Adilcio Cadorin*
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Caravana lagunense |
Anualmente diversas cidades italianas homenageiam a
memória de Anita Garibaldi, a lagunense Ana Maria de Jesus Ribeiro, considerada
a “Mãe da Pátria Italiana”. Neste ano de
2018, assim como em alguns anos anteriores, o CulturAnita – Instituto Cultural
Anita Garibaldi, com sede em Laguna- SC, foi convidado para participar destes
eventos, tendo organizado uma viagem com uma comitiva de lagunenses. O grupo
viajou em 26 de julho e retornou dia 7 de agosto passado, sendo composto por
Evandro Flora, Secretário Municipal de Turismo de Laguna; Adilcio Cadorin, Presidente
do CulturAnita; Valdoni Marcon, maestro e musicista; Ivete Scopel, Diretora das
Guardiãs de Anita, Vanderlei Luiz Scopel, fotógrafo e mais as guardiãs Nilcéia
Lopes de Magalhaes, Vanere Pires da Rocha, Andréia Noal, Nora Cavalcanti,
Marilda Mendes, Regina Medeiros, Simone Ramos e Eneida Canejo, bem como da visitante Denise Lago.
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Guardiãs em Veneza. Acima, a Ponte dos Suspiros |
Iniciando o roteiro das visitas agendadas pelo CulturAnita, tão logo
chegaram em Roma, na manhã de 27, as Guardiãs e os demais integrantes da
comitiva, foram recepcionadas pela Sra. Anita Garibaldi Jalet, tataraneta da
Heroína. O encontro aconteceu na Porta de San Pancrácio, junto à antiga e
ainda remanescente parte da muralha que cercava Roma. No interior está
localizada a sede da A.N.V.R.G. - Associazzione Nacionale Veterani Reducci
Garibaldini, que é Presidida pela Sra. Anita Jallet.
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Porta de San Pancrácio, que fazia parte da antiga muralha que protegia Roma. Atualmente sede da A.N.V.R.G. |
O local foi onde aconteceram as mais sangrentas lutas durante o verão
europeu de 1849, depois de Garibaldi ter invadido Roma e o Papa ter-se
evadido, motivando a proclamação da Republica Romana e colocando ponto final
ao poder temporal que o Papa exercia sobre a Romagna e outras regiões. Alguns meses após, nas lutas travadas para
retomar Roma, o Exército Papal teve o apoio de cem mil soldados fornecidos pela
França, Espanha e Áustria. Mesmo estando grávida de seu
quinto filho, nestas lutas Anita demonstrou grande coragem e valentia,
servindo de exemplo aos garibaldinos que mesmo sitiados, resistiram semanas
lutando. Discordando do armistício feito pela liderança política da recém
proclamada República Romana, Garibaldi optou por não aceitar o indulto que
acordaram, decidindo continuar sua luta para unificar a Itália e expulsar
os estrangeiros que a dominavam na sua quase totalidade territorial, e que
contavam com o apoio do Papa. Na manhã do dia 4 de julho, Garibaldi convocou
seus oficiais em frente a Porta de San
Pancrácio, onde fez uma proclamação dissolvendo seu exército, mas exortando
seus liderados a continuarem lutando pela unificação italiana. Quatro mil
e setecentos soldados o seguiram. Ao seu lado, montada em seu cavalo estava
Anita, mesmo grávida, com sintomas de febre tifoide, contrariando
Garibaldi, que exigia que ficasse em Roma para ser tratada e dar luz a seu quinto filho. Estava iniciada a
mais espetacular perseguição ao exército garibaldino, fato histórico que
passou a ser conhecido como "A
Trafila Garibaldina".
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Monumento à Anita no Monte Gianícolo, em
Roma, local de seu sétimo sepultamento |
Da Porta de San
Pancrácio, a comitiva lagunense foi visitar o Monumento à Anita Garibaldi,
sob o qual foram sepultados os seus restos mortais, em seu sétimo sepultamento.
Ali as Guardiãs prestaram homenagem à memória da Heroína depositando flores,
entoando o Hino à Anita e prestando solene juramento de preservarem a sua memória
e história. No dia
seguinte a caravana foi recepcionada pelas autoridades de Sogliano Al Rubicone, situada a nordeste de Roma, distante 350
quilômetros. Sogliano, foi uma das muitas cidades que Anita e Garibaldi
passaram durante a sua fuga de Roma, em direção a República de Veneza, onde pretendiam
chegar para incorporarem-se àquele exército, que ainda resistia aos austríacos
invasores.
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Autoridades de Sogliano Al Rubicone recepcionaram
a caravana lagunense |
Trata-se de uma das cidades mais antigas da Itália, localizada às
margens do Rio Rubicão, o mesmo que o Imperador Júlio Cesar atravessou com suas
tropas em 10 de janeiro de 49 a.C.,
em perseguição a Pompeu, violando a lei romana da época que impedia os exércitos de
atravessarem o Rubicão, tornando inevitável
o conflito armado que ao final o tornaria Imperador de Roma. Foi ali que Júlio César
proferiu a famosa frase: alea jacta este (a sorte está lançada), motivo pelo qual a frase -atravessar o Rubicão - passou a ser
usada para referir-se a qualquer pessoa que tome uma decisão arriscada de
maneira irrevogável, sem volta. Em Sogliano
as Guardiãs e comitiva foram recepcionadas pelas autoridades locais, e por prefeitos e representantes das cidades
de Verruchio, Comachio, Castrocarro
Terme, Poggio Torriana, Borghi, Modigliana, Argenta, Dovadola, Cesenatico
e Ravenna, todas integrantes do
projeto Una Rosa Per Anita.
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Prefeitos da Região da Romagna receberam as Guardiãs de Anita |
Após os discursos de saudação, seguiram-se trocas de bandeiras e
homenagens, visitas aos locais por onde Anita passou, culminando à noite com
uma apresentação das Guardiãs, que também foram homenageadas com peças musicais
em praça pública.
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Na praça de Sogliano Al Rubicone, primeira apresentação das Guardiãs |
O dia seguinte foi dedicado a uma oficina de
trabalho no Museu Renzi, na comuna de San
Giovanni in Galilea, pertencente à Borghi,
onde seu Presidente Nevio Magnani e seu Diretor, Andrea
Antonioli, expuseram à comitiva lagunense o projeto Una Rosa Per Anita, patrocinado pelo Instituto Técnico Garibaldi-Da
Vinci, pelo Ministério dos Bens e Atividades Culturais e do Turismo da Itália,
pela Secretaria de Estado da Instrução e da Cultura da República de San Marino,
pelo Governo Regional da Provincia da Emilia Romagna, pela A.N.R.V.G, pela Fundação
Museu do Ressurgimento de Bologna, pela Fundação Fundação Museu do Resurgimento
de Ravenna e pela Associação Nacional das Armas da Cavalaria de Cesena, tendo
ainda como partners a Federação das
Cooperativas da Província de Ravenna, o
Touring Club Italiano, dentre outros.
Por proposição do CulturAnita,
ficou definido que deverá ser formada uma Comissão Internacional
para motivar e preparar projetos para realiza-los no ano de
2021, quando será comemorado o Bicentenário de Nascimento de Anita Garibaldi,
com eventos a serem realizados nas
cidades da Itália, do Brasil e Uruguai, que tenham relação com a vida e a
história da Heroína.
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Diretores do Museu Renzi, Dott Andrea Antonolli e o Presidente Névio Magnani receberam a Certidão de
Nascimento de Anita gravada em lâmina de aço. |
Ao final do evento, o Presidente do CulturAnita
entregou ao Diretor do Museu Renzi um quadro contendo a certidão de nascimento
de Ana Maria de Jesus Ribeiro - a Anita,
gravada em uma lâmina de aço, enfatizando que o fazia para “ser exposta e para que italianos saibam,
definitivamente, que a Mãe da Pátria
Italiana é uma brasileira que nasceu em Laguna”. Dando sequência aos
compromissos agendados, a convite do Consul da República de San Marino, a
caravana do CulturAnita, esteve visitando a República
de San Marino, onde as guardiãs apresentaram-se
durante as comemorações de mais um aniversário da chegada e fuga de
Garibaldi, de Anita e de cerca de 400 soldados que estavam sendo
perseguidos desde Roma pelo exército austríaco.
No dia 31 de julho de
1849, para que os austríacos não invadissem a pequena, mas independente Republica de San Marino que lhes havia abrigado, Garibaldi
negociou uma anistia e promoveu a dissolução de seu exército, obtendo um salvo
conduto a todos que desejassem voltar às suas casas, desde que depusessem suas
armas. Entretanto, não desejando encerrar a luta por seu ideal, antes de
amanhecer o dia primeiro dia de agosto, Garibaldi comunicou a seus oficiais que
não iria depor sua espada porque somente sua morte o faria resistir de expulsar
os estrangeiros e unir a Península Itálica sob uma só bandeira. Ao tomar conhecimento da decisão de seu companheiro,
Anita, que estava de cama, com febre alta e no sexto mês de sua quinta
gravidez, fazendo um esforço incomum, ergueu-se da cama e nem mesmo Garibaldi a
convenceu para ficar em San Marino para curar sua enfermidade. Era madrugada
quando Anita, Garibaldi e seus seguidores, desceram os íngremes penhascos retilíneos
de San Marino para dirigirem-se à cidade de Veneza.
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Anita Garibaldi Jalet, tataraneta da Heroína e o autor trocam informações. No topo da colina ao fundo está localizada a República de San Marino. |
A partir deste ano, a República
de San Marino passará a encenar a representação teatral deste heroico e
histórico episódio no mesmo local onde os fatos aconteceram.Antes desta
encenação, as Guardiãs foram distinguidas
com convite para fazerem sua apresentação, cantando o Hino à Anita em italiano
para centenas de turistas que pagaram o equivalente a 50 reais para assistirem
o espetáculo. Ao final, foram aplaudidas pela tataraneta da Heroína, Sra.
Anita Garibaldi Jalet e ovacionadas
pelo público com pedido de "biz", culminando com a distribuição
de material publicitário do CulturAnita e de Laguna.
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Após apresentarem-se, Guardiãs confraternizaram com atores da encenação da chegada e partida de Garibaldi e Anita de San Marino |
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Grupo de atores samarinenses que
representaram Anita e Garibaldi em San Marino |
Acompanhado do Consul Mario
Forcelini, o Secretario de Turismo de Laguna teve a oportunidade de
conhecer a estrutura turística de San Marino e suas estratégias para atrair
turistas de todo mundo. Na sequência, a
caravana lagunense esteve em Cesenático, onde no cais de seu porto participaram dos
eventos que relembraram a passagem de Anita e de Garibaldi por esta
cidade, de onde pretendiam, pelo mar, navegarem até a República de Veneza.
Perseguidos pelos austríacos, durante um mês, Garibaldi e Anita chegaram à Cesenático com ela bastante enferma, com
febre muito alta que a fazia delirar. Após dominarem uma pequena guarda austríaca
que vigiava o Porto, trocaram seus cavalos e equipamentos por treze bragozzi, (pequenos barcos com grandes
velas utilizados por pescadores), mas tiveram dificuldades para vencer a
rebentação do mar que estava muito agitado. Vencendo as ondas com um barco
menor ainda, que conduzia uma âncora, Garibaldi
a fundeou e retornou com uma corda a ela amarrada, pela qual tracionaram os bragozzi para além da rebentação,
vencendo as perigosas ondas. Quando iniciaram navegar no alto mar, foram
surpreendidos pela esquadra imperial da Áustria, que vigiava o
Mar Adriatico. Bombardeados duramente os treze barcos, sobraram apenas dois que
conseguiram ficar fora do alcance dos canhões inimigos, aportando numa
praia pantanosa. Em uma destas duas embarcações, estavam Garibaldi e
Anita, mas dezenas de garibaldinos pereceram no mar atingidos pelos canhões
austríacos. FOTO 3 Sem condiçôes físicas de caminhar, Garibaldi desembarcou
Anita carregando-a em seus braços pelo
meio do pântano que os ajudou esconderem-se até chegarem em Mandriole. Todos os anos, a cidade de Cesenático relembra a chegada e a partida de Anita e Garibaldi,
encenando o episódio e homenageando os que perecerem pela artilharia dos navios austríacos em
pleno mar. Neste ano, do prédio da Prefeitura, partiu uma banda entoando
hinos e marchas garibaldinas, puxando um desfile composto por atores que
representavam Anita e Garibaldi, seguidos por dezenas de seus camisse rosse, marinheiros, carabinieris, guardas municipais e
centenas de militantes garibaldinos da A.N.V.R.G. vestidos com fardamentos da
época. Neste desfile, as Guardiãs tiveram local de destaque. Quando
chegou na frente da casa onde Anita foi alojada por poucas horas, o cortejo
parou para colocar um buquê de flores,
tendo o Sindaco Matteo Gozzoli
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Autoridades italianas entoam Hino da Italia |
discursado enaltecendo a memória de Anita e dos que foram mortos, bem como
agradeceu a presença do representante do Prefeito de Laguna e das Guardiãs de
Anita, recebendo de Evandro Flora um
pergaminho com a imagem do Monumento à Anita existente em Laguna e livros sobre
a história da Heroína e de Laguna. Convidado a falar em nome da delegação de
Laguna, tive o prazer de agradecer as
homenagens prestadas à heroína lagunense, a receptividade à caravana lagunense,
além de convidar as autoridades e o público presente para visitarem e
conhecerem as belezas naturais da terra natal da Heroína. Logo após, regidas
por Valdoni Marcon, novamente as Guardiãs entoaram o Hino à Anita e o
Hino do Imigrante Italiano, sendo entusiasticamente aplaudidas por um público
superior a mil pessoas, a quem, na sequência, foram distribuídos folders e material
promocional.
Retomado o desfile, as autoridades e integrantes
do desfile embarcaram em treze bragozzi,
com grandes velas desfraldadas, que foram seguidos pela população em
dezenas de outros barcos, sendo um deles com a banda que, durante a navegação entoou
marchas militares. No alto mar, distante
cerca de mil metros da costa, as embarcações formaram um círculo e ao som
do Hino Italiano e de salvas de tiros dos militares, lembraram e homenagearam a
memória dos garibaldinos mortos, jogando ao mar uma grande coroa de
flores.
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População acompanhou os bragozzi em diversos
barcos homenageando os garibaldino mortos
jogando uma coroa de flores em alto mar |
Terminada a cerimônia, a Prefeitura de Cesenático e a A.N.V.R.G. ofereceram um almoço, onde as guardiãs
foram homenageadas com medalhas e livros sobre a história da cidade e a epopeia
garibaldina. Por Silvio Monticelli e por
Gianni Dalla Casa, representes e
dirigentes da A.N.R.V.G., tivemos a honra de sermos homenageados com o título
de Sócio Honorifico da Associazzione
Nacionale Reducci Veterani Garibaldini. Para reverenciar a data de morte e
mais uma vez homenagear a memória de Anita Garibaldi, o CulturAnita e suas
Guardiãs, nos dia 3 e 4 de agosto estiveram em Ravenna participando de diversos eventos e homenagens promovidas
pela Prefeitura e pela Federação das
Cooperativas da Província de Ravenna.
Também visitaram os três primeiros locais onde Anita foi sepultada.
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Guardiãs homenagearam Anita na Landa Pastorara, local de seu primeiro sepultamento. Em seguida ... |
Depois de recebidas no salão nobre
da Prefeitura, foram trocadas homenagens entre o Sindaco di Ravenna, Sr. Michele
Pascoale e seu Vice Eugenio Fusignani
com nossa delegação. No encontro foram discutidos projetos para celebrarem
diversos convênios entre Laguna e Ravenna
na área econômica, turística e cultural.
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... visitaram o local do segundo
sepultamento de Anita, no
Cemitério de Santo Alberto
em Mandriole. |
Logo após foram trocadas as bandeiras
das duas cidades, simbolizando a preservação do gemelagio celebrado em 2002, que tornou as duas cidades irmãs.
As
Guardiãs foram contempladas com livros que narram a história de Ravenna , enquanto que Laguna e o
CulturAnita homenagearam as autoridades da cidade anfitriã entregando-lhes um
pergaminho com a imagem do Monumento de Anita que existe em Laguna, além de
livros sobre a biografia de Anita e a história de Laguna. Na sequência Evandro
Flora participou de encontro com o Consul da República de San Marino, Sr. Mário Forcelini e com Giantonio
Mingozzi, Presidente do TCR -
Terminal de Containers de Ravenna e com empresários
da área portuária de Ravenna
interessados em manter relações com empresários de Laguna para importarem
pescados.
Ainda em Ravenna
o grupo esteve visitando o Capanno Garibaldi, onde Giusepe Garibaldi escondeu-se na noite logo após a morte de
Anita. Foram recepcionados pelos mantenedores da Societá Conservatrice Capanno Garibaldi e saudados por seu
presidente Maurizio Mari.
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Capano Garibaldi e seus dirigentes em Ravenna. |
Dando sequência à agenda de compromissos, na data de aniversário da
morte de Anita, a comitiva participou das solenidades que aconteceram na Fatoria Guicioli, em Mandriole, onde Anita faleceu em 4
de agosto de 1849. Hoje o local pertence à uma grande cooperativa agrícola italiana.
Um público considerável, acompanhado pela Banda da Marinha Italiana com
seus oficiais, por carabinieris, por veteranos garibaldinos vestidos com seus
fardamentos da época e autoridades civis, entoaram o Hino da Itália e
hinos garibaldinos. Após nos ouviram discursar em nome dos lagunenses. Falando
em italiano, agradecemos a receptividade, convidamos a todos para
visitarem Laguna e concluímos dizendo
que "se estivesse viva, Anita
estaria feliz em ver que a cidade onde nasceu e a cidade onde faleceu estarem fortalecendo suas relações e desenvolvendo
suas culturas e economias, tendo por legame o seu nome e os ideais republicanos
que tanto defendeu e por eles imolou sua vida". Ato contínuo, falaram o Presidente
da Confederação das Cooperativas da Província de Ravenna, Sr. Lorenzo Cottognolli, a quem também entregamos uma
certidão de nascimento da Heroína gravada em uma lâmina de aço inoxidável, com
um pedido para que fosse "fixada
acima da cama onde Anita faleceu e para que todos saibam que a Mãe da
Pátria Italiana é uma lagunense".
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Cama do quarto da Fatoria Guccioli, onde Anita faleceu |
Na sequência, no interior da casa onde respirou derradeiramente, no exato
horário de sua morte, ás 19:45 horas, e diante das autoridades
presentes, as Guardiãs, representadas por sua diretora Ivete Scopel,
depositou um buque de flores sobre a histórica cama.
Em frente a casa onde Anita faleceu, encerrando a solenidade, as
Guardiãs, acompanhadas por seu regente Valdoni Marcon e sua filarmônica,
entoaram o Hino de Anita e o Hino do Imigrante, ambos cantados em italiano,
arrancando aplausos e lágrimas dos presentes, sendo este o ato oficial que finalizou a longa agenda de compromissos que
visaram estreitar o relacionamento e desenvolver convênios entre cidades italianas
e Laguna, além de perenizar a memória e a saga de Ana Maria de Jesus Ribeiro, a
lagunense que se transformou em Anita Garibaldi, a Heroína e Mãe da Pátria Italiana.
*ADILCIO CADORIN é advogado
militante em Laguna (SC), membro do IHGSC - Instituto Histórico e Geográfico de
Santa Catarina e Presidente do CulturAnita.