Itália - 2
de julho de 1849.
Sitiados no
interior das muralhas de Roma por um exército de cem mil homens, depois de muitos dias de batalhas e discordando do acordo que devolvia
Roma ao Papa e extinguia a incipiente
República Romana, Anita, ao lado de Garibaldi e cerca de 4.700 legionários
garibaldinos, iniciaram a histórica “Retirada
de Roma”, cuja marcha se tornou célebre na história militar mundial. Na retirada,
enfrentaram e combateram três corpos de tropas inimigas fiéis ao Papa:
franceses, espanhóis e austríacos. Ao
sair de Roma, Anita apresentou sintomas de impaludismo e febre, mas recusou-se
ficar para ser tratada e não deixou de cavalgar ao lado de seu companheiro.
Passaram pelas cidades de Tivolo, Monte Retondo, Cesi, Orvieto, Ficulle, Cetona, Monterchi, Citerna, San Giustino, Monte
Luna, Mercatello, Macerata Feltria, e Carpegna.
Em 31 de
julho, em San Marino, o general Garibaldi dissolveu a sua “Legião Italiana”, em respeito ao tradicional direito de asilo oferecido
pela milenar República de San Marino. Ali Garibaldi redigiu seu histórico “Manifesto” aos legionários italianos, recusando
o salvo conduto que lhe foi ofertado se depusesse sua espada. Após dissolver
seu exército, na madrugada do dia primeiro de agosto, empreendeu uma nova fuga. Partiu de San Marino, com Anita
doente e um último grupo de 185 fiéis soldados, divididos em duas colunas
dirigidas por guias sanmarinenses. Mesmo bastante debilitada pela febre,
Garibaldi não conseguiu convencer Anita para ficar na cidade de S. Marino para
tratar-se. Os dois grupos conseguiram filtrarem-se pelo cerco das tropas
austríacas, e juntaram-se novamente ao norte do território da República de San
Marino. Em 2 de agosto, acompanhado por poucos retirantes, chegaram a Cesenatico, hoje Porto Garibaldi,
às margens do Mar Adriático. Ali
embarcam em vários barcos à vela, chamados “bragozzi”, partindo à noite, com muitas dificuldades, em direção de
Veneza.
Anita
Garibaldi piorou visivelmente, aumentando a angústia do marido. Enquanto esperou
no cais de Cesenático que a maré permisse
a saída dos barcos, bastante debilitada, Anita ditou sua última carta
endereçada a sua irmã Felicidade. Quem escreveu foi seu confidente e companheiro Padre Ugo Bassi: ‘"Cesanatico, 2 de agosto de 1849.
Querida irmã: Estou estendida no chão,
exausta, no cais do porto de Cesenatico ... e quem está lhe escrevendo por mim é o padre
Bassi,... Minha barriga parece estar ficando cada vez mais inchada e eu não
estou sentindo nenhum movimento. Estou achando que meu filho está morto ...
acho mesmo que meu fim está próximo... continuamos a marcha rumo aos Apeninos,
num sobe-e-desce de trilhas poeirentas que parecia não ter fim. Eu continuava a
me arrastar atrás do cavalo e de vez em quando montava para descansar, apesar
da dor na barriga ... ouvi tiros e vi
atrás de nós, no vale, parte da nossa retaguarda se dispersando, tomada de
pânico pela aproximação de uma patrulha de austríacos. Não sei como encontrei
forças para reagir. Eu me levantei, montei no cavalo e fui a galope na direção
dos fugitivos, para incitá-los a reagir. Mas não adiantou. Quase todos aqueles
malditos covardes fugiram sem nenhuma vergonha ... Lembro-me das mulheres (de
Cesenático), ao meu redor, tentando me convencer a permanecer na cidade até
ficar curada. .... E me aterrorizava pensar em ficar sozinha e morrer em terra
desconhecida, sem nenhum rosto amigo. Quando o José (Garibaldi) entrou no
quarto me dizendo a mesma coisa, comecei a chorar, pedindo que ele não me
deixasse, que não me abandonasse ... As mulheres de San Marino devem ter
pensado que eu era louca... Agora estou aqui, no fim do caminho ! O que posso
lhe dizer? Que faria tudo de novo ? Acho
mesmo que sim !... . Agora sou apenas um peso para todos, fazendo-os correrem o
risco de atrasar sua fuga para a salvação ... Em
todos estes anos, eu me entreguei a ele, aos filhos, aos nossos ideais comuns.
Agora chegou o momento da necessidade, tenho que me humilhar para pedir ajuda,
como uma criança ... Irmã muito querida, queria poder abraçá-la, sentir você
perto de mim... mas é tarde demais...”
No dia 3 de
manhã as embarcações dos retirantes, já no mar, foram atacadas por navios de
guerra austríacos. Garibaldi e alguns dos seus desembarcam na praia de Magnavacca,
num istmo entre o Adriático e o Lago Comacchio. Anita, semi-desfalecida, foi levada nos braços de Garibaldi. 160 de
seus homens foram capturados e muitos
fuzilados.
Prevendo
que aquela orla litorânea logo
estaria repleta de soldados inimigos para
os prenderem, Garibaldi ordenou aos trinta patriotas que com ele aportaram, que se
dispersassem, o que foi feito. Em
Ariano, poucas horas após, foram presos 16 companheiros de Garibaldi, alguns
dos quais foram fuzilados uma semana após em Tiepolo. Em Comachio, outros onze
garibaldinos foram presos, fuzilados no
dia 8 de agosto em Bolonha, entre eles o
Padre Ugo Bassi.
Reconstrução do Cappano Garibaldi, onde Anita passou sua última noite |
A primeira
providência foi remover o casal para outro local, por caminhos não usuais,
quase que intransitáveis, mesmo a pé, porém mais seguro. O novo esconderijo
ficava distante aproximadamente dois mil metros. Anita não tinha mais forças
para caminhar, motivo pelo qual improvisaram uma maca, revezando-se
Garibaldi, Leggero e Bonet nas pontas. No caminho encontram outro patriota,
chamado Carlon, profundo conhecedor dos tortuosos caminhos entre os canais e
pântanos da região. Também os ajudou no
revezamento da maca de Anita. Após o percurso o grupo chegou a casa de Giovanni
Feletti, onde permaneceram das 10 horas da manhã até às 11:30 horas de 3 de agosto. Foram atendidos e
cuidados pelas mulheres da casa, que desdobraram-se em gentilezas com Anita,
dando-lhe remédios caseiros e muita atenção.
AS ULTIMAS
HORAS DE VIDA DE ANITA
Estes foram
os últimos momentos de consciência
contínua de Anita. A partir de então, passou a ter ataques e convulsões,
alternando entre desfalecimentos e momentos de lucidez.
Anita foi instalada
deitada em um carro de boi. Bonet foi na frente para fazer os preparativos da
chegada. Além de Leggero, Felippo
Patrignani acompanhou o casal. Após duas horas de incessante calor, em uma
marcha bastante lenta para ser mais confortável para Anita e por temerem encontrarem forças inimigas, chegaram à casa
da família Zanetto.
Legerro,
Garibaldi e Anita embarcaram em uma canoa, com dois remadores por volta das
20:30 horas e durante quase toda a noite remaram pelos canais e lagoas, em
direção a sua fuga, agora infletindo em direção sul, com
objetivo de confundir e despistar ainda mais os austríacos, que os julgaram
percorrendo direção norte. De madrugada, em local previamente determinado por
Bonet, receberam mais uma canoa e os remadores foram substituídos por outros
descansados, que os aguardavam. Porém, por volta das quatro horas da manhã, os
remadores descobriram a identidade dos viajantes que carregavam, e amedrontados
pelas ameaças e fuzilamentos sumários que já tinham acontecido com quem
colaborou com o casal Garibaldi em fuga, os abandonaram, a despeito dos apelos que estes formulam. Os
deixaram numa cabana rústica, feitas com capins, as margem de um dos canais por onde navegaram. Anita foi acomodada da melhor forma possível no interior
da cabana e os dois homens, sem meios e sem saber o que fazer, quedam-se imóveis, a espera dos
acontecimentos. Quatro horas depois, por volta das oito horas da manhã, foram socorridos pelos irmãos Michele e Mariano
Guidi. Às 17:30 horas Anita foi colocada sobre uma charrete, que
dirigiu-se para a Feitoria de Mandriole, enquanto outra charrete, que havia-se
retardado foi mandada a cidade de Santo
Alberto, ali próximo, para chamar o Dr. Pietro Nannini, que foi conduzido
à Fazenda Guiccioli, sob o pretexto de
atender a grave enfermidade da proprietária do estabelecimento para onde Anita foi
sendo conduzida. Nos três quilômetros
faltantes, Garibaldi seguiu ao lado da charrete, a pé, fazendo sombra a Anita com um
guarda-chuva, protegendo-a do fustigante sol. Naquele lento trajeto, por
terreno que não é estrada de
carruagem, Anita balbuciou suas
últimas palavras à Garibaldi. Falou sobre os filhos. Disse que não tinha medo, mas
que sabia que seu fim estava próximo. Pediu para Garibaldi falar com os filhos,
que gostaria de estar com eles, que os amava muito, mas que prenunciando
a hora derradeira, escolheu estar
perto do seu homem, lutando pela mesma causa. Implorou que a justificasse perante aos filhos de como era difícil para
ela ser mãe, esposa de um homem como ele e compelida pelo dever de consciência
a ter que empunhar armas pela defesa de seus ideais.
"NÃO, NÃO ELA NÃO ESTÁ MORTA"
Logo em
seguida, momentos antes de chegar à Fattoria Guiccioli Anita não mais falava, já agonizava
e uma leve espuma verteu de seus lábios,
que Garibaldi insistiu em limpar a todo o instante com um lenço que mantinha
nas mãos. Quando finalmente chegaram na Fattoria, já estava presente o médico Dr. Nannini, que atendendo as súplicas de Garibaldi (por amor a Deus, salvai-a!), ordenou
que fosse transportada para dentro de casa.
Garibaldi, Leggero, Manetti e
Nannini, cada segurou um dos cantos do colchão onde está deitada e a transportaram para o andar superior do
casarão da Fattoria, deitando-a em uma cama de ferro de um pequeno quarto.
A
resistência de Anita havia atingido os limites humanos e seu combalido corpo
não havia resistido a tamanhas provações. Ao ser transportada para o interior
da casa , poucos minutos de vida ainda restavam-lhe. O médico, após examiná-la,
resignado, sentenciou que nada mais podia ser feito, que sua vida
agonizava, que estava prestes a expirar.
Eram 19:45 horas de sábado,
dia 4 de agosto de 1849 quando a brasileira e lagunense Ana Maria de
Jesus Ribeiro, conhecida como Anita
Garibaldi, grávida de seis meses, expirou.
Quando
convenceu-se que o manto negro da morte havia se sobreposto às luzes que sua
companheira irradiou durante àqueles dez anos de convivência, Garibaldi não mais conteve o pranto, dobrou-se sobre a
moribunda e extravasou tudo o que sentiu naquele doloroso momento. Ajoelhou-se ao lado da cama, segurou com as duas mãos a face de Anita e exclamou:
" - Não, não, ela não está morta! Não é
senão um novo ataque. Muito teve que
sofrer, mas ela vai ficar boa ! Não está morta
! Anita ! É impossível ! Olha para mim Anita ! Fala comigo ! Quanto eu perdi !"
Garibaldi
sentiu em sua alma a maior e mais triste de todas as suas derrotas, e culpou-se
amargamente por não tê-la deixado
entregue aos cuidados das senhoras de Cetona ou em San Marino. De nada tinha
adiantado todo o esforço e o sacrifício da penosa fuga. Tinham restadas
infrutíferas as dores e os temores daqueles últimos dias em fuga, que ela havia imposto a si própria e ao
seu companheiro. A fatalidade e a
morte venceram a ambos !
Não foi
somente Garibaldi que pranteou tão lastimável e insubstituível perda. Os
compatriotas italianos, os liberais uruguaios, os farrapos brasileiros e os
republicanos dos dois continentes, que
não puderam prantea-la no derradeiro instante de sua vida, prantearam-na depois, cujas lágrimas foram
convertidas em milhares de placas e monumentos que ergueram-se nos diversos
países do Novo e do Velho Mundo.
Passados os
instante iniciais do trágico acontecimento, o fiel Leggero tenta retirar Garibaldi
do local, pois tinha sido informado que
um destacamento austríaco anda pelas proximidades de onde encontram-se. Garibaldi recusou-se a retirar-se do local,
não queria abandonar o corpo inerte de sua amada esposa e companheira de tantas
lutas. Queria dar-lhe um sepultamento
digno. Fez com que os presentes e responsáveis pela Fattoria assim prometessem.
Mesmo assim, permaneceu ao lado do inerte corpo de Anita, enquanto o Major
Leggero a todo instante implorou para retirarem-se do local, pois a presença colocava em risco não apenas a si próprio, mas também a todos
da Fattoria:
"-Pela Itália, pelos teus filhos,
devemos partir ..." -
Uma hora
após a morte de Anita, derrotado e contrariado, Giuseppe Garibaldi foi
retirado do local e conduzido por uma charrete para a localidade de Santo
Alberto, dando prosseguimento a Trafila,
que o levaria salvo ao exílio na América. Ao sair, porém, prometeu à sua
própria consciência que um dia voltaria para buscá-la e dar-lhe um funeral
compatível com a grandiosidade de sua coragem e dedicação. Prometeu sepultá-la
novamente, ao lado de seu pai, em Nizza, promessa esta que efetivamente cumpriu
após dez anos, antes de iniciar a segunda parte da guerra pela unificação da
Itália.
NO PRIMEIRO
SEPULTAMENTO FOI ARRASTADA COM UMA CORDA
AMARRADA AO PESCOÇO
Monumento no local onde Anita foi sepultada pela primeira vez |
Após a
exumação cadavérica, seguiu-se as costumeiras providências oficiais: laudos
policiais e do clero. A necropsia revelou a existência de feto de cerca de seis
meses, sem possibilidade definir-lhe o sexo, devido ao adiantando estado de
putrefação.
Inicialmente
as autoridades locais acreditaram que se tratava de um homicídio por
estrangulamento, praticado contra uma mulher grávida, provavelmente da Região,
motivo pelo qual foi instaurado um inquérito policial para apurar a
responsabilidade criminal. Como a morte de Anita foi conhecida por diversos operários da Fattoria Guicciolli, poucos dias após
todas sabiam tratar-se do cadáver da
esposa de Giuseppe Garibaldi, o que atraiu a atenção dos militares austríacos que buscavam o casal.
Estes
rapidamente espalham a notícia de que a marca ao redor do pescoço de Anita havia
sido provocado por Garibaldi, que
querendo livrar-se da incômoda presença de sua doente e grávida mulher, a havia
enforcado. Para dar maior credibilidade ao boato que visava tão somente
denegrir a imagem do condottieri,
exibiram o laudo médico que afirmava ter ocorrida a morte por estrangulamento
Imediatamente
prenderam o feitor Stefano Ravaglia e outras pessoas envolvidas com o triste
episódio, determinadas pelos militares austriacos, pois tinha havido o descumprimento à ordem
que proibia o auxílio e o socorro ao casal Garibaldi. Porém, o inquérito
instaurado pela polícia local, após
diversos dias, esclareceu o acontecido. Foram
ouvidos os donos da casa, o médico e as
demais pessoas presentes no momento da morte de Anita, que safaram-se de condenação sob o argumento de terem praticado
um ato humanitário, dando guarida a uma doente, enferma, sem indagarem a
identidade da moribunda. Foi um gesto católico, e pela prática desta caridade
não poderiam ser condenados. Quanto ao fato de darem proteção a Garibaldi não
lhes poderia ser imputada a pena pela desobediência, pois o mesmo demorou-se
por pouco mais de uma hora, tendo sido retirado do local momentos após a morte da companheira.
Meses após,
prevaleceu o bom senso e a justiça: veio a absolvição dos implicados. Não houve
crime de estrangulamento. O cadáver de “mulher desconhecida” era o de Anita Garibaldi. Morreu grávida, de morte
natural. Houve apenas ocultamento de cadáver, que naquelas circunstâncias é
encarado como sendo por razões
justificáveis, assumidos pelos que humanitariamente acabaram sendo
envolvidos pelo trágico acontecimento.
Sobre a
doença que deu causa à morte de Anita, muitas dúvidas ainda hoje restam. O Dr.
Pietro Nannini, atestou que a vitimou uma
"grave febre perniciosa" e
mais adiante referiu-se a uma "febre terciária simples" . Antes de
chegar a Roma, Anita tinha passado por Maremma,
que havia sofrido uma invasão de
anófeles, insetos que transmitem a malária. Naqueles dias, diversos soldados
foram vitimados por esta doença. A tuberculose,
lesão pulmonar, congestão intestinal e tifo das montanhas foram outras causas mortis atribuídas por diversos estudiosos e pesquisadores. As evidências, entretanto,
apontam para o impaludismo.
SEGUNDO
SEPULTAMENTO DE ANITA
Cemiterio de Santo Alberto - Segundo Sepultamento |
TERCEIRO
SEPULTAMENTO DE ANITA
Após ter
sido identificado o cadáver e nos anos que se seguiram era grande a
peregrinação que a população fazia ao cemitério para reverenciar à memória de Anita.
Exaltando-se novamente os ânimos da população contra o Papa, alguns
garibaldinos remanescentes, liderados por Francesco Manetti, alguns dos quais
tiveram participação e colaboraram para
o êxito da trafila, seqüestram os restos mortais de Anita, colocando-os em uma urna, sepultando-a em
lugar seguro e escondido. Eles tinham o
receio de que a sepultura fosse violada pelos adversários da unidade
italiana, para serem dispersados e impedir que seus despojos
fossem usados para reacender o sentimento unitário italiano.
QUARTO
SEPULTAMENTO DE ANITA
QUINTO SEPULTAMENTO DE ANITA
Em 22 de
setembro de 1859, tão logo voltou de seu
longo exílio, Giuseppe Garibaldi, acompanhado pelos filhos Menotti, Riciotti e
Teresita, estava em Mandriolle e novamente
desenterrou os restos mortais da Heroína, fazendo-lhe um cortejo
fúnebre, com o intuito de conduzi-los para serem sepultos em Nizza, junto a sua
mãe, que havia falecido em 1852. No
caminho, uma verdadeira consagração garibaldina em romaria cívica, passou por diversas cidades, parando para
homenagens e exaltações diante de seus restos mortais nas cidades de Ravena,
Bolonha, Livorno, Gênova e Nizza. Com este cortejo fúnebre Garibaldi atingiu dois
propósitos: pagou a promessa feita à
memória de Anita no dia de seu falecimento, além de ter motivado e exaltado as
populações por onde passou a retomarem e
prosseguirem com a interrompida luta
pela unidade italiana.
SEXTO
SEPULTAMENTO DE ANITA
A cidade de
Nizza e região haviam sido transferidas aos domínios da França, em pagamento
dos empréstimos de guerra que este País tinha feito à Itália durante o segundo
período da campanha da unificação. Sob o domínio francês, Nizza passou a ser
conhecida como Nice, fazendo com que Anita ficasse sepulta em território
francês. Em 1931, por solicitação do
Governo de Mussolini, a França consentiu
no traslado dos restos mortais para Roma,
onde Mussolini havia ordenado a construção de um grande monumento em memória de
Anita. Como as obras da Praça Anita Garibaldi, no
Gianículo, em Roma, ainda não estava
pronto para recebê-la e receoso de que a autorização para retirada dos restos
mortais fosse revogada pela França, Mussolini ordenou que os restos
mortais fossem sepultados
provisoriamente em Gênova, sendo então sepultada mais uma vez junto ao
Cemitério de Staglieno.
SETIMO
SEPULTAMENTO DE ANITA
Monumento à Anita, no Monte Gianicolo, em Roma |
No mesmo dia 2 de junho, porém, 50 anos antes, em 1882, em uma sexta-feira, faleceu José Garibaldi, às 18:22 horas, na Ilha de Caprera - na Sardenha, Itália, com honras de herói. Ali mesmo foi sepultado!
Fatos, datas, nomes e história
compilada da obra do autor ANITA - A GUERREIRA DAS REPUBLICAS – Autor Adílcio Cadorin – Edição 1999 - ALESC - Assembleia Legislativa do Estado
de Santa Catarina