Participamos e convidamos os amigos e interessados na história de nossa cidade e do sul do Brasil, a participarem do lançamento do nosso novo livro LAGUNA TERRA MATER - Dos Sambaquis à Republica Catarinense - Cronologia Histórica, fruto de muita pesquisa coletada durante longos anos. O lançamento acontecerá durante as comemorações da XXXII Semana Cultural de Laguna, no Centro Cultural, às 19:30, no próximo dia 30 de julho. Publicamos abaixo um relise do conteúdo deste nosso trabalho. Informamos que a arrecadação com a venda desta obra será integralmente revertida ao Hospital de Laguna. Contamos com suas presenças . Lucas e Adilcio Cadorin.
LAGUNA
TERRA MATER
Dos Sambaquis à República Catarinense
Cronologia Histórica
Laguna – Terra Mater é o resultado de uma meticulosa pesquisa, colhida junto a arquivos e bibliotecas européias e americanas, somados a minuciosa colheita de citações e referências capturadas de mais de uma centena de obras e registros históricos, que foram zelosamente catalogados e arquivados ao longo de mais de vinte anos.
Gradativamente, estes registros passaram
a dar corpo a esta cronologia histórica, que acabou revelando a grande importância da cidade de Laguna no contexto
histórico meridional da América do Sul.
Além de trazer ao
conhecimento fatos importantes da história de Laguna, os autores tem a
pretensão de que os fatos e documentos comprobatórios aqui reproduzidos possam
auxiliar na revisão da data oficial da fundação da cidade, já que oficializado de forma aleatória por simples
decreto municipal, por desconhecimento de sua ocupação por povos anteriores aos portugueses.
A obra inicia com a pré-história
de Laguna, logo pós o surgimento do homem na América, relatando a ocupação,
origem étnica, organização social e a extinção do povo sambaquieiro, indagando
as origens das semelhanças com povos europeus da pré-história.
Em harmonia cronológica relata a
ocupação da região pelos povos indígenas que sucederam os homens dos sambaquis e seus contatos com os
primeiros europeus que por aqui aportaram, provavelmente antes e logo pós o
descobrimento intencional do Brasil. Comprova que, no período final das grandes
navegações portuguesas, a Região Lagunar
já constava nas cartas de marear e
dos planisférios confeccionados no
final do século XV e no alvorecer do XVI. A narrativa histórica prossegue
com as primeiras e aventureiras
expedições marítimas que aqui aportaram para reabastecimento de água potável e víveres,
ora abrigando desertores, ora degradando insurgentes ou mesmo acolhendo os
sobreviventes de infortúnios naufrágios, muitos dos quais passaram a viver na
aldeia indígena que ali já existia, promovendo a miscigenação que já então se
desenvolvia em toda costa da região sul, dando origem aos índios carijós.
Do período imediatamente pós
Cabral, relata acontecimentos históricos ainda inéditos, como o fato de mais de
uma centena de espanhóis, predominantemente mulheres, que aqui edificaram um
fortim em 1549, onde habitaram por mais de três anos, ocasião que firmaram e
remeteram um documento pedindo resgate, cuja cópia foi trzida da Espanha, dando origem ao nome de Laguna .
Também relativamente inédito,
relata e descreve as muitas e longas missões jesuíticas, no início espanholas e
depois portuguesas, que aconteceram em Laguna, cujos registros, colhidos junto
aos arquivos da Companhia de Jesus, lega
à posteridade as ações e os nomes dos padres que aqui estiveram durante
quarenta anos, alguns dos quais pereceram, e que, além da evangelização, desenvolveram
ações protetoras e defensoras contra as desumanas ações dos bandeirantes
vicentistas que usavam Laguna como porto para embarcarem os índios cativos para abastecerem o mercado de trabalho escravo nas então emergentes Capitanias de S.
Vicente, de Minas e de Pernambuco.
Narra as motivações lusitanas que
deram origem ao povoamento da então já existente Laguna
del Embiaça, por obra e saga de
Domingos de Brito Peixoto e seus filhos, transformando-a no povoado que
denominaram de Santo Antonio dos Anjos da Laguna, utilizado depois como entreposto
para abastecer o processo de rompimento do Tratado de Tordesilhas e ocupar a
parte meridional do Continente, até as margens do Rio da Prata, território este que ficou sob sua jurisdição durante dezenas de anos,
enquanto sua gente migrava para ocupar território e formar outros povoados e
vilas, embriões das cidades que formaram e deram origem ao Uruguai e Rio Grande
do Sul de hoje.
Elevada à condição de Vila em
1714, somente em 1720 foram eleitos os
primeiros representantes do Conselho Municipal, que tiveram sob sua jurisdição
todo o território que compreendia vastíssima área, desde o antigo povoado do
Desterro até o povoado de Colônia do Sacramento, no Uruguai de hoje, vasto
território onde se localizavam as sedes das
sesmarias doadas pelo vereadores de Laguna aos que por lá se fixavam.
A chegada e assentamento dos
primeiros colonos açorianos, a resistência lagunense ante a Invasão Espanhola de 1777, as
descrições e relatórios de viajantes franceses,
os efeitos da independência do Brasil e a visita de D. Pedro I à Laguna
estão detalhados e rigorosamente
cronometrados.
As conspirações lagunenses contra
o Império, os antecedentes á Revolução Farroupilha, sua repercussão e efeitos em Santa Catarina, a
proclamação da República Catarinense, A Tomada de Laguna por Giuseppe
Garibaldi, seu romance com Anita e as causas do insucesso da República são
coroados com uma biografia do seu único presidente Padre Vicente Ferreira dos Santos Cordeiro.
Por derradeiro, além de
reproduzir registros oficiais elaborados ao longo de três séculos, sobre os diversos sensos demográficos e de
produção de bens, a obra elaborou uma
larga pesquisa sobre a origem e significado dos diversos nomes que foram usados
pelos índios, navegadores, autores das cartas náuticas, jesuítas,
espanhóis, e depois pelos portugueses
para designarem a atual cidade de Laguna.