmos o Parque Nacional Tikal. Criado em 1955, em 1979 todo
seu território foi declarado pela UNESCO como Patrimônio da Humanidade, por sua espetacular riqueza cultural e natural,
com vastas variedades de fauna e flora.
Ocupa uma área de 576 km². Dentro do
parque existem as ruínas de três antigas cidades mayas: Uaxactun, Zotz e Tikal, a maior e mais importante.
Maquete da Acrópolis Central de Tikal - Museo Nacional de Arqueologia Foto do autor |
Foto do autor |
Templo do Grande Jaguar, em Tikal - Foto do autor |
Tikal - Foto Klikriver |
A cerca de 300 metros, está a Grande Pirâmide, que possui 35 metros de altura, erguida em conformidade a um complexo de observação e comemoração astronômica.
Tikal fotografada do espaço pelo LiDAR recentemente revelou estruturas arquitetônicas até então desconhecidas e encobertas pela mata. Foto Washington Post |
CONHECENDO A “LAGUNA DE ATITLAN” E SEUS VULCÕES
Depois de nossa visita à Tikal, retornamos à cidade/ilha de Flores e ao anoitecer,
embarcamos para vencer os cerca de 500 quilômetros de volta para Guatemala
City, onde chegamos no amanhecer e dedicamos o dia para conhecer o cotidiano da
população guatelmateca mais humilde. Com
taxis e “toc-tocs” conhecemos os bairros mais populosos, mas nos detivemos
maior tempo junto ao enorme e popular Mercado Público, que nos oportunizou
conhecer a tipicidade do artesanato, da indumentária popular, os condimentos, ervas terapêuticas, infusões
e uma infindável lista de ervas
medicinais e também para prática de rituais místicos, além dos diversos tipos
de frutas, verduras e tubérculos, muitos
dos quais por nós desconhecidos. Para conhecermos o Lago Atitlan, necessitamos
viajar à cidade de Panajachel, para onde nos dirigimos embarcando num “chicken bus”, aqueles ônibus escolares antigos e bicudos, bem desconfortáveis e que tem as
passagens mais baratas, motivo pelo qual são os mais utilizados pela população,
fato que nos fez optar por este meio para podermos testemunhar e conviver por
algumas horas uma aventura incrível. Explico: a expressão inglesa “chicken bus”, que
significa “ônibus de galinhas”, dá exato
sentido, pois que além do transporte humano, também é utilizado para levarem
animais domésticos para serem vendidos nas cidades.
Um "chicken bus" e um "toc-toc", típicos meios de transportes nas
cidades ribeirinhas do Lago Atitlan- Foto Jorge Laranjeira |
Lago de Atitlan e seus vulcões - Foto TripAdvisor |
O Lago Atitlán está situado nas terras altas da Guatemala, no Departamento de Sololá. Apesar de ser considerado o mais profundo dos lagos da América Central, o seu fundo não foi ainda completamente estudado e estima-se que a sua profundidade seja de até 400 metros, com uma área alagada de 130 quilômetros quadrados, rodeado por altos cerros e por três vulcões: o Atitlán, o San Pedro e o Toliman, todos sem nenhuma atividade vulcânica.
Foto Inguat |
O Lago teve origem vulcânica,
cuja erupção ocorrida há cerca de 84 mil
anos, formou uma enorme caldeira geológica. É famoso por ser considerado um dos
mais belos lagos do mundo. Em sua bacia lacustre existem extensas plantações
de café e
uma variedade de culturas agrícolas, sobretudo milho. O lago é muito
piscoso, com rica fauna aquática, que se constitui numa fonte de alimento
significativa para as populações ribeirinhas. Trata-se
de um lugar imperdível de se conhecer. Para chegar à Panajachel, nosso destino,
e no Lago que fica nas faldas de uma cadeia de montanhas, fomos ziguezagueando
cordilheira abaixo, desfrutando de panoramas lindíssimos, pois além da lagoa, podemos
avistar a imponência dos três vulcões
que a circundam.
Trilhas pelas montanhas permitem aos visitante acessarem "miradores" do Lago de Atitlan - Foto do autor |
A
cidade de Panajachel é bem pequena, mas devo confessar que nunca havia visto
uma cidade com mais turistas do que o número de sua população. E turistas
predominantemente norte-americanos, que lotavam os hotéis, restaurantes, lojas e barracas de artesanato que se encordoam nas calçadas de
suas poucas ruas. No pé das montanhas e dos vulcões que margeiam o Lago, existem pequenas e antigas cidades mayas,
sendo as mais importantes Santa Catalina; San Lucas de Toliman; San
Antonio; San Marcos la Laguna; Santa
Clara; Santa Cruz la Laguna; San Pedro
la Laguna e Santiago Atitlán, esta antiga cidade maya, que assim a denominaram
os espanhóis, após ocupa-la. Estas cidades podem ser acessadas em um tour de um
ou mais dias por pequenos barcos, que
partem do pequeno porto de Panajachel pela manhã e voltam ao final da tarde. O barco que nos levou fazer um tour pelo Lago, nos desembarcou em portos de quatro cidades, dando-nos um
tempo limitado para conhecer cada uma das cidades, fazer refeições ou lanches e
visitar seus monumentos, sua cultura e atrativos turísticos. Assim que
iniciávamos caminhar a partir dos portos pelas coloridas ruelas, éramos
abordados por uma horda de vendedoras, que com suas coloridas roupas típicas,
nos ofereciam variado artesanato característico, desde vestimentas
tradicionais, adornos, flautas, máscaras, bijouterias de jade e esculturas de
todos os tipos esculpidas em madeira ou em larva vulcânica. Ofereciam seus produtos insistentemente,
dando o preço inicial e diante da nossa negativa, reduziam os preços em até
cinquenta por cento do valor inicialmente pedido. Podemos notar uma expressiva presença das
artes plásticas, principalmente com coloridas pinturas que enaltecem os valores
de sua cultura.
Santiago fica em uma baía do Lago Atitlan entre os vulcões San Pedro, com 2.846 metros de altitude, a oeste da cidade, enquanto o vulcão Toliman, que sobre a 3.144 metros, fica a sudeste da cidade, e o vulcão Atitlán, com um cume de 3.516 metros de altura, está a sudeste. A maioria absoluta dos moradores são descendentes dos mayas. Antes dos espanhóis chegarem, Santiago era a capital do povo Tz'utujil e seu nome era Chuitinamit. Tivemos ainda a oportunidade de conhecer o Museu de Tecelagem Cojolya, fundado e administrado pela Associação Cojolya de Mulheres Mayas, que mostra a história, as tradições e o processo de coloração, tecelagem e a evolução do traje tradicional dos tz’utujil. Já em San Marcos La Laguna fomos conhecer La Colmena Del Lago, uma associação de pequenos produtores de mel produzidos a partir de quatro tipos diferente de abelhas, onde se destacam as abelhas nativas sem ferrões e que também servem para produzir vinho de mel, conhecido como aguamiel.
Santiago de La Laguna |
Santiago fica em uma baía do Lago Atitlan entre os vulcões San Pedro, com 2.846 metros de altitude, a oeste da cidade, enquanto o vulcão Toliman, que sobre a 3.144 metros, fica a sudeste da cidade, e o vulcão Atitlán, com um cume de 3.516 metros de altura, está a sudeste. A maioria absoluta dos moradores são descendentes dos mayas. Antes dos espanhóis chegarem, Santiago era a capital do povo Tz'utujil e seu nome era Chuitinamit. Tivemos ainda a oportunidade de conhecer o Museu de Tecelagem Cojolya, fundado e administrado pela Associação Cojolya de Mulheres Mayas, que mostra a história, as tradições e o processo de coloração, tecelagem e a evolução do traje tradicional dos tz’utujil. Já em San Marcos La Laguna fomos conhecer La Colmena Del Lago, uma associação de pequenos produtores de mel produzidos a partir de quatro tipos diferente de abelhas, onde se destacam as abelhas nativas sem ferrões e que também servem para produzir vinho de mel, conhecido como aguamiel.
Em San
Pedro La Laguna conhecemos a produção de móveis artesanais, feitos com madeiras
típicas, que dão forma única ao mobiliário. Alí nos ofereceram diversas
alternativas para práticas de esportes,
desde pescarias com pescadores profissionais, cavalgadas entre cafezais
e até o cume dos vulcões, caminhadas pelas matas, mountain bike, kayaking,
traking, tirolesas e mergulhos, dentre outros. Para os que desejam subir aos
pontos mais elevados destas cidades para desfrutar de belos panoramas, mas que
não desejavam caminhar pelas suas coloridas ruas, havia a alternativa de alugar
um dos vários “toc-tocs”
que existem por todos os cantos destas
cidades, que são adaptadas para levarem até três ou as vezes até quatro
passageiros.O preço da viagem é padrão, 10
quetzales, a moeda oficial da Guatemala,
equivalentes a pouco mais de cinco reais. Mas fomos aconselhados a
sempre perguntar o preço antes de entrar.Com eles subimos por estradas
estreitas e tortuosas até locais onde construíram belvederes, que conhecem como
miradores, a uma altura de aproximadamente mil metros, de onde podemos
descortinar panoramas incríveis com vista para os vulcões, tendo a seus pés as
bucólicas cidades banhadas pelas àguas límpidas e azuis do Lago Atitlán.
Além de conhecer um pouco da história, dos costumes, do diversificado artesanato e a colorida indumentária, tivemos oportunidade de provar os variados pratos típicos da região, que são relativamente baratos, já que uma refeição normal, com pratos a base de abacate, pasta de feião, ovos, banana, pescados, carnes de galinha, porco ou gado para quatro pessoas custou-nos aproximadamente 60 reais, além de muito saudáveis, já que as verduras e tudo o mais é produzido com a fertilidade das cinzas vulcânicas.
O forte da economia destas
cidades é o turismo, cujas agências oferecem caminhadas pelas montanhas,
cavalgadas, ecoturismo, massagens cerimoniais, passeios de barco, mergulhos no
Lago, passeios rurais e turismo de aventura, estes muito praticados, tudo com
suporte profissional que pode ser contratado nas diversas agências que existem nas
cidades lagunares. Abundam as pousadas simples que se escondem em locais
inimagináveis e que parecem ser muito asseadas. Disputando a preferência com a
moeda oficial da Guatemala, o dólar americano é aceito para pagamento em lojas,
restaurantes, hotéis e agências de turismo, motivo pelo qual abundam as
pequenas casas de câmbio, mas que não trocam e desconhecem completamente a
nossa moeda, o real. Pudemos observar que são povoados especiais para práticas
de atividades místicas, esotéricas, relaxar e entrar em contato com a natureza,
com muitas casas especializadas nestas práticas. Algumas vezes fomos
abordados oferecendo-nos massagens com produtos vulcânicos e óleos vegetais. Já San Pedro é conhecida por suas festas e
raves. É o pueblo mais animado para festar. Não deu tempo para presenciarmos
uma de suas festas religiosas, que segundo nos informaram, é imperdível pela
alegria que emana de sua gente.
Além de conhecer um pouco da história, dos costumes, do diversificado artesanato e a colorida indumentária, tivemos oportunidade de provar os variados pratos típicos da região, que são relativamente baratos, já que uma refeição normal, com pratos a base de abacate, pasta de feião, ovos, banana, pescados, carnes de galinha, porco ou gado para quatro pessoas custou-nos aproximadamente 60 reais, além de muito saudáveis, já que as verduras e tudo o mais é produzido com a fertilidade das cinzas vulcânicas.
Antigo Convento e Igreja das Irmãs Capuchinhas - Foto Inguat |
ANTÍGUA - A
ANTIGA CAPITAL DA GUATEMALA
Como último local a ser visitado, fomos conhecer
Antígua, antiga capital da Guatemala. De 2500 a. C. até 900 d.C., os mayas
viveram uma era florescente, entrando depois em declínio por fatores ainda não
bem esclarecidos, fato que ajudou significativamente sua subjugação pelo
conquistador espanhol Pedro de Alvarado, lugar-tenente de Hernan Cortés que
havia conquistado os astecas, no México.
Don Pedro de Alvarado - Conquistador dos mayas e primeiro governante espanhol da Guatemala. Painel existente no Museo de Santiago de los Caballeros - Antigua - Foto do autor |
D.
Pedro de Alvarado, nasceu em Badajós, na
Espanha, em 1485. Em 1510 viajou para a América, atuando como
lugar-tenente de Hernan Cortés na
conquista do México, destacando-se na luta contra os astecas. Quatro anos após, em 6 de dezembro de 1523,
saíu do México com uma expedição para a conquista dos povos que habitavam a
Guatemala e Honduras. No território maya, Alvarado encontrou forte resistência,
embora já decadente sua civilização e estrutura militar. Com muitos poucos espanhóis, colocou em
prática uma política de alianças com povos que haviam sido inimigos dos mayas, de quem recebeu enormes contingentes de soldados para auxiliá-lo.
Depois de vencer os inimigos comuns, subjugava os aliados e suas cidades. Fez
uso de cavalos, de cães de guerra e de armas de fogo, até então desconhecidos
pelos ameríndios, que se defendiam apenas com lanças e flechas. Para não deixar
dúvidas de sua determinação conquistadora, além da superioridade de seu
armamento, Pedro Alvarado usou de ações bárbaras e cruéis, que ele mesmo
justificava como sendo necessárias para “atemorizar la tierra” (LOWELL, George W. – Pedro de
Alvarado y La Conquista de Guatemala nel 1521-1542 – F&G Editores –
Guatemala – 2016) Em 1523, tendo conquistado dos mayas a cidade de Iximché, que
era a capital do reino de Cakchiquel, através de um segundo casamento com uma
princesa maya, Pedro de Alvarado logo a transformou em sede do governo das
demais cidades mayas que havia conquistado e que se encontravam ao longo da
região oeste da América Central, desde o México, todo centro-oeste da Guatemala
e o norte de El Salvador. Nomeado pelo
Rei da Espanha como Governador e Capitão Geral da Guatemala, no ano seguinte,
em 25 de julho de 1524, trasladou a
cidade para o Vale de Almalonga. Em 1541, logo após Alvarado ter falecido e
três dias após sua esposa ter assumido o cargo de Governadora Geral da
Guatemala, um terremoto e a erupção do vulcão Àgua inundou e soterrou a cidade,
matando a efêmera governante. Novamente a capital dos domínios espanhóis na América Central foi transferida, desta vez
para o Vale de Panchoy, cuja cidade, por ter sido fundada em 25 de julho de 1524, o dia do Santiago, passou a ser chamada Cidade dos Cavaleiros de Santiago da
Guatemala.
Panorâmica de Antígua, a partir do Morro da Cruz. Ao fundo o vulcão Água. Foto Inguat |
Desde 1979 toda
Antigua está tombada pela Unesco. Também conhecida como Cidade das Nostálgias, muito asseada, possui
todas as suas ruas calçadas com pedras irregulares, que se harmonizam e alinham
com preservadas e incontáveis edificações e estruturas colonias espanholas, que
hoje abrigam hotéis, hospedarias, restaurantes, cafés, bibliotecas, museos, todos com modernas
instalações internas, sem perderem sua originalidade arquitetônica.
Ruinas da antiga sede da Companhia de Jesus e Ordem dos Jesuítas, semi-destruída por abalos sísmicos, que aguarda ser restaurada. Foto do autor |
Palacio del Ayuntamiento, atual sede da administração da cidade de Antígua. No seu piso inferior encontra-se o Museo del Libro Antiguo e o Museo de las Armas. Foto Ivete Scope |
Arco de Santa Catalina em dia de festa - Foto Expedia |
Antigas construções atingidas por terremotos à séculos ainda aguardam serem restauradas. Foto Jorge Laranjeira |
Área interna da Casa Santo Domingo - Foto Booking |
Restos mortais de um frei dominicano, resgatados na cripta subterrânea do antigo Convento, hoje Hotel San Domingos. Foto Ivete Scopel |
Restos mortais de um nobre espanhol sepultado na cripta subterrânea do Convento Dominicano. Sepultamentos eram sempre feitos com a cabeça voltad para o leste. Foto Ivete Scopel |
Antígua hoje vive e respira história e cultura. Vocacionou-se
para fazer destas atividades a base de sua sustentabilidade econômica. Com uma
população de 50 mil habitantes, o turismo de alto nível é sua principal
economia, pois é a representação da riqueza histórica e cultural, com destaque
para a arquitetônica, que fundiu a arte
hispânica com a arte nativa, dando ao conjunto um ambiente de religiosidade,
misticismo, de preservação e de tradição.
COLAPSO E DECLÍNIO DOS MAYAS
A causa do colapso e abandono das cidades que
capitaneavam a civilização maya, e que
estavam localizadas nas chamadas
“terras baixas” da Península do Yucatã, continua a ser o foco de intenso debate
acadêmico. A expressão “Colapso Maya” marcou o encerramento do Período Clássico e ainda se constitui em um
dos maiores mistérios em arqueologia, devido ao alto desenvolvimento da sua cultura
antes do colapso e à rapidez com que o mesmo ocorreu. Arqueologicamente,
este declínio que teria ocorrido durante os séculos VIII e IX é indicado pela
cessação das inscrições monumentais e pela redução das construções
arquitetônicas em grande escala. Foram identificadas cerca de oitenta
diferentes teorias e variações que tentam explicar o colapso maya. Não
existe uma teoria universalmente aceita, apontando-se o possível
enfraquecimento devido a lutas internas, guerras e rebeliões, bem como o desmatamento
abusivo pela agricultura sedentária e intensiva, além de outros recursos
naturais que teriam debilitado o ecossistema e provocado longas secas e
escassez de alimentos. Os pesquisadores dizem que uma inversão climática e
tendência de secagem entre 660 e 1000 d.C. provocaram competição política e
aumento das guerras, instabilidade sociopolítica global e, finalmente, colapso
político - conhecido como o Colapso Maya Cássico. Quando no primeiro quartel de 1500 os
espanhóis chegaram para conquistarem, ainda havia uma grande população maya, embora
decadente e que há alguns séculos já haviam abandonado suas principais cidades
e viviam em permanentes conflitos e guerras internas entre si ou com povos que
no passado haviam subjugado. Também sua
estrutura administrativa havia
se deteriorado e Don Pedro de Alvarado,
o conquistador da Guatemala soube tirar proveito destes fatores, aliando-se aos
índios “kaqchikeles” e aos “tz’utujiles”, outrora dominados pelos mayas, mas
agora seus inimigos, para
tomar as cidades remanescentes e subjugar suas populações, a quem impôs
suas atrocidades dando azo ao seu lema de “atemorizar la tierra”. Para o escritor esoterista Francisco
Guitieres, (Los Mayas – Ed CHFOP-
Boletin OVNIS Tomo I, nº 6 – México), é ilógico raciocinar que um povo que
alcançou milhões de habitantes
abandonasse repentinamente as cidades de pedras que haviam construído
para perdurarem eternamente. E prossegue
afirmando que as classes dominantes sumiram das cidades, sem deixar registros e
vestígios para que possam ser investigados. Mas ficou a população campesina,
que desprotegida, sem conhecimento para garantir sua sobrevivência,
dispersou-se, migrando para outras regiões, onde foram facilmente dominados, inicialmente
pelos toltecas e depois pelos espanhóis.
Mas o que descendem do povo mais culto e que atingiu o maior nível de
desenvolvimento na América pre-Colombiana, e que outrora foram grandes
navegadores, arquitetos, cientistas, astrônomos, matemáticos, agricultores e
construtores, têm motivos suficientes para
manterem a auto estima e orgulho
por descenderem do povo que ao seu tempo foi expoente na história da humanidade,
embora ainda busquem nas ciências modernas justificativas para compreender como
e porque foram vítimas de um processo que fez a floresta tragar suas cidades e
decretar o apocalipse de sua cultura e história.
*ADILCIO CADORIN é advogado e membro do IHGSC - Instituto Historico e Geográfico de Santa Catarina.
15 comentários:
Impressionante matéria,gostei dos dentistas que a mais de mil anos já faziam tratamento dentário, de fazer inveja. Parabéns pelo seu trabalho. Salete Mattiello.
Parabéns ao amigo, belíssimo trabalho ou melhor uma obra de arte,onde o artista nos leva através de seu olhar a viajar nos seus escritos.
Abraços
Cesar Rabelo
E quem nas nossas gerações não leu Eram os Deuses Astronautas?
Dormir com a cabeça voltada para o leste ainda é, hoje, uma ação praticada por muitos que se dedicam em observar os efeitos da natureza sobre o comportamento.
Viajar é bom, mas em companhia com um conhecedor da história e outra coisa. Turismo, lazer, alegria e cultura foi o que foi nos proporcionado nesta viagem. Ivete Scopel
Um grande e valioso relato de uma viagem. Mostrando como podemos viajar para se divertir e, ao mesmo tempo, absorver conhecimentos da cultura local. Parabéns, meu amigo. Jorge Luiz Laranjeira.
Um grande e valioso relato de uma viagem. Mostrando como podemos viajar para se divertir e, ao mesmo tempo, absorver conhecimentos da cultura local. Parabéns, meu amigo. Jorge Luiz Laranjeira.
Valeu Cesar. Grato.
Já virei a cabeceira da minha cama...
Grato pela tua pacienciosa companhia e estimulo amigo Laranjeira. Sem a participação da Marilda e tua esta viahem não teria dado a mim e à Ivete tanta alegria e prazet.
Verdade Gina, embora tenhamos evoluído na busca às respostas sobre nossas origens, ainda pendem as respostas aos questionamentos do Von Daniken
Viagem fantástica pela história!!! Parabéns pai!
Cadorin, parabéns pelo documentário , nós que estivemos por lá, podemos constatar a beleza de Guatemala e agora ler esse conteúdo maravilhoso é muito gratificante.
Obrigada por sua dedicação.
Marilda Mendes.
Parabéns pelo belíssimo relato!
Muito interessante e relevante saber os detalhes dos acontecimentos...
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