sexta-feira, 25 de abril de 2014

CAVALGADA AO LOCAL DA BATALHA DO PASSO DE SANTA VITORIA

CAVALGADA AO PASSO DE SANTA VITORIA, ONDE TEXEIRA NUNES, GARIBALDI, ANITA E MAIS 500 FARROUPILHAS DERROTARAM 2000 IMPERIAIS NA BATALHA DE 14 DE DEZEMBRO DE 1839* 



ADILCIO CADORIN **


 Durante quatro dias, de 18 a 21 de abril deste 2014, participamos de mais uma cavalgada de resgate histórico e cultural, com o propósito de relembrar e reverenciar a memória dos que escreveram nossa história, neste caso, os combatentes do episódio da Revolução Farroupilha que aconteceu e ficou conhecido como Batalha do Passo de Santa Vitória, local ermo, fundo de campo com precário e quase inexistente acesso rodoviário, distante 50 km de Bom Jesus (RS) e 90 km de Lages (SC). Nossa comitiva foi composta por seis companheiros montados a cavalo: Juca Avelino e Margarete Viezzer, de Lageado (RS); Jorge Laranjeira, de Santa Maria (RS); Marilda Mendes, Ivete Scopel e eu, de Laguna (SC). No último dia contamos com o casal vaqueano Gledson Ramos e sua companheira Marli, que nos guiaram campo a dentro até cruzarmos o Rio Cerquinhas e depois o Rio dos Touros, para então chegarmos até o quase inacessível Passo de Santa Vitória, no Rio Pelotas. Dirigindo os veículos de apoio que ficaram nos aguardando nas fazendas, os companheiros Vitor Hugo Viezzer, de Caxias do Sul (RS) e Ceneu Ramos, de Bom Jesus (RS). Na páscoa de 2012 já havíamos iniciado esta cavalgada, que, lamentavelmente, foi interrompida por não ter condições de cruzar os rios em virtude do excesso de chuvas. Desembarcamos nossos cavalos na Fazenda Rincão dos Touros, no interior de Bom Jesus, de propriedade de Enedir Cruz de Oliveira. Dali para frente, por cincoenta quilômetros, seguimos montados, passando pela Fazenda Casa Velha de Luiz Kramer, Fazenda do Cílio de Cláudio Borges, fazendo alto na Fazenda Guarda Nova, de propriedade da Sra. Marli e na Fazenda Passo de Santa Vitória, de propriedade de Geraldo Zamban, onde fomos recebidos com um assado de javali preparado por Jéferson Camargo. Além do prazer de cavalgarmos pelas belas paisagens dos campos dobrados, pinheirais e canhadas serranas, motivou-nos para esta cavalgada o sentimento de resgate, para homenagearmos a já apagada memória dos desbravadores deste antigo e pioneiro Caminho de Tropas, hoje abandonado, como se nunca tivesse existido. Adentrarmos no ambiente exato onde ocorreu a épica batalha da Revolução Farroupilha e experimentamos as dificuldades de locomoção sentidas pelos pioneiros do antanho. Cavalgando e cruzando nos acidentes geográficos, entendemos o porque das táticas de ataque e defesa usadas por ambos lados na épica contenda. Viajando mentalmente no tempo, pudemos sentir e imaginar o fragor da fuzilaria e o tropel das cargas de cavalaria que ali aconteceu, no mesmo chão de pedras e barro que estávamos pisando, onde imperiais e republicanos escreveram com seu sangue a epopeia da Batalha do Passo de Santa Vitória. Necessitando ser aberto um caminho para conduzir à Feira de Sorocaba o imenso rebanho bovino orelhano que no alvorecer do século XVII os lagunistas haviam pioneiramente encontrado nas pradarias do Rio Grande, a Coroa Portuguesa ordenou ao oficial Francisco de Sousa e Faria para abrir um caminho de Viamão (RS) a Sorocaba (SP), o que foi iniciado em 1729, já que até então o gado era conduzido tangido ate Laguna(SC), onde era charqueado e neste porto embarcado em navios para S. Vicente(SP), Rio de Janeiro (RJ) e Recife(PE), única forma que existia para abastecer a força do trabalho escravo nos canaviais e nas minas recém descobertas. Este caminho, após subir os Aparados da Serra Geral, atingiu o Planalto Serrano na região de Vacaria (RS) e dali seguiu rumo norte, cruzando o Rio Pelotas no local que denominaram Passo de Santa Vitória. Posteriormente, em 1738, Cristóvão Pereira de Abreu, o mais importante dos tropeiros de nossa história, melhorou e conseguiu diminuir o trajeto, não se tendo notícias se este Passo já havia sido utilizado por Francisco de Souza e Faria ou se foi ele, Cristovão, quem o utilizou pela vez primeira. Mas, seguramente, este era o único caminho por terra que ligava a jovem Província do Rio Grande, criada em 1750, com o restando do Brasil Colônia. Em virtude da grande riqueza (gado, mulas, cavalos, sebo, sal, fazendas, utensílios, etc) que transitavam por esse Passo, o Governo Imperial ali estabeleceu um posto fiscal para cobrança de impostos e uma guarda militar. Antes do final de 1839, durante a Revolução Farroupilha, o Planalto Serrano, que havia estado em poder dos republicanos farroupilhas, tinha voltado às mãos dos imperiais, que na região era comandada pelo fazendeiro Cândido Alano, que havia sido incorporado com sua tropa ao exercito imperial por ser combativo defensor da unidade e domínio imperial. Anteriormente havia sofrido muitas derrotas, mas, como era um influente fazendeiro, a conhecia a região e seus ocupantes muito bem, sabendo onde buscar refúgio e reforços para reagir a cada revés. Graças ao seu persistente comando, havia granjeado a confiança e admiração do brigadeiro Francisco Xavier da Cunha, que comandava a Divisão São Paulo, formada em Rio Negro (PR), com dois mil homens, que estava deslocando-se para a Região Serrana, portando ordens expressas do Ministro da Guerra para expulsar os republicanos definitivamente de Lages. Xavier da Cunha tinha absoluto controle. Espalhou proclamas para atemorizar e ao mesmo tempo provocar deserções nos inimigos. A alguns soldados republicanos que capturou dirigiu habilidosa conversa, para convencê-los a servirem de espias em prol do Império. Por ser vaidoso, ufanava-se publicamente desta sua capacidade verbal para este tipo de tarefa. Já no Planalto Serrano, bem após a subida da Serra do Faxinal, onde o Rio dos Touros desagua no Rio Pelotas, cujo leito ainda hoje divide nossos estados, então províncias de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul, existia um posto fiscal, onde o Império cobrava os tributos sobre as tropas que vinham da Província do Rio Grande e subiam a Serra para atingir a Feira de Sorocaba. No local existiam duas estruturas do Império: uma no Passo de Santa Vitória sobre a margem esquerda do Rio Pelotas, onde ficava sediado um destacamento militar. A outra estava distante cerca de três quilômetros, ao sul e acima do Passo, onde haviam diversos currais, sendo um bem maior, todos cercados com taipas (cerca de pedras), que serviam para, tributar, contar e apartar as tropas bovinas, cavalares e muares que ali cruzavam rumo norte, pois os impostos podiam ser pagos com animais e mercadorias. Ao oeste desta mangueira, hoje propriedade particular e sede da Fazenda da Guarda, existia uma restinga quase que impenetrável, secundada por uma mata inacessível às tropas militares, cortada apenas por um estreito e íngreme caminho por onde passavam as tropas rumo norte, para atingirem o Passo de Santa Vitória, único local possível, na época, para cruzar o Rio Pelotas em direção a Santa Catarina.
Os cabecilhas revolucionários Serafim Muniz, Antônio Inácio e outros líderes farroupilhas, após terem sido derrotados em Lages, para aquelas paragens haviam-se dirigido com seus homens, estacionando ao sul da Fazenda da Guarda. Recém-chegados ao Planalto Serrano, Teixeira Nunes, Anita e Garibaldi, que de marinheiro em Laguna passou a ser cavaleiro, haviam recebido informações sobre o vaidoso brigadeiro, e prepararam um plano: ordenaram que um dos mais espertos soldados se deixasse apreender pelos homens do brigadeiro, e o informasse que cerca de duzentos maltrapilhos soldados republicanos, sem armas e famintos, expulsos de Laguna, tinham subido a Serra e estavam aproximando-se da Fazenda da Guarda. O brigadeiro Francisco Xavier da Cunha engoliu a isca e para lá se dirigiu, com seus dois mil homens, com a certeza de dizimar os revoltosos remanescentes, que já haviam sido derrotados em Lages e em Laguna. Queria aproveitar o momento da desmoralização que o inimigo suportava, que, depauperado, continuava a fugir. Assim que exterminasse este derradeiro foco de resistência republicana, os campos de cima da serra estariam livres da "hidra infernal da anarquia", conforme proclamou em seus editais. Após, poderia então, cumprir a segunda parte da missão que lhe foi confiada pelo Ministro da Justiça, ou seja, dirigir-se a Porto Alegre para ajudar levantar o bloqueio que o exército da República Riograndense mantinha nos arredores daquela cidade. Logo que os imperiais atravessaram o Rio Pelotas e fizeram alto na Fazenda da Guarda, Teixeira Nunes ordenou a Antônio Inácio de Oliveira para que, com seus cavalarianos, atraísse uma parte do exército imperial, enquanto seus lanceiros negros atraíam para outro ponto a outra parte do exército do brigadeiro. Com esta estratégia militar conseguiu dividir a tropa legalista, graças as habilidades guerrilheiras da cavalaria farroupilha. A fração comandada pelo brigadeiro refugiou-se dentro do grande curral cercado por taipas. Quando a primeira carga do ataque farroupilha chegou a distancia conveniente, largaram o tropel, carregando carregou a toda velocidade. Protegidos pelo cercado de pedras, os legalistas resistiram à carga. Na resistência imperial destacaram-se as figuras de Valentiano Jose de Lima e de seus voluntários vindos do Campo dos Tenentes; dos Julios vindos de Vacaria e Bento Cordeiro Rodrigues e outros valentes desta coluna que deram combate aos farroupilhas. Após quase uma hora, os farrapos desfecharam a segunda carga de cavalaria, secundado de uma terceira, esta da infantaria comandada por Garibaldi, tendo Anita ao seu lado. Após estes ataques que enfraqueceram os imperiais, os farroupilhas pularam as taipas do curral para o enfrentamento corpo-a-corpo, com punhais, adagas e tiros de pistola a queima-roupa, além das lanças manuseadas pelas mãos dos reluzentes lanceiros negros de Teixeira Nunes. Ao cabo de alguns instantes, desprezadas as armas de fogo, lutou-se de tal forma que mal se distinguiam os companheiros dos inimigos, onde o desvario da morte apoderava-se daqueles homens, que pareciam feras ensandecidas pelo cheiro do sangue. E assim continuou o entrevero até que o brigadeiro Cunha foi ferido com um tiro em uma das coxas, motivando sua retirada do combate. Protegido por alguns dos seus, iniciou sua fuga rumo ao Passo, no que foi secundado por Alano e seus homens, também fugando para os lados do Campo dos Touros.
Divididos e sem comando, uma parte dos soldados imperiais debandou em direção a restinga e a mata, serra abaixo, buscando fuga na travessia do Rio Pelotas a nado, enquanto boa parte da tropa encurralada na mangueira de taipas cercada pelo farroupilhas, não teve alternativa que não fosse manter a luta, solução que apenas prolongou por fração de hora seus tristes fins. Anita queria lutar ao lado dos lanceiros farroupilhas, lutar de igual para igual, como uma amazona intrépida que era, com espada na mão. Impedida, não pediu licença e nem exitou para, montada, lançar-se a carga junto da infantaria, afrontando com sua já característica coragem, os tiros que partiam do entrincheirado inimigo. Após o combate, Anita ficou com a incumbência de auxiliar os que já vinha tratando durante toda a viagem. Porém, novos combates, novos feridos. Anita resignou-se a ser enfermeira. Garibaldi era um guerreiro naval, e este foi o seu primeiro combate em terra firme, no lombo de um cavalo, que aprendeu a cavalgar tendo por mestre sua incomparabille Anita. Em suas cartas Anita noticiou que foi ela, em Laguna, quem lhe deu as principais noções sobre como cavalgar: " Querida irmã: .... 0 único combate que realmente exigiu empenho aconteceu perto de Santa Vitória. ... pela primeira vez eu o via em ação a cavalo. ... Felizmente, ele aproveitou bem as minhas aulas de equitação. Eu não conseguia tirar os olhos de cima dele, cheia de admiração pelo modo como conseguia prever os movimentos dos adversários. Era tão bom nisso que conseguia mandar os seus homens para os lugares certos, surpreendendo a todos com a rapidez de suas ações e indo de um lugar para outro com muita velocidade, deslocando-se sem parar, como um perfeito guerrilheiro..." Naquele histórico dia 14 de dezembro de 1839, quinhentos soldados republicanos, entre eles Anita, Garibaldi, Teixeira Nunes e Luigi Rosseti derrotaram dois mil soldados imperiais. Mais uma vez, as vantagens das armas e o número de soldados, foram sobrepujados pela força da determinação dos ideais republicanos.
Quatro dias após, em 18 de dezembro, Garibaldi, Anita e Teixeira Nunes, com seus farrapos, entraram triunfalmente em Lages e ali reinstalaram os comandos militares e o governo da República Catarinense, até que novo combate próximo Curitibanos resultou na prisão de Anita, em memorável batalha que ali aconteceu. Por ora fico por aqui, pois este episódio ainda deverá motivar uma nova cavalgada para observar, testemunhar e render nossas homenagens aos que lutaram e tombaram na Batalha do Capão da Mortandade, em Curitibanos.


 * Obras consultadas para esta pesquisa: GARIBALDI E A GUERRA DOS FARRAPOS, de Lindolfo Collor e ANITA A GUERREIRA DAS REPUBLICAS, de Adilcio Cadorin .

 ** Advogado, historiador e membro do IHGSC - Instituto Histórico e Geográfico de Santa Catarina e da ORCAV - Ordem dos Cavaleiros de Santa Catarina . 



















terça-feira, 8 de outubro de 2013

AQUECIMENTO GLOBAL SENSACIONALISTA


  1. Esta semana fomos bombardeados pelos meios de comunicação sobre o aquecimento e os efeitos avassaladores que o homem estaria impingindo ao nosso Planeta. Buscando mais informações, encontrei algumas manifestações científicas a este respeito que foram enriquecidas pelo amigo Jorge Ernesto Geisel, do Rio de Janeiro, remetendo-me algumas citações de renomados cientistas... de diversos países, todos depondo no sentido contrário destas recentes notícias. 

    Para duvidar destas notícias que culpam as atividades humanas pela mudança do clima, basta que nos lembremos que há seis mil anos, no litoral brasileiro, o mar possuía pelo menos mais três metros de altura, e que o mesmo continua recuando lentamente, embora imperceptível em poucos anos. Muitas são as comprovadas mudanças geográficas que ocorreram antes e depois dos relevantes glaciais, como os registrados há alguns milhares de anos passados, quando os Estados Unidos da América tinham uma camada de gelo com mais de 4.000 metros de altura, que cobria mais da metade de seu atual território. 

    Pergunto então, qual foi a população que existia à época e que ações danosas ao meio ambiente da época teria a mesma praticado para diminuir três metros o nível do mar e derreter a camada de gelo que cobria os EUA? E se retrocedermos na história da formação de nosso planeta, indago, qual a atividade humana que deu origem ao resfriamento do globo terrestre quando este possuía temperaturas externas capazes de fundir ferro? E mais, que população humana motivou o movimento das placas tectônicas que separaram a América da África e as demais que uniram ou separaram os outros continentes ? 

    Embora não devidamente divulgado, é necessário narrar aqui o que já é do conhecimento humano, principalmente dos geógrafos, geólogos, astrólogos, físicos e outros cientistas, de que o planeta terra se originou de gazes e asteróides, e que depois de formado continuou (e continua) em permanente processo de transformação física, ou seja, o clima e a geografia terrestre seguirão seu natural curso evolutivo, não estático, alterando-se continuadamente e progressivamente, ou mesmo repentinamente pela ação de catástrofes provocadas pelos choques intestinos das placas tectônicas, pelas erupções vulcânicas, pelos embates meteóricos ou mesmo pelas explosões interplanetárias, afinal, o Planeta e o nosso sistema solar giram a uma velocidade fantástica pelo infinito e desconhecido espaço, sujeitando-se às reações do meio para onde se deslocam. 

    É incontroverso que devemos monitorar, preservar e combater as ações predadoras e nefastas ao meio ambiente de nosso Planeta, preservando-o ao máximo contra as ações e atos humanos inescrupulosos, não só para relegarmos um planeta saudável aos nossos descendentes, mas também para preservarmos nossa saúde pessoal presentemente. 

    Porém, querer responsabilizar as atividades humanas por alterações que comprometam a nossa existência no Planeta, é sensacionalismo mentiroso que beira a raia do absurdo. Ou então existem motivações escusas que se escondem nas entrelinhas destes vaticinadores. 

    Felizmente é no sentido contrário que caminha a grande maioria dos cientistas e estudiosos da questão do aquecimento global, conforme têm afirmado na imprensa mundial não sensacionalista: 

    Barstasios Tsonis, professor da Universidade de. Wisconsin – EUA, afirmou que estamos em fase de esfriamento: “Nós já entramos na via do esfriamento, que eu acredito continuará durante os próximos 15 anos, pelo menos. Não há dúvida alguma que o aquecimento dos anos ‘80 e ‘90 parou. O IPCC defende que segundo seus modelos podemos esperar uma pausa de 15 anos. Mas isso significa que dentro de poucos anos, eles estarão admitindo que erraram”. 

    James Lovelock se arrependeu do que afirmou em 2006: “antes do fim do século bilhões de pessoas morrerão e os poucos casais sobreviventes ficarão no Ártico onde o clima fique tolerável”.(The Independent). Em 2012 afirmou: “O problema é que nós não sabemos o que o clima está fazendo. Há 20 anos nós achávamos que sabíamos. Isso nos levou a alguns livros alarmistas – o meu incluído – porque parecia muito claro, mas não aconteceu” (MSNBC, 23.04. 2012).

    Prof. Claude Allègre, ex-ministro de Educação, Pesquisa e Tecnologia da França: “As proclamações dos fanáticos dos gases estufa consistem em denunciar a parte do homem no clima sem fazer nada, salvo organizar conferências e preparar protocolos que viram letra morta”.

    Dr. Philip Lloyd, físico nuclear sul-africano, co-coordenador do IPCC: “O volume de CO2 que nós produzimos é insignificante em termos de circulação natural entre ar, água e solo… Estou preparando um circunstanciado estudo sobre os relatórios do IPCC e dos Sumários para Responsáveis Políticos, identificando o modo pelo qual esses Sumários distorceram a ciência.”

    Geólogo Friedrich-Karl Ewert, durante a Convenção da ONU sobre mudança climática (07.09.10) em Bonn: “O serviço de climatologia alemão possui medições que remontam até 1701. Neles lêem-se quase as mesmas tendências para o arrefecimento ou para o aquecimento. Do ponto de vista da temperatura global a mudança é tão pequena que pode melhor ser descrita como estabilidade das temperaturas. Contrariamente aos cenários dos modelos computacionais o CO2 antropogénico é vazio de significados porque sua influência não é reconhecível.”

    John Zyrkowski, presidente de Lean Techniques, LLC: Zyrkowski escreveu o livro “É o sol e não seu 4x4. O CO2 não vai destruir a terra”, defendendo que os relatórios do IPCC estão irremediavelmente distorcidos.

    Roger Pielke Jr, prof. de Meio Ambiente, Univ de Colorado-Boulder, sobre climas extremos de 2010: “Nas questões relativas aos eventos climáticos extremos e a mudança climática, a ciência do IPCC tem um nível similar às interpretações de Nostradamus e dos calendários Maias”.

    Dr. Denis Rancourt, ex-professor da Universidade de Ottawa, abandona alarmismo climático: O movimento da mudança climática antropogênica não é mais do que um “fenômeno social corrupto ... É um fenômeno psicológico social e nada mais do que isso”. ).

    Prof Andrei Kapitsa, Universidade de Moscou, pioneiro na descoberta do lago sub-glacial Vostok: “Os teorizadores de Kyoto puseram a charrete diante dos cavalos. É o aquecimento global que eleva os níveis de CO2 na atmosfera, e não o contrário... Grande número de documentos críticos submetidos à Conferência da ONU de 1995 em Madri sumiu sem deixar rastro. Resultado: só ficou um lado, a discussão sofreu um pesado viés e a ONU declarou que o aquecimento global era um fato científico”.

    Prof. John Christy, Departamento de Ciências Atmosféricas da Universidade de Alabama: “Ouço dizer freqüentemente que há um consenso de milhares de cientistas sobre o problema do aquecimento global e que o homem está em vias de provocar uma mudança catastrófica no sistema climático. Eu sou um cientista e penso como muitos outros que isso absolutamente não é verdadeiro”.

    Prof. Patrick Michaels, Departamento de Ciências Ambientais da Universidade de Virginia: “Quem diz que o CO2 é o responsável da maior parte do aquecimento do século XX, não viu as cifras as mais elementares”.

terça-feira, 16 de julho de 2013

CONVITE PARA LANÇAMENTO DE LIVRO SOBRE A HISTORIA DE LAGUNA




Participamos e convidamos os amigos e interessados na história de nossa cidade e do sul do Brasil, a participarem do lançamento do nosso novo livro LAGUNA TERRA MATER - Dos Sambaquis à Republica Catarinense - Cronologia Histórica, fruto de muita pesquisa coletada durante longos anos.  O lançamento acontecerá durante as comemorações da XXXII Semana Cultural de Laguna, no Centro Cultural, às 19:30, no próximo dia 30 de julho.  Publicamos abaixo  um  relise do conteúdo deste nosso trabalho. Informamos que a arrecadação com a venda desta obra  será integralmente revertida ao Hospital de Laguna.  Contamos com suas presenças . Lucas e Adilcio Cadorin.

   
LAGUNA  TERRA MATER 
Dos Sambaquis à República Catarinense
Cronologia Histórica
                                                                      
 Laguna – Terra Mater é o resultado de uma meticulosa pesquisa, colhida  junto a arquivos e bibliotecas européias e americanas, somados a minuciosa colheita de citações e referências capturadas de mais de uma centena de obras e registros históricos, que foram zelosamente catalogados e arquivados ao longo de mais de vinte anos.
Gradativamente, estes registros passaram a dar corpo a esta cronologia histórica, que acabou revelando a grande  importância da cidade de Laguna no contexto histórico  meridional da América do Sul.

Além de trazer ao conhecimento  fatos importantes  da história de Laguna, os autores tem a pretensão de que os fatos e documentos comprobatórios aqui reproduzidos possam auxiliar na revisão da data oficial da fundação da cidade, já que  oficializado de forma aleatória por simples decreto municipal, por desconhecimento de sua ocupação  por povos anteriores aos portugueses.     

A obra inicia com a pré-história de Laguna, logo pós o surgimento do homem na América, relatando a ocupação, origem étnica, organização social e a extinção do povo sambaquieiro, indagando as origens das semelhanças com povos europeus da pré-história. 

Em harmonia cronológica relata a ocupação da região pelos povos indígenas que sucederam  os homens dos sambaquis e seus contatos com os primeiros europeus que por aqui aportaram, provavelmente antes e logo pós o descobrimento intencional do Brasil. Comprova que, no período final das grandes navegações portuguesas,  a Região Lagunar já constava nas cartas de marear e dos planisférios confeccionados no final do século XV e no alvorecer do XVI. A narrativa histórica prossegue com  as primeiras e aventureiras expedições marítimas que aqui aportaram para reabastecimento de água potável e víveres, ora abrigando desertores, ora degradando insurgentes ou mesmo acolhendo os sobreviventes de infortúnios naufrágios, muitos dos quais passaram a viver na aldeia indígena que ali já existia, promovendo a miscigenação que já então se desenvolvia em toda costa da região sul, dando origem aos índios carijós.     

Do período imediatamente pós Cabral, relata acontecimentos históricos ainda inéditos, como o fato de mais de uma centena de espanhóis, predominantemente mulheres, que aqui edificaram um fortim em 1549, onde habitaram por mais de três anos, ocasião que firmaram e remeteram um documento pedindo resgate, cuja cópia foi trzida da Espanha, dando origem ao nome de Laguna .

Também relativamente inédito, relata e descreve as muitas e longas missões jesuíticas, no início espanholas e depois  portuguesas,  que aconteceram  em Laguna, cujos registros, colhidos junto aos arquivos da  Companhia de Jesus, lega à posteridade as ações e os nomes dos padres que aqui estiveram durante quarenta anos, alguns dos quais pereceram, e que, além da evangelização, desenvolveram ações protetoras e defensoras contra as desumanas ações dos bandeirantes vicentistas que usavam Laguna como porto para embarcarem os índios  cativos para abastecerem o mercado de trabalho escravo nas então emergentes Capitanias de S. Vicente, de Minas e de Pernambuco.  

Narra as motivações lusitanas que deram origem ao povoamento da então já existente  Laguna del Embiaça,  por obra e saga de Domingos de Brito Peixoto e seus filhos, transformando-a no povoado que denominaram de Santo Antonio dos Anjos da Laguna, utilizado depois como entreposto para abastecer o processo de rompimento do Tratado de Tordesilhas e ocupar a parte meridional do Continente, até as margens do Rio da Prata,  território este que ficou sob sua jurisdição durante dezenas de anos, enquanto sua gente migrava para ocupar território e formar outros povoados e vilas, embriões das cidades que formaram e deram origem ao Uruguai e Rio Grande do Sul de hoje.  

Elevada à condição de Vila em 1714, somente em 1720  foram eleitos os primeiros representantes do Conselho Municipal, que tiveram sob sua jurisdição todo o território que compreendia vastíssima área, desde o antigo povoado do Desterro até o povoado de Colônia do Sacramento, no Uruguai de hoje, vasto território onde se localizavam as sedes das  sesmarias doadas pelo vereadores de Laguna aos que  por lá se fixavam.

A chegada e assentamento dos primeiros colonos açorianos, a resistência lagunense  ante a Invasão Espanhola de 1777, as descrições e relatórios de viajantes franceses,  os efeitos da independência do Brasil e a visita de D. Pedro I à Laguna estão  detalhados e rigorosamente cronometrados.

As conspirações lagunenses contra o Império, os antecedentes á Revolução Farroupilha,  sua repercussão  e efeitos em Santa Catarina, a proclamação da República Catarinense, A Tomada de Laguna por Giuseppe Garibaldi, seu romance com Anita e as causas do insucesso da República são coroados com uma biografia do seu único presidente  Padre Vicente Ferreira dos Santos Cordeiro.

Por derradeiro, além de reproduzir registros oficiais elaborados ao longo de três séculos,  sobre os diversos sensos demográficos e de produção de bens,  a obra elaborou uma larga pesquisa sobre a origem e significado dos diversos nomes que  foram usados  pelos índios, navegadores, autores das cartas náuticas, jesuítas, espanhóis, e depois pelos portugueses  para designarem a atual cidade de Laguna.    






segunda-feira, 10 de junho de 2013

CAVALGADA HISTORICA - DE COLONIA DO SACRAMENTO, NO URUGUAI, ATÉ LAGUNA, EM SANTA CATARINA - 1300 KM - 45 DIAS A CAVALO




Pelos idos de 1700, emigrou para o Brasil, oriundo da localidade de Ponte de Lima, o português Cristovão Pereira de Abreu, um jovem pertencente à pequena nobreza portuguesa.

Após algumas andanças e negócios comerciais no Rio de Janeiro e interior da região aurífera das Minas Gerais, estabeleceu-se como comerciante e exportador na recém fundada Colônia do Sacramento, então entreposto comercial português situado ao norte do Rio da Prata, no lado oposto a Buenos Aires.

Nesta época comercializava e contrabandeava, produtos originários da Europa para os habitantes da vizinha Buenos Aires. Também em associação com amigos e parentes portugueses do Rio de Janeiro, arrebanhava gado alçado da pampa Uruguaia e Rio Grandense, bem como negociava com os padres jesuítas da região missioneira, adquirindo tropas de muares e outros produtos dos índios Guaranis. O gado após abate nas proximidades do Sacramento, era charqueado, coureado e após a retirada do sebo, embarcado em sumacas no porto de Maldonado para as cidades de Laguna e Rio de Janeiro. Assim abasteciam os sertões auríferos das Minas Gerais e até mesmo alimentavam a mão de obra nos engenhos de açúcar no nordeste brasileiro.

No início da década de 20, antevendo as enormes dificuldades da fixação lusitana nas margens do Prata e mesmo o término da ocupação portuguesa na Colônia do Sacramento, fundou na Laguna dos Castilhos, Uruguai, uma moderna estância para criação de gado, cavalos e mulas, bem como para continuar o negócio de abate do gado alçado e o transporte de seus subprodutos para o Brasil central. Para tanto, iniciou uma série de expedições visando conhecer os caminhos do pampa gaúcho e o estabelecimento de rotas e postos de negociação com os padres Jesuítas.

Alguns anos após, lá pelos 1730, iniciou a exploração da rota, posteriormente conhecida como “Caminho das Praias”, ligando a região de Maldonado no Uruguai até a cidade de Laguna no litoral Catarinense. Cristovão arrebanhava gado alçado da pampa, adquiria mulas e outros produtos missioneiros, formava uma comitiva com associados, que em tropeadas levavam milhares de reses, muares, eqüinos e ovinos até Laguna. Iniciavam suas tropedas pelos arredores de Maldonado ou da Laguna dos Castilhos, entravam no território brasileiro pelo Chuí, costeavam a praia entre as lagoas Mirim, Mangueira e o banhado do Taim, atingido a região do canal do Rio Grande. Descansavam alguns dias na beira do canal, atravessavam o gado a nado no canal do Rio Grande, aboiando as tropas com as “pelotas”, pequenos barcos de couro com armações de espinilhos e amaricas. Seguiam pela região de São José do Norte, Mostardas, Viamão, Santo Antonio, rio Mampituba até atingir a cidade de Laguna, sempre, ou na maioria das vezes entre o mar e as dunas de areia do litoral sul. Na vila de Laguna o gado era abatido, retirado o sebo, charqueado, coureado e embarcado para o centro do Brasil.
Pelos fins de da década de 30, visando contornar as dificuldades do transporte marítimo, acelerar e aumentar o fluxo do gado, desbravou o pioneiro “Caminho dos Tropeiros”, estabelecendo e consolidando a rota terrestre que uniu o sul ao centro do Brasil. Subiu a serra do Mar pelo “Caminho dos Conventos”, atingiu o planalto catarinense nas alturas da cidade de Lages, seguido até Curitiba e finalmente chegando a Sorocaba no interior paulista. Nesta empreitada gastou mais de ano e praticamente toda a sua fortuna. Posteriormente como compensação, a coroa portuguesa o agraciou por quinze anos com parcela do imposto arrecadado pelo “pedágio” cobrado das tropas que cruzavam o Passo de Santa Vitória, na divisa de Santa Catarina com o Rio Grande do Sul, sendero obrigatório aos tropeiros que cevavam suas tropas para serem vendidas na pujante Feira de Sorocaba.

Desta forma viabilizou a ligação entre o Sul e o resto do Brasil de então, permitindo o abastecimento do Brasil central com carnes, sebos, couros, muares, eqüinos e demais produtos da região sulina. Milhares de tropas partiam anualmente para a região central, criando ao longo do seu trajeto inúmeras cidades e vilarejos, povoando, desta forma, uma região até então deserta e fora do domínio português.



Depois, pelos idos de 1740, Cristóvão Pereira de Abreu abriu nova rota terrestre, que ficou conhecida como “Caminho de Viamão”, encurtando o trajeto das tropeadas ao subir a serra gaúcha nas alturas da cidade de Santo Antonio da Patrulha. Por esta rota deixou de lado rota que finalizava em Laguna, encurtando e facilitando muito o envio das tropas de gado para Sorocaba. Cristovão e seus associados chegaram a organizar até três expedições ou “tropeadas” anuais por este novo caminho.

Portanto, o “Caminho das Praias”, que possuía uma extensão de aproximadamente 1300 km foi a primeira grande via terrestre por onde o Brasil Meridional e o Uruguai de hoje transportaram as tropas de gado que serviram para alimentaram a força escravagista das capitanias de Pernambuco, S.Vicente e das Minas Gerais.

Foi um período em que a vasta região ao sul de Laguna, até as margens do Rio da Prata, compreendendo parte de Santa Catarina, o Rio Grande do Sul e o Uruguai de hoje eram considerados pelos portugueses como “Terra de Ninguém”, fato que era contestado pelos espanhóis que a pretendiam como sua, o que desencadeou muitas lutas e invasões de ambos lados do Rio da Prata, sendo que a cidade de Colônia do Sacramento, que havia sido fundada pelos portugueses oriundos de S. Vicente e de Laguna, por seis vezes foi tomada de assalto pelos castelhanos de Buenos Aires. Depois, por diversas vezes, devolvida aos portugueses por conseqüência dos diversos tratados de Madri, de Ultrech, de Santo Idelfonso e outros que foram celebrados ao longo de mais de um século, até que em 1828 o Império do Brasil, reconheceu a independência do Uruguai.

Cristovão Pereira de Abreu, também foi um dos fundadores da cidade de Rio Grande, lutou como coronel de milícias nas principais refregas para o estabelecimento do domínio português na região sul e foi um dos comandantes da delegação portuguesa para estabelecer os limites do atual Rio Grande do Sul. Faleceu em 1754 na cidade de Rio Grande.
Historicamente é hoje conhecido como o “Pai do Tropeirismo Brasileiro”

Na atualidade, um grupo de cavaleiros na região de Laguna, em Santa Catarina, juntamente com companheiros de Santa Maria, do Rio Grande do Sul e do Uruguais, amantes dos cavalos e com muita experiência em longas cavalgadas, conhecedores dos feitos tropeiros de antigamente, planejam revenciar e tentarão relembrar estas epopéias, revivendo as dificuldades e os feitos históricos do ilustre cavaleiro Cristovão. Desta forma pretendem efetuar uma cavalgada por este pioneiro Caminho das Praias, partindo da Colônia do Sacramento, hoje cidade de Sacramento, no Uruguai, até atingir a cidade de Laguna no litoral catarinense.

Esta tropeada, prevista para os meses de setembro e outubro de 2014 será a forma que este grupo encontrou para que não se perca a memória de tão bravos pioneiros, homenageando-os e reconhecendo-os como os desbravadores da Terra de Ninguém, responsáveis pelo rompimento do Tratado de Tordesilhas e o alargamento dos domínios lusitanos no sul da América, além de consolidarem e perenizarem este liame de companheirismo e amizade que une os cavaleiros de hoje do Uruguai, do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina.


Junho de 2013, por
Ademar Beck Gemelli – Santa Maria – RS
Adilcio Cadorin - Laguna - SC

segunda-feira, 27 de maio de 2013

CAVALGADA DE 270 KM - LAGES À PESCARIA BRAVA, DESCENDO A SERRA DO CORVO BRANCO





Chegamos domingo (26.05.2013) da Cavalgada pelo Picadão da Serra. Saímos da sede do MTG em Lages, até a nova cidade de Pescaria Brava, no CTC do Tio Preto, num percurso de aproximadamente  270 km. Foram 8 dias. Saímos de Lages, passamos por Painel, Urupema, Rio Rufino, Urubici, Grão Pará, São Ludgero, Tubarão e Pescaria Brava. Andamos uma média de 35 km por dia.  O grupo saiu com 45 cavaleiros e mais aproximadamente 25 pessoas nos veículos de apoio.  Em todas as cidades fomos recebidos pelos prefeitos, vices, vereadores e autoridades locais. Discursos e saudações.  Distribuímos e recebemos folders e materiais publicitários das nossas e destas cidades. Fiquei impressionado com as belezas naturais da Serra do Corvo Branco, que já conhecia, mas descendo a cavalo ví paisagens que me extasiaram. Os campos, os rios, as cascatas que congelam, os banhados, as trilhas, as grutas,  as fazendas, os rebanhos bovinos, as carucacas, as gralhas azuis e a fauna agreste que alarmava nossa passagem por seus habitat,  associado as paradas para  colher os pinhões que despencavam das imensas e preservadas araucárias, aliadas às plantações de maçãs,  foram inebriantes. A sensação do frio com temperaturas próximas de zero graus que tivemos que enfrentar levantando de madrugada com os palas cobrindo até as ancas dos cavalos para sairmos troteando campo-a-fora, eram logo espantadas pelo calor dos primeiros raios e, principalmente, pelas animadas conversas e solidariedade dos companheiros oriundos das mais variadas cidades de SC e do RS, o que foi outro destaque. Mais uma vez, no lombo do meu Baio revi amigos, consolidei amizades antigas  e abriu-se um leque de novas e sinceras amizades que pretendo cultiva-lás. Comerciantes, industriais, profissionais liberais, juizes, peões, funcionários públicos e pecuaristas -  logo todos se despiram de seus cargos e irmanaram-se, demonstrando  o companheirismo e a humildades que norteiam o comportamento que é típico de quem anda a cavalo, respeita a natureza e cultua nossas origens. Destaque especial para os homens e a as mulheres do apoio, que a cada chegada da cavalaria nos acampamentos nos recebiam com festa, como se estivéssemos voltando vitoriosos de uma batalha campal. Depois de alimentar os animais, já noite, os churrascos, as músicas e as trovas. Onde quer que pernoitamos,  sempre havia alguém com uma gaita ou um violão. Finalmente a recepção do Prefeito e vereadores junto ao Poço Grande do Rio Tubarão, onde historicamente os tropeiros lageanos e os canoeiros de Laguna fundaram a hoje pujante cidade de Tubarão, pois ali  se encontravam para praticarem o escambo, trocando tecidos, louças,  sal, pólvora, armas, cutelaria e outros artefatos importados pelos frutos de seu trabalho na Serra, tais como pinhão, banha, sebo, couros, charque, selaria e também rebanhos bovinos, ovinos, muares e eqüinos, o que foi encenado sob o patrocínio da Prefeitura e da Ordem dos Cavaleiros de SC, com intenção de reverenciarem a memória dos primeiros habitantes da cidade e comemorarem mais um aniversário de fundação de Tubarão,  simbolismo este que emocionou quem das barrancas do Rio Tubarão assistiu a encenação. A noite, já no CTG do Tio Preto, o encerramento, com outorga dos diplomas e as despedidas que já me deixaram saudoso e com vontade de participar da próxima cavalgada.    

domingo, 28 de abril de 2013

ALERTA PARA RISCOS DE EXTINÇÃO DA RAÇA HUMANA


Instituto britânico alerta para riscos de extinção da raça humana

Uma equipe internacional de cientistas, matemáticos e filósofos do Instituto do Futuro da Humanidade, da Universidade de Oxford, está investigando quais são os maiores perigos contra a humanidade.
E eles argumentam em um texto acadêmico recém-divulgado, Riscos Existenciais como Prioridade Global, que autores de políticas públicas devem atentar para os riscos que podem contribuir para o fim da espécie humana.
No ano passado, houve mais textos acadêmicos lançados a respeito de snowboarding do que sobre a extinção humana.
O diretor do instituto, o sueco Nick Bostrom, afirma que existe uma possibilidade plausível de que este venha a ser o último século da humanidade.
Pandemias e desastres naturais podem causar uma perda de vida colossal e catastrófica, mas Bostrom acredita que a humanidade estaria propensa a sobreviver.
Isso porque nossa espécie já sobreviveu a milhares de anos de doenças, fome, enchentes, predadores, perseguições, terremotos e mudanças ambientais. Por isso, as chances ainda estão a nosso favor.
E ao longo do espaço de um século, ele afirma que o risco de extinção em decorrência do impacto de asteroides e super erupções vulcânicas permanece sendo “extremamente pequeno”.
Até mesmo as perdas sem precedentes autoimpostas no século 20, com duas guerras mundiais e epidemia de gripe espanhola, deixaram de prevenir a ascensão do crescimento da população humana global.
Uma guerra nuclear poderia causar destruição sem precedentes, mas um número suficiente de indivíduos poderia sobreviver e, assim, permitir, que a continuidade da espécie. 
Mas se existem todos esses atenuantes, com o que deveríamos estar preocupados?
Bostrom acredita que entramos em uma nova era tecnológica capaz de ameaçar nosso futuro de uma forma nunca vista antes. Estas são “ameaças que não temos qualquer registro de haver sobrevivido”.
O diretor do instituto compara as ameaças existentes a uma arma perigosa nas mãos de uma criança. Ele diz que o avanço tecnológico superou nossa capacidade de controlar as possíveis consequências.
Experimentos em áreas como biologia sintética, nanotecnologia e inteligência artificial estão avançando para dentro do território do não intencional e o imprevisível.
A biologia sintética, onde a biologia se encontra com a engenharia, promete grandes benefícios médicos, mas Bostrom teme efeitos não previstos na manipulação da biologia humana.
A nanotecnologia, se realizada a nível atômico ou molecular, poderia também ser altamente destrutiva ao ser usada para fins bélicos. Ele tem escrito que governos futuros terão um grande desafio ao controlar e restringir usos inapropriados.
Há também temores em relação à forma como a inteligência artificial ou maquinal possa interagir com o mundo externo. Esse tipo de inteligência orientada por computadores pode ser uma poderosa ferramenta na indústria, na medicina, na agricultura ou para gerenciar a economia, mas enfrenta também o risco de ser completamente indiferente a qualquer dano incidental.
Sean O’Heigeartaigh, um geneticista do instituto, traça uma analogia com o uso de algoritmos usados no mercado de ações.
Da mesma forma que essas manipulações matemáticas, argumenta, podem ter efeitos diretos e destrutivos sobre economias reais e pessoas de verdade, tais sistemas computacionais podem “manipular o mundo verdadeiro”.
Em termos de riscos biológicos, ele se preocupa com boas intenções mal aplicadas, como experimentos visando promover modificações genéticas e desmanter e reconstruir estruturas genéticas.
Um tema recorrente entre o eclético grupo de pesquisadores é sobre a habilidade de criar computadores cada vez mais poderosos.
O pesquisador Daniel Dewey, do instituto, fala de uma “explosão de inteligência”, em que o poder de aceleração de computadores se torna menos previsível e menos controlável.
“A inteligência artificial é uma das tecnologias que deposita mais e mais poder em pacotes cada vez menores”, afirma o perito americano, um especialista em super inteligência maquinal que trabalhou anteriormente na Google. 
Efeito em cadeia – Juntamente com a biotecnologia e a nanotecnologia, ele afirma que essas novas tecnologias poderiam gerar um “efeito em cadeia, de modo que, mesmo começando com escassos recursos, você pode criar projetos com potencial de afetar todo o mundo”.
O Instituto do Futuro da Humanidade em Oxford integra uma tendência centrada em pesquisar tais grandes temas. O Instituto foi uma iniciativa do Oxford Martin School, que abrange acadêmicos de diferentes áreas, com o intuito de estudar os “mais urgentes desafios globais”.
Martin Rees, ex-presidente da Sociedade Real de Astronomia britânica é um dos defensores do Centro de Estudos de Risco Existencial e afirma que “este é o primeiro século na história mundial em que as maiores ameaças provêm da humanidade”.
Nick Bostrom afirma que o risco existencial enfrentando pela humanidade “não está no radar de todo mundo”. Mas ele argumenta que os riscos virão, caso estejamos ou não preparados.
“Existe um gargalo na história da humanidade. A condição humana irá mudar. Pode ser que terminemos em uma catástrofe ou que sejamos transformados ao assumir mais controle sobre a nossa biologia. Não é ficção científica, doutrina religiosa ou conversa de bar”. (Fonte: G1)

sábado, 13 de abril de 2013

OS DESAFIOS DOS NOSSOS ADMINISTRADORES




Quando fui guindado ao cargo de prefeito de Laguna, sentia-me  preparado e com muita vontade de atender as aspirações da população que havia acreditado em mim. Se consegui ou não atingir estes objetivos é uma questão sobre a qual  não vem ao caso para esta matéria, mesmo porque a população já fez este julgamento.

Hoje, passados mais de dez anos do primeiro dia de meu mandato, olho para trás e vejo que, muito embora a minha férrea vontade tenha sido a mola propulsora das ações administrativas que implementei, deveria ter agregado a ela  alguns  preceitos e ações que lhe dariam uma eficácia e dinâmica administrativa muito maior do que a obtida apenas com  a vontade transformadora e o emprego de conhecimentos administrativos  empíricos.  

De fato, se hoje os administradores que se elegeram no último pleito,  desejaram atingir metas e cumprir compromissos  decorrentes da confiança popular depositada nas urnas, indispensável que os mesmos tenham uma visão bem diferente daquela simples vontade, condição corriqueira que, com algumas exceções,  permeia a grande maioria de nossa classe política.

Não vejo como um administrador possa comandar os destinos de um município sem que sejam previamente planejadas e motivadas as suas ações. Fruto de minha experiência e conhecimentos que adquiri ouvindo  técnicos em administração pública, conclui que o administrador público, antes de implementar suas ações administrativas movidas apenas pela sua vontade, deve dominar outros conhecimentos e dedicar-se a alguns procedimentos preliminares.

E com este norte, a primeira ação seria pontuar os objetivos de seu mandato,  identificando os desafios. Logo em seguida munir-se de condições e retórica para poder comunicar e transmitir  esta visão dos objetivos à sua equipe administrativa, à população e às demais entidades e níveis de governo que obrigatoriamente deverão participar dos objetivos pontuados.

Na sequência deveria criar uma assessoria política e administrativa capaz de gerenciar o sistema, com foco voltado para alcançar os objetivos almejados, cujas ações devem manter um ritmo contínuo, ininterrupto e que também reúna condições para gerenciar os conflitos administrativos e políticos que surgiram com as ações necessárias à consecução das metas programadas.

Outra importante ação é a consolidação e a institucionalização dos objetivos planejados.  Criado todo este ambiente, os objetivos passariam a ser o desafio para o qual a equipe, a população e a classe política estariam ansiosos para implantarem, criando uma sinergia executiva contra a qual não haveria força capaz de impedir sua realização.

Criadas estas condições, passar-se-ia a execução dos objetivos,  que respaldados por este ambiente criado pelo administrador, seriam executados com um mínimo de esforço, quase que automaticamente.

Sem que estes procedimentos prévios sejam observados, o administrador passará a ser um bombeiro para apagar os incêndios provocados pelos interesses políticos adversos, pela desorganização e, principalmente, pela falta de planejamento.

Partindo do pressuposto que as pessoas não temem as mudanças, mas as perdas que poderão ter com as mudanças, o administrador transformador deve munir-se de comportamento e ações que deverão ser norteadas pelas características culturais de sua cidade e pela adoção de ações que fortaleçam as instituições sociais, deixando transparecer claramente que as ações transformadoras têm como objetivo o desenvolvimento cultural, econômico e social dos cidadãos que integram sua cidade.

Já para a formação da equipe  administrativa, deveria ser levado em consideração serem os escolhidos  portadores de conhecimentos afins com a área que atuariam, com habilidade e atitudes práticas para implementarem  as metas planejadas, além de serem portadores de valores éticos e políticos e, finalmente, que tenham  uma ampla visão do contexto onde  seriam inseridos.

Lembro novamente que a liderança transformadora  não basta apenas ter vontade, pois este predicado todos nós temos. É necessário que ela domine conhecimentos  que lhe garantam que as mudanças sejam implementadas de forma gradual e  constante, com enfrentamento habilidoso dos reais problemas e exoneração dos falsos problemas, mobilizando, para tanto, os servidores e as pessoas de sua confiança em torno dos objetivos traçados e desejados pela sociedade.

Finalizo com a premissa de que a competência é a primeira cancela que abre o  caminho para atingir resultados, e que os resultados decorrem de tempo, da dedicação e da liderança. Liderança esta que requer caráter, personalidade, sensibilidade, humildade,  ambição e competência para liderar e mobilizar.