Chegamos domingo (26.05.2013) da
Cavalgada pelo Picadão da Serra. Saímos da sede do MTG em Lages, até a nova
cidade de Pescaria Brava, no CTC do Tio Preto, num percurso de aproximadamente 270 km. Foram 8 dias. Saímos de Lages, passamos
por Painel, Urupema, Rio Rufino, Urubici, Grão Pará, São Ludgero, Tubarão e
Pescaria Brava. Andamos uma média de 35 km por dia.
O grupo saiu com 45 cavaleiros e mais aproximadamente 25 pessoas nos
veículos de apoio. Em todas as cidades
fomos recebidos pelos prefeitos, vices, vereadores e autoridades locais.
Discursos e saudações. Distribuímos e
recebemos folders e materiais publicitários das nossas e destas cidades. Fiquei
impressionado com as belezas naturais da Serra do Corvo Branco, que já
conhecia, mas descendo a cavalo ví paisagens que me extasiaram. Os campos, os
rios, as cascatas que congelam, os banhados, as trilhas, as grutas, as fazendas, os rebanhos bovinos, as
carucacas, as gralhas azuis e a fauna agreste que alarmava nossa passagem por
seus habitat, associado as paradas
para colher os pinhões que despencavam
das imensas e preservadas araucárias, aliadas às plantações de maçãs, foram inebriantes. A sensação do frio com
temperaturas próximas de zero graus que tivemos que enfrentar levantando de
madrugada com os palas cobrindo até as ancas dos cavalos para sairmos troteando
campo-a-fora, eram logo espantadas pelo calor dos primeiros raios e,
principalmente, pelas animadas conversas e solidariedade dos companheiros
oriundos das mais variadas cidades de SC e do RS, o que foi outro destaque.
Mais uma vez, no lombo do meu Baio revi amigos, consolidei amizades
antigas e abriu-se um leque de novas e
sinceras amizades que pretendo cultiva-lás. Comerciantes, industriais,
profissionais liberais, juizes, peões, funcionários públicos e pecuaristas
- logo todos se despiram de seus cargos
e irmanaram-se, demonstrando o companheirismo
e a humildades que norteiam o comportamento que é típico de quem anda a cavalo,
respeita a natureza e cultua nossas origens. Destaque especial para os homens e
a as mulheres do apoio, que a cada chegada da cavalaria nos acampamentos nos
recebiam com festa, como se estivéssemos voltando vitoriosos de uma batalha
campal. Depois de alimentar os animais, já noite, os churrascos, as músicas e
as trovas. Onde quer que pernoitamos, sempre havia alguém com uma gaita ou um
violão. Finalmente a recepção do Prefeito e vereadores junto ao Poço Grande do
Rio Tubarão, onde historicamente os tropeiros lageanos e os canoeiros de Laguna
fundaram a hoje pujante cidade de Tubarão, pois ali se encontravam para praticarem o escambo,
trocando tecidos, louças, sal, pólvora,
armas, cutelaria e outros artefatos importados pelos frutos de seu trabalho na
Serra, tais como pinhão, banha, sebo, couros, charque, selaria e também
rebanhos bovinos, ovinos, muares e eqüinos, o que foi encenado sob o patrocínio
da Prefeitura e da Ordem dos Cavaleiros de SC, com intenção de reverenciarem a
memória dos primeiros habitantes da cidade e comemorarem mais um aniversário de
fundação de Tubarão, simbolismo este que
emocionou quem das barrancas do Rio Tubarão assistiu a encenação. A noite, já
no CTG do Tio Preto, o encerramento, com outorga dos diplomas e as despedidas
que já me deixaram saudoso e com vontade de participar da próxima cavalgada.