ADILCIO CADORIN**
O presente
trabalho é fruto da necessidade de dar-se
maior conhecimento e esclarecer as datas dos fatos que envolvem a história e os
principais acontecimentos da vida de Ana Maria de Jesus Ribeiro, a lagunense
que se tornou conhecida como Anita Garibaldi, a Heroína de Dois Mundos e
Mãe da Pátria Italiana. Os registros datados aqui reproduzidos foram fruto de longas pesquisas e convergem com os
registros e anotações dos principais
biógrafos da Heroína.
1815 –
Junho
13- Casamento em
Lages, Santa catarina, dos pais de Ana Maria de Jesus Ribeiro, nome original de
Anita Garibaldi. Eram eles Bento Ribeiro da Silva, de São José dos
Pinhais e Maria Antônia de Jesus Antunes .
1816 –
Julho
04- Nascimento em
Laguna, da Irmã mais velha de Anita Garibaldi, de nome Felicidade.
1821-
agosto
30- Nascimento de
Ana Maria de Jesus Ribeiro, futura “Heroína dos dois Mundos “, Anita Garibaldi,
em Laguna, Santa Catarina. Não foi localizado o seu registro de batizado
até a presente data. Há pesquisadores brasileiros que a pretendem nascida
em Lages, onde nasceram dois de nove irmãos. Por iniciativa da Câmara de
Vereadores, da Unisul, lojas maçonicas, clubes de serviços e
outras instituições de Laguna, foi solicitado o reconhecimento judicial
da naturalidade lagunense e nacionalidade brasileira de Ana Maria
de Jesus Ribeiro, bem como esta data como sendo a de seu
nascimento.
1822 –
Dezembro
07-
Batismo do irmão de Anita Garibaldi, de nome Manoel, em Lages.
1824-
Setembro
19- Batismo da
irmã de Anita Garibaldi, de nome Sissília, em Lages.
1826 –
Outubro
10- Nascimento
da irmã de Anita Garibaldi, de nome Bernadina, em Laguna.
1828 –
Junho
13- Nascimento
da irmã de Anita Garibaldi, de nome Antônia, em Laguna.
1832 ou 1833 –
Em dia e mês ainda desconhecido,
falece Bento Ribeiro da Silva, pai de
Anita, deixando a esposa e todos seus filhos em extremo estado de
pobreza.
1835-
Agosto
30- Primeiro
casamento de Ana Maria de Jesus Ribeiro, em Laguna, com o sapateiro
Manoel Duarte de Aguiar, na Igreja Matriz Santo Antonio dos Anjos de Laguna, diante
do altar-mor hoje ainda existente no local. Casamento foi realizado contra a
vontade da noiva, que sujeitou-se para dar à sua mãe e irmãos uma vida melhor;
Setembro
20- Começo da
Revolução Farroupilha.
Após o início dos conflitos no rio Grande do Sul, o “Tio
Antônio”, irmão do pai de Anita, homiziou-se na casa de sua cunhada, em
Laguna, por ser procurado e perseguido pelos soldados imperiais, que já
haviam incendiado sua casa em Lages em represália às pregações e incitações
populares que fazia em prol dos republicanos
farroupilhas.
1836 –
Março
12 – Os soldados
imperiais de Laguna recusaram-se a cumprir ordens do Comando Imperial para
deslocarem-se para o Sul, em direção ao Rio Mambitupa, para guarnecerem a
fronteira de Santa Catarina contra um possível avanço do farroupilhas. Pela
desobediência, diversos soldados e oficiais foram presos, gerando clima de
desobediência e um princípio de revolta da população, posto que a
absoluta maioria dos cidadãos conspirava contra o regime imperial, em favor dos
ideais republicanos dos farrapos;
Após pouco mais de
um ano do casamento, que não gerou filhos, em virtude de não ter se consumado
pela rejeição que Anita lhe impôs, e em virtude da divergência que
possuía por compactuar e defender a Monarquia, ao contrário de Anita e da
maioria dos lagunenses, Manoel Duarte de Aguiar alistou-se no Exército
Imperial e retirou-se de Laguna, abandonando Anita;
1839 -
Julho
15- Naufrágio de
Garibaldi com sua nau capitaneá “ Farroupilha" nos parcéis de
Campo Bom (Jaguaruna), na foz do Rio Urussanga, ao sul de Laguna.
Morrem afogados quatorze de seus acompanhantes, quase todos italianos,
entre eles Eduardo Mutru, Luigi Carniglia, Luigi Staderini, Navona, Giovanni
e outros.
21-Garibaldi, tendo
assumido o comando do “Seival”, que conseguira abrigar-se na Barra da
Lagoa do Camacho, navega pela Lagoa do Camacho e canais, atingindo à foz do rio Tubarão,
já em Laguna, sem ter voltado ao mar aberto, aproveitando alagados e canais
avolumados pelas águas de grande enchente no Rio Tubarão.
22- Tomada de Laguna
por Garibaldi, com apenas quarenta homens. Logo após chegam as tropas do
Coronel David Canabarro e os Lanceiros Negros do Tenente Coronel Joaquim
Teixeira Nunes.
29- Proclamação da
República Catarinense em Laguna, que também ficou conhecida como República
Juliana, por ter sido proclamada no mês de julho. A ata que se lavrou na
ocasião, faz parte do rico acervo do Museu Anita Garibaldi, em Laguna.
Agosto -
Em dia que se desconhece,
José Garibaldi “descobre" na Barra da Laguna o amor de sua vida, Ana
Maria de Jesus Ribeiro, então abandonada pelo marido. Ao ser-lhe servido um
café, Garibaldi indagou seu nome, ao que lhe respondeu chamar-se Ana, mas
apelidada de “Aninha”. Garibaldi então lhe disse que passaria a chama-la de
Anita, diminutivo que os italianos dão para o nome de Ana. Ao despedir-se Garibaldi tomou sua mão e lhe
disse: “Tu deves ser minha”;
Enquanto prepara a defesa de Laguna, contra uma provável invasão dos imperiais, Anita e Garibaldi alimentam seu idílio e passam a se encontrarem diariamente, fazendo longos passeios nas praias, onde e quando Garibaldi aprende a cavalgar, visitando Anita em sua casa, localizada no Centro de Laguna.
Enquanto prepara a defesa de Laguna, contra uma provável invasão dos imperiais, Anita e Garibaldi alimentam seu idílio e passam a se encontrarem diariamente, fazendo longos passeios nas praias, onde e quando Garibaldi aprende a cavalgar, visitando Anita em sua casa, localizada no Centro de Laguna.
10- Ouvido o
Parecer do Conselho Governativo, o Presidente Provisório da
República Catarinense, Padre Vicente Ferreira dos Santos, decreta a
Bandeira Nacional: horizontalmente dispostas as cores verde, branca e
amarela, sendo o verde na extremidade superior. Estas cores permanecem hoje na
bandeira do Município de Laguna. Seu brasão de armas traz as palavras dos
decretos governamentais republicanos catarinenses de 1839: LIBERDADE,
IGUALDADE, HUMANIDADE.
21-Garibaldi e Anita
tornam-se padrinhos de batizado do menino Eduardo Ferreira, em Laguna. O nome
de Eduardo, Garibaldi escolheu-o em memória de seu patriota e amigo
recentemente afogado, Eduardo Mutru.
Outubro
23- Início do
cruzeiro de corso, empreendido por Garibaldi, a mando de David Canabarro, para
conseguir suprimentos para a população, cujo porto de Laguna estava bloqueado
pela naves imperiais que ficaram ancoradas no marde fronte à Barra de acesso ao Porto de Laguna, impedindo a entrada e saída
de qualquer navio. Anita embarca no navio contra a vontade de Garibaldi, que
consegue sair do Porto burlando a vigilância do bloqueio das naus imperiais. Anita,
resolvida a não mais deixar Garibaldi, transforma-se em corsária de Republica
Catarinense. Nos dias seguintes participa de abordagens e ataques a
embarcações do Império, apreendendo alguns barcos e suas
mercadorias;
Novembro
03- O
brigue da Marinha Imperial "Andorinha", avista próximo a Ilha de Santa Catarina
(Desterro ) três navios sob
comando de Garibaldi navegando para o sul, e içando bandeira inimiga. O
capitão tenente Francisco
Romano deu-lhe caça, mas Garibaldi consegue alcançar o Porto de Imbituba. Um
dos barcos avistados pela “Andorinha" era o palhabote ‘Seival”, que
trazia Anita entre seus tripulantes.
04- Cercados por diversos navios
imperiais, inicia-se o combate naval de Imbituba, SC, onde Anita Garibaldi
recebe seu batismo de fogo, e oferece a revelação da sua coragem e
bravura. Durante a fuzilaria um tiro de canhão inimigo estilhaça dois marinhos
que estavam ao lado de Anita e a arremessa. Garibaldi pensa estar morta.
Passados instante, recupera-se e Garibaldi a manda abrigar-se no porão, mas
Anita desobedece e diz a Garibaldi que "vou descer ao
porão para enxotar os covardes que se foram esconder", subindo momento
após com três soldados, voltando a disparar contra as naus imperiais, cujo
comandante é atingido mortalmente e se retiram. Garibaldi despacha
por terra parte das mercadorias obtidas durante a expedição de corso. A noite,
com o Seival muito avariado, novamente burlando o cerco dos barcos
imperiais, Garibaldi e Anita retornaram a Laguna.
15- Batalha Naval de Laguna, entre
Frederico Mariah e Garibaldi, envolvendo
cerca de 23 embarcações, das quais
apenas seis sob comando de Garibaldi. Cinco capitães de Garibaldi morrem na carnificina à queima–roupa; ele mesmo, ileso, sobrevive quase que milagrosamente. Anita confirma
sua bravura demostrada em Imbituba, provando seu valor guerreiro e tendências heroicas ao atravessar uma dúzia de vezes o canal da Barra, levando munição e
armamento num pequeno bote a remo, em pleno tiroteio com fogo cruzado. A mando
de Canabarro, e diante da vitória dos imperiais, Garibaldi põe fogo a seus
navios, e se junta às forças terrestres, que se preparam para a retirada para o
sul, marcando o final da República Catarinense.
Dezembro
14-Combate às margens do Rio Pelotas, no
passo de Santa Vitória, no planalto catarinense. Além do Tenente Coronel
Teixeira Nunes e José
Garibaldi e sua tropa, participaram do rencontro Luigi Rosetti e Anita.
18- Vitoriosos no combate do Passo de
Santa Vitória, Nunes, Garibaldi, Anita, Rossetti e Teixeira Nunes, com seus
Farrapos, entram em Lages.
24- Anita reencontra seu Tio Antonio e junto com Garibaldi assiste à “Missa do Galo” em Lages.
1840-
Janeiro
12-Combate noturno nas Forquilhas, no
Capão da Mortandade, em Curitibanos,
nas proximidades do Rio Marombas. Ataque do Coronel Antonio de Melo
Albuquerque, vencedor. Anita Garibaldi cai prisioneira dos imperiais. Após
procurar no campo da batalha o cadáver de Garibaldi que lhe haviam dito morto,
e não o encontrando, Anita foge. Cerca de oito dias depois, sozinha, tendo
atravessado aproximadamente 200 km de mato e pradarias e tendo burlado a vigilância
militar que o Império mantinha nos caminhos, após atravessar a nado os rios Canoas e Pelotas, Anita reencontrou Garibaldi e o Exercito Farrapos retirante, na Vila de Vacaria.
Junho
16- Em tentativa para tomarem o porto de
Rio Grande, os farrapos atacam e dominam São José do Norte, RS, mas, não
conseguem tomar o Porto. Bento Gonçalves, estimulado por Anita, pede ao comando
inimigo que mande medicamentos para
tratar os prisioneiros feridos, que são tratados por Anita. Após tratados,
Bento Gonçalves faz valer seu
característico espírito de humanidade e autoriza a liberdade dos soldados
inimigos feridos, ocasião que lhes pronuncia: "Ide e dizei como os livres
pagam suas dívidas".
Setembro
16-Nascimento do primogênito de Anita e Giuseppe Garibaldi, em São Luiz de Mostardas, no RS, Domingos
Menotti Garibaldi, em Casa da Família Costa, próximo a São Simão. Nasce com a
testa “afundada “, resultado de um coice de cavalo sofrido por Anita durante a
gestação.
25-Ataque de surpresa de Francisco Pedro
de Abreu, o “Moringue “, a São Luiz de Mostardas. Estando Garibaldi ausente, Anita
tem a casa onde se encontrava cercada, mas foge espetacularmente a cavalo, em pelo, no último instante, segurando o recém-nascido Menotti e as rédeas do
cavalo com uma mão e na outra uma garrucha, rompendo o cerco inimigo.
1841-
Janeiro
03- Farrapos iniciam a retirada de
Setembrina, hoje Viamão - RS, seguindo rumo norte através da serra inóspita,
abrindo a "Picada do Rio das Antas", em penosa e demorada marcha, sob
os flagelos da fome e de de chuvas que duraram muitos dias. Garibaldi
revesa-se com Anita, que trazem o filho envolvido num lenço pendurado ao
pescoço, para aquecê-lo. Famintos todos, abatem seus animais para
alimentarem-se. Utilizando um dos últimos cavalos, Anita adianta-se do grosso
da morosa expedição, e consegue atingir o planalto e a sobrevivência do
depauperado Menotti. Chegando aos campos do Planalto Serrano, os
Farrapos seguem ao distante Passo Fundo e chegam em São Gabriel em meados de
Março, ali fixando sua nova
e provisória Capital da República Riograndense.
Maio
Garibaldi desliga-se do Movimento Farroupilha. Após algumas
horas de colóquio com o General Bento Gonçalves, parte para o Uruguai,
com Anita e o pequeno filho Menotti, levando considerável tropa de gado que em
seguida vai perdendo, em grande parte, pelo longo e acidentado caminho até
Montevidéu.
Junho
Anita, Garibaldi e o filho Menoti chegam
em Montevidéu.
1842-
Março
26-Casamento de Anita e Giuseppe
Garibaldi, na Igreja de São Francisco, em Montevidéu.
1843-
Março
23-Batismo de Domingos Menotti Garibaldi em Montevidéu, primogênito brasileiro de Anita Garibaldi.
Novembro
30-Nascimento da filha Rosita Garibaldi,
em Montevidéu
1845-
Fevereiro
22- Nascimento da filha Terezita
Garibaldi, em Montevidéu.
27- Assinatura da paz entre os Farrapos e o Império, em poncho Verde. David Canabarro representa os rebeldes. Bento Gonçalves, doente, não comparece.
27- Assinatura da paz entre os Farrapos e o Império, em poncho Verde. David Canabarro representa os rebeldes. Bento Gonçalves, doente, não comparece.
Dezembro
23-Falecimento da filha Rosita Garibaldi
em Montevidéu. O túmulo no Cemitério Central, com o “nicho” vazio e respectiva
lápide, ainda hoje permanecem conservados.
1846 -
Fevereiro
8- Na Batalha de Santo Antonio del Salto, entre argentinos e uruguaios, onde estes lutavam pela sua independência sob o comando de Giuseppe Garibaldi, Anita participa auxiliando e socorrendo os feridos, organizando o primeiro corpo de enfermagem do Uruguai.
1847-
Fevereiro
4- Nascimento do filho Ricciotti
Garibaldi, em Montevidéu.
Dezembro
27-Giuseppe Garibaldi envia a esposa Anita com os três
filhos para a Itália. Anita Garibaldi e seus três filhos partem definitivamente do continente
natal, mas condiciona levar consigo as cinzas da filha Rosita. Como no Uruguai
a exumação era proibida, Garibaldi promete que furtará os restos mortais,
e os levará logo em seguida, quando partir para a Itália.
Durante os quase sete anos que reside no
Uruguai, a casa de Anita foi transformada em ponto de encontro dos refugiados
italianos que idealizavam voltar para expulsar os estrangeiros e unificar
a Itália. Neste período, Anita aprimora seus conhecimentos e domina as
línguas espanhola e italiana.
1848-
Março
02- Anita Garibaldi desembarca com os
filhos em Gênova, onde è recebida e aclamada por centenas de pessoas que
a aguardavam, saudando-a com fogos e gritos de "viva a família de
Garibaldi, viva a Itália, viva Garibaldi". Em Gênova, Anita participa
de várias festividades que se prolongam por uma semana, onde conclama os
italianos a se prepararem para a chegada do líder que os conduzirá nas lutas
contra os invasores.
04- O jornal de Gênova "Corriere
Mercantile" estampou a notícia: "Chegaram ontem à nossa cidade
a mulher e os filhos de Garibaçldi. Uma multidão de cidadãos
dirigiu-se esta manhã à sua casa e uma bandeira foi oferecida à nobre mulher.
... e Anna Garibaldi exprime seu reconhecimento com
discurso..."
08-Anita com os Filhos parte de Gênova
para Nizza, onde vai fixar residência na casa da sua sogra Rosa Raimondi.
Abril
15-Partida de
Garibalidi de Montevidéu, acompanhado de cerca de setenta companheiros fiéis,
entre eles Francesco Anzani, Gaetano Sacchi, o “Mouro” André de Aguyar e Montanari.
O navio “Speranza” leva, também, os restos mortais de sua filhinha
Rosita, subtraídos do Cemitério Central de Montevidéu, conforme havia prometido
para Anita.
Junho
21-Chegada de
Garibaldi em Nizza, às 11 horas da manhã, após onze anos de ausência da terra
natal.
Outubro
24-Garibaldi parte
com Anita e 72 voluntários, em viagem marítima à Sicília.
1849-
Fevereiro
09-Após expulsar o
Papa de Roma, os republicanos proclamam a República Romana, com o governo Provisório constituído por um
Triunvirato composto por Giuseppe Mazzini, Carlo Armellini e Aurelio Saffi.
26-Anita Garibaldi
chega a Rieti, vinda de Nizza, via Gênova, para encontra-se com o esposo e
passar alguns dias em sua companhia.
Abril
13-Anita Garibaldi
deixa Rieti e retorna a Nizza.
Junho
26- Sabendo que
Garibaldi luta nas muralhas de Roma, que está sitiada por milhares de soldados franceses,
austríacos e espanhóis, Anita Garibaldi consegue burlar o cerco e entra em
Roma, aparecendo subitamente no Quartel-General de Garibaldi na Vila Spada.
Garibaldi apresenta a esposa a seus oficiais, dizendo: “agora temos um
legionário a mais...”
Julho
02- Contra a vontade
de Garibaldi, foi efetuado um acordo para os Republicanos abandonarem Roma. Mesmo
já com febre, Anita se recusa a ficar em
Roma para tratar-se e acompanha Garibaldi e os cerca de 4.700 legionários que se recusaram a deporem
suas armas, iniciando a “Retirada de Roma”, uma hábil estratégia posta em
prática, que se tornou célebre na
História Militar Mundial. Na Retirada, a “Legião Italiana” de Garibaldi
enfrentou e combateu três corpos de tropas inimigas: franceses, espanhóis e
austríacos.
03-Garibaldi, Anita
e os legionários em Tivolo.
04-Em Monte Retondo,
oonde Garibaldi completa 42 anos.
08-Em Cesi, onde permanecem até 11
14-Em Orvieto
15-Em Ficulle
17-Em Cetona
20-Em Monterchi e
Citerna
26-Em San Giustino
27-Em Monte Luna
28-Em Mercatello (
neste dia morre no porto, em Portugal o ex-rei Carlo Alberto)
29-Em Macerata
Feltria
30-Em Carpegna
31-Chegada em San
Marino. O General Garibaldi dissolve a sua “Legião Italiana”, em respeito ao
Direito de Asilo da milenar República que lhe está a exigir esta atitude
dramática. Anita Garibaldi, cada vez mais enferma, rejeita veemente
permanecer na cidade para tratar-se. Garibaldi redige seu histórico
“Manifesto” aos legionários italianos.
Desde a Retirada de Roma foram perseguidos por milhares de soldados
estrangeiros. Até chegarem a San Marino, houveram diversos confrontos, tendo
Anita participado ativamente , mesmo estando bastante enferma e com febre alta.
Agosto
01- Garibaldi tenta impedir que Anita o acompanhe em sua
partida de San Marino, alta Madrugada, mas Anita resiste, e mesmodoente, partem com um
último grupo de 185 fiéis, divididos em duas colunas dirigidas por guias
sanmarinenses. Os dois grupos conseguem “filtrar” pelo cerco das tropas
austríacas, e juntaram-se novamente ao norte do território da República.
02-Garibaldi e
os últimos retirantes chegam a Cesenatico, hoje Porto Garibaldi, às margens do
Mar Adriático. Ali embarcam à noite, com muitas dificuldades em vários
barcos a vela, requisitados, chamados “bragozzi”, em direção à Veneza. Anita Garibaldi piora
visivelmente, aumentando a angústia do marido.
03-As embarcações
dos retirantes são atacadas por navios de guerra austríacos. Garibaldi e seus
desembarcam na praia de Magnavacca, num istmo entre o Adriático e o Lago
Comacchio. Anita, semi-desfalecida, é trazida nos braços de Garibaldi.
Perseguidos por patrulhas de soldados austríacos, que haviam ordenado o
fuzilamento sumário de quem socorresse o
casal, conseguem refugiarem-se em uma rustica cabana de pescadores a beira de um labirinto de canais do Lago Comachio.
04- Ao final da
tarde, sob forte calor, com Anita desfalecida,
Garibaldi chega à Fatoria Guiccioli, onde o médico Nannini a esperava,
mas depois de examiná-la, sentencia que não há mais nada a fazer. Poucos
instantes após, Anita falece. Eram 19:45 hs.
04- Primeiro Sepultamento de Anita. Logo em seguida, preocupado com a ameça de
serem fuzilados se os austríacos descobriram que haviam auxiliado o casal Garibaldi, o feitor da Fatoria ordena
que sepultem o corpo de Anita ainda quente, mandando a dois trabalhadores
que conduzissem o corpo e o enterrassem clandestinamente, distante da sede da Fatoria. Colocaram o cadáver jogado sobre uma carreta
de duas rodas, mas quebrou uma das
rodas e passaram a arrastar a morta pelo chão, por
meio de uma corda que lhe amarraram ao pescoço.
Alguns dias após, a
menina Pasqua dal Pozzo descobre na Landa Pastorara, o cadáver de uma mulher, mal sepultada com
uma mão desenterrada e dilascerada por animais, espalhando-se a notícia do achado de cadáver
de uma “mulher desconhecida”. A polícia providencia a exumação e a necrópsia. Em
virtude da marca da corda amarrada ao pescoço, o médico legista confundiu-se e
registrou que havia sido morta por estrangulamento e que estava grávida de seis
meses.
11- Segundo Sepultamento. O Vigário da Paróquia de Mandriole, autorizado
pelos seus superiores, providencia o reenterro dos restos mortais e nos
fundos da Capela de Mandriole e faz o competente “ assento ‘no
livro de Óbitos, como sendo o cadáver de “mulher desconhecida “, encontrado
na Landa Pastorara, em Mandriole.
12- O Delegado de
Polícia A. Lavotelli comunica a seus superiores o achado de cadáver de
mulher gravida de um feto de cerca de
seis meses, com sinais inequívocos de estrangulamento, e que tudo conduziu a crer
fosse o cadáver da mulher de Garibaldi. Houveram várias prisões, posteriormente
consideradas injustas, que esclareceram
tratar-se do corpo de Anita Garibaldi
1849 – Terceiro
Sepultamento. Garibaldinos liderados por Francesco Manetti sequestraram os restos mortais de Anita, em
virtude da ameaça dos soldados do Papa e austríacos de desenterrarem e consumirem com seus retos mortais.
Quatro Sepultamento.
Algumas semanas após, descoberto o
indevido sequestro, o Vigário Francesco Burzati logrou recuperar os restos mortais, mediante a promessa de sepultá-los no interior da Igreja, o que
foi feito ao lado do altar.
1850 -
Setembro
22- Quinto
Sepultamento. Voltando do longo exílio, Giuseppe Garibaldi translada os retos mortais de Anita Garibaldi, de
Mandriole para Nizza, numa verdadeira consagração garbaldina, em romaria
cívica, através do norte da Itália, e na qual
se fez acompanhar de dois de seus três filhos. No longo trajeto aconteceram manifestações, homenagens e exaltações,
principalmente nas cidade de Ravenna,
Bolonha, Livorno, Gênova e Nizza.
1931-
Sexto Sepultamento.
Como Nizza passou para o domínio da França, por solicitação do Governo de
Mussolini, a França consentiu no traslado dos restos mortais de Anita para
território italiano, tendo sido sepultada
provisoriamente no Cemitério Staglieno, de Genova, até que ficasse pronto
o monumento que Mussolini havia mandado erguer em Roma;
1932-
Junho
02- Concluído o Monumento à Anita no Monte
Gianícolo, o Governo Italiano promoveu
um grande e festivo traslado dos seus restos mortais, transformado
em um dos maiores atos cívicos da
história da Jovem Itália. Seus restos
mortais foram colocados em uma urna, que
foi lacrada no interior do grande monumento erguido
em Roma em sua homenagem.
1999-
Março
22- Em Laguna, com
ampla participação de pessoas jurídicas e civis, foi criada a Fundação Anita Garibaldi,
que mais tarde foi transformada no CulturAnita-Instituto Cultural Anita
Garibaldi, até hoje em plena atividade.
Junho
24- Após processo
judicial patrocinado pelo autor como advogado e requerido em nome da UNISUL – Universidade do Sul de Santa
Catarina, Câmara de Vereadores de
Laguna, Associação Comercial e Industrial de Laguna, Rotary República Juliana, Rotary Clube de Laguna, Sindicato do Comercio Varejista de Laguna, Lyons Clube de Laguna, Loja Maçônica República Juliana, Loja Maçônica Regeneração Lagunense, Loja Maçônica
Fraternidade Lagunense e pela Sub-seccional da Ordem dos Advogados do Brasil, que
tramitou na Comarca de Laguna sob número 98.999395-4, por sentença do Juiz Mauricio Fabiano Mortari, foi judicialmente reconhecida a naturalidade
lagunense e a cidadania brasileira de Ana Maria de Jesus Ribeiro, a Anita
Garibaldi, lavrando-se nesta data o registro de nascimento tardio junto ao
Cartório de Registro Civil das Pessoas Naturais da Comarca de Laguna.
* Fontes de Referência
–
- CADORIN,
Adilcio – Anita a Guerreira das Repúblicas – 1999 – Edição Comemorativa
ao 150º da Morte de An ita Garibaldi - Governo do Estado de Santa Catarina;
-CADORIN, Adilcio – Anita Garibaldi Guerreira da
Liberdade – 2003 – Editora Best Seller;
-DUMAS, Alessandro – Memórie Di Giuseppe Garibaldi –
Editriche Sonzono – 1927 – Milano – Italia;
-GALLO, Max – Garibaldi A Força de Um Destino –
Rusconi Libri – 1982 Milano – Italia;
-GARIBALDI, Giuseppe - Memórie – Giulio Enaudi Editore
– 1975 – Torino – Italia;
-MARKUN, Paulo
– Anita Garibaldi, Uma Heroína Brasileira – 1999- Editora Senac;
-RAU, Wolfgang Ludwig – Anita Garibaldi O Perfil de Uma
Heroína Brasileira – Editora Lunardeli – 1975 – Florianopolis;
** Historiador, advogado militante em Laguna - SC, Membro do IHGSC- Instituto Histórico e Geográfico de Santa Catarina e fundador do CulturAnita – Instituto Cultural Anita Garibaldi.
** Historiador, advogado militante em Laguna - SC, Membro do IHGSC- Instituto Histórico e Geográfico de Santa Catarina e fundador do CulturAnita – Instituto Cultural Anita Garibaldi.